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Novas medicações têm desafio na busca por adesão a tratamentos contra colesterol

Descontrole e falta de acompanhamento podem levar a doenças cardiovasculares e até ataques cardíacos e AVCs.

Crédito: Envato

O colesterol é fundamental para o bom funcionamento do organismo, faz parte de diversas células e ajuda na formação de alguns hormônios e vitaminas, mas é necessário haver um equilíbrio constante nos seus níveis sanguíneos.

Por essa razão, é crucial ser ingerido de forma balanceada para manter seus níveis regulares.

No entanto, dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), divulgados em 2022, revelam que cerca de 40% da população brasileira possui colesterol elevado.

Níveis altos de colesterol podem contribuir para o acúmulo de placas de gordura nas artérias, aumentando o risco de angina, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

Existem dois tipos de colesterol: o HDL colesterol, conhecido como “colesterol bom”, e o LDL colesterol, chamado de “colesterol ruim”.

A cardiologista dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Sarah Fagundes Grobe, explica que a partícula de LDL é a lipoproteína que transporta uma abundância de colesterol pelo corpo e pode adentrar nas artérias, dando início ao processo de acúmulo ou depósito de gordura.

“Ela é considerada a vilã no desenvolvimento de problemas como infarto e AVC e é o principal fator de risco a ser combatido. Por outro lado, a HDL é a lipoproteína que faz o trabalho reverso. É capaz de recolher o colesterol que está nos órgãos e outras células, transportando-o até o fígado para ser removido do corpo, contribuindo assim para a manutenção de artérias mais saudáveis”, esclarece.

Indivíduos com colesterol LDL aumentado no sangue representam a população de maior risco para complicações cardiovasculares, principalmente quando isso está associado a outros fatores, como tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo e obesidade.

Mudança de hábitos e acompanhamento regrado

O tratamento envolve uma abordagem integrada, incluindo mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicação prescrita pelo médico.

As estatinas são os medicamentos de escolha e ajudam a reduzir a produção de colesterol pelo fígado.

É fundamental tomar corretamente a medicação para garantir que o tratamento seja eficiente, mas muitos pacientes relatam dificuldades em seguir as orientações prescritas pelo médico.

Por ser de uso crônico e com doses diárias, e eventualmente apresentar efeitos adversos, a adesão a esse tipo de medicação por parte do paciente pode ficar comprometida.

Conforme a médica, existem estudos em escala mundial que comprovam o grande benefício cardiovascular em tratar de forma rigorosa os níveis sanguíneos de LDL colesterol.

Pode-se afirmar com segurança que, em pacientes em prevenção secundária, quanto mais baixo esses valores, melhor será a proteção cardiovascular.

Outro ponto importante é o tempo necessário para atingir esses valores mais baixos.

Quanto mais rápido for o controle do LDL colesterol, mais protegido estará o paciente.

Com base nisso, foram desenvolvidas algumas classes de medicações injetáveis que mostraram uma redução expressiva na mortalidade cardíaca e em novos episódios de infarto.

A grande diferença em relação às estatinas está na magnitude de redução do LDL colesterol, na rapidez que isso acontece, na menor taxa de efeitos colaterais e na facilidade posológica.

Para o cardiologista Gustavo Lenci Marques, coordenador do setor de Cardiologia dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, a nova medicação, recentemente liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), chegou para revolucionar o tratamento dos pacientes com colesterol alto.

Com posologia muito conveniente para a adesão do paciente, serão necessárias apenas duas injeções ao ano.

A segunda dose é aplicada três meses após a primeira e, depois disso, a cada seis meses.

“Essa facilidade de administração deve contribuir significativamente para a adesão dos pacientes”, analisa o cardiologista.

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