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Entrevista: Carla Carvalhosa mostra universo feminino no RJ

Com a exposição Ser Mulher: um Percurso de Papéis, a artista plástica reflete sobre vários aspectos do universo feminino e você saberá de tudo dela.

Foto da entrevistada Carla Carvalhosa.

Até 9 de março a artista plástica Carla Carvalhosa fará visitas guiadas, às sextas e sábados, na sua exposição Ser Mulher: um Percurso de Papéis, com curadoria de Marcia Costa, no Espaço Cultural Correios Niterói.

A artista traz pinturas e esculturas em papietagem, distribuídas em quatro galerias, representando os diversos papéis desempenhados pelas mulheres e sua importância em promover um sentimento de pertencimento nas famílias e na sociedade em geral.

Esta exposição inclui vinte e uma obras sendo 12 esculturas em papietagem em tamanho real, essas instalações representam mulheres de diversas etnias.

Além disso, são 11 telas painéis que transitam entre vários estilos e técnicas.

E para saber mais sobre a exposição da ideia por trás dela nós conversamos com a artista plástica Carla Carvalhosa.

Victor Hugo Cavalcante: Primeiro é um prazer recebê-la no Jornal Folk, e gostaria de começar com a seguinte pergunta: Como surgiu a inspiração para a exposição Ser Mulher: um Percurso de Papéis e qual mensagem você espera transmitir aos espectadores através dela?

Carla Carvalhosa: Agradeço a oportunidade de fazer parte dessa entrevista abordando um tema tão importante e delicado.

Ser Mulher surgiu em um momento muito delicado da minha vida, onde várias questões foram sendo definidas e me validando como uma nova versão de mulher, que hoje aprecio com muita clareza, e tenho certeza de que muitas mulheres estão se identificando com cada etapa da exposição e a proposta de reconhecimento pessoal.

A mostra é uma expressão de resiliência sobre limitações histórica imposta a mulher, estimulando uma reflexão sobre mudanças, transformações que redefine a mulher como arquiteta de suas próprias escolhas.

Victor Hugo Cavalcante: Para essa exposição você fez o uso de materiais sustentáveis em suas obras. Como essa preocupação com a sustentabilidade influenciou o seu processo criativo e a mensagem que você deseja transmitir com suas esculturas e pinturas na exposição?

A preocupação com a sustentabilidade sempre esteve presente na minha vida, tanto pessoal como profissional.

Transformar isso efetivamente em arte foi durante o período da pandemia.

Havia no ar uma preocupação e questionamentos sobre o que estava acontecendo com o planeta, diante das imensas reflexões também tinha outra: O que é liberdade?

Já que aquilo que para mim e para a maioria das pessoas estava calcado no meu direito de ir e vir e isso não mais era possível.

Naquele momento estava preparando a exposição LIBERDADE, nela eu tinha como principal eixo expressar o que era liberdade para mim e dentro desse escopo experimentar novas linguagens.

É aí que surge as esculturas em papietagem.

Poder ver potência naquilo que é jogado fora e transformar lixo em arte possibilitou que eu atravessasse o período de pandemia de maneira muito rica para o meu processo.

Na exposição Ser Mulher: Um Percurso de Papéis, procuro fazer uma analogia da técnica da papietagem (papéis rasgados e colados) com os papéis vividos pelas mulheres desde a infância até a velhice, sem julgamento ou censura, apenas poder contar histórias e trazer reflexão sobre o tema do feminino em nós e o poder transformador da arte.

Victor Hugo Cavalcante: A exposição destaca a importância dos diferentes papéis desempenhados pelas mulheres na sociedade. Como você aborda essa diversidade de papéis e etnias em suas obras?

Utilizar como referência a Mulher iniciou-se com a mostra Mulher: O que te sustenta?.

Nela tentei trilhar o caminho de quatro Deusas representantes de quatro mitologias: grega (Atena); indígena (Icamiaba); Iorubá (Oxum) e romana (Ceres), fazendo uma analogia de sua força e atributos com a mulher contemporânea.

Em Ser Mulher: Um Percurso de papéis, quis dar continuidade a esse tema, ampliando e aprofundando um pouco mais, agora dando um enfoque ainda maior à mulher brasileira, como ela é construída, valorizando seus costumes, saberes e maneira de estar no mundo nas mais diversas possibilidades e escolhas.

Victor Hugo Cavalcante: A conexão simbólica entre as Deusas representantes dos quatro elementos é uma parte intrigante da exposição. Pode compartilhar conosco como essa ideia se desenvolveu e qual papel desempenha na narrativa visual da sua mostra?

Partimos da sincronicidade e simbolismo do número 4 que representa a criação, a estabilidade e a perfeição divina.

São quatro elementos relacionando a quatro tipos de personalidade: Fogo, terra, água e ar.

Quatro etnias formadoras da nossa cultura, quatro galerias ocupadas pela exposição e outros quatro que estão presentes, mas que ainda não estão revelados.

A galeria das Deusas busca explorar a complexidade e beleza atribuídos a diferentes aspectos da mulher em sua força e fluidez, é a representação multifacetada da natureza do feminino que habita em todos os gêneros.

Esta galeria, além das obras, oferece um despertar de sensações e sentimentos por meio de histórias, mitos, lendas e músicas do universo feminino.

A galeria das Deusas busca trazer o público para um local de reconhecimento individual, preparando-o para entrar na galeria da Árvore da Vida que representa uma floresta, com sua guardiã.

Ela é a síntese da exposição.

Victor Hugo Cavalcante: Além das visitas guiadas e das obras em exposição, o encerramento da mostra promete uma homenagem às mulheres e àqueles que se identificam com o gênero, com dança, palestra e surpresas. Como esses eventos complementam a experiência da exposição e por que é importante celebrar e reconhecer as mulheres desta forma?

As atividades propostas ao público abrangem a todos os gêneros, não somente as mulheres, desde que queiram participar.

Elas visam ampliar, por meio de experimentações e vivências, o aspecto nutridor, sensível e inspirador de nossa reconexão com a energia feminina.

Isso pode trazer equilíbrio para o corpo e para a alma, é o poder curador da arte em todas as suas manifestações e linguagens.

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