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Bate-papo com Thiago da Costa

Economista responde nossas dúvidas relacionadas ao seu primeiro artigo escrito no Folk.

Foto do entrevistado Thiago da Costa

Thiago da Costa é um economista de 34 anos formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em Juiz de Fora — MG.

Apesar de enfrentar desafios devido à paralisia cerebral, Thiago não se deixou deter por obstáculos e trilhou um caminho notável com suas colunas econômicas que se propôs a escrever.

Representando sua estreia nesse mundo desafiador, Thiago não se contenta com a análise econômica convencional, ele acredita na importância da inclusão das pessoas com deficiência no mundo do trabalho e seu impacto econômico.

Ao oferecer uma análise conjuntural dos eventos econômicos no Brasil e no exterior, Thiago traz um olhar diferenciado e inclusivo e se esforça para não apenas compreender os eventos econômicos, mas também identificar as oportunidades e desafios que se apresentam.

Além disso, seu objetivo é claro: destacar o potencial frequentemente subestimado das pessoas com deficiência no contexto econômico.

E logo em seu primeiro artigo escrito em nosso site o economista comentou sobre o desafiador panorama da inclusão no mercado de trabalho brasileiro para pessoas com deficiência e suas disparidades significativas.

Agora, você confere um pouco mais do que Thiago da Costa quis dizer com ele na entrevista abaixo.

Victor Hugo Cavalcante: Primeiro agradeço por nos conceder esta entrevista, e gostaria de começar perguntando: Você escreveu e publicou em nosso site o artigo Mercado de Trabalho para PcD: Os Desafios da Inclusão na Economia Brasileira, porque você decidiu falar sobre este tema, e na sua opinião, enquanto economista e PcD, o quão importante é tratarmos ainda mais sobre este assunto de um ponto de vista econômico e social?

Thiago da Costa: Meu ponto de vista, primeiramente, é a escassez de conteúdo aplicado a inclusão na mídia em geral, em jornais tradicionais e principalmente em artigos de estudos científicos.

A minha decisão de escrever esse artigo sobre a inclusão sob a ótica econômica é para mostrar a relevância que a temática da inclusão tem para oferecer para os debates econômicos, políticos, nas questões sociais e em quaisquer áreas.

Percebendo assim que está na hora das pessoas mudarem de mentalidade sobre as pessoas com deficiência.

Victor Hugo Cavalcante: O artigo destaca uma disparidade notável na taxa de participação na força de trabalho entre pessoas com e sem deficiência. Quais fatores você acredita que contribuem para essa diferença e como isso impacta a inclusão?

Acredito que há alguns substanciais que faz toda a diferença que são: As consciências das pessoas de perceber que a deficiência não define as produtividades do capital humano das pessoas com algum tipo de limitações, independentemente do tipo de grau das limitações.

Em segundo lugar, criar políticas públicas de incentivo a prática de ações inclusivas, com o intuito de geração de oportunidade de acesso total das pessoas com deficiência na sociedade.

E em terceiro lugar, acho que o assunto das questões relacionada com a inclusão ser abortada com mais profundidade, do que com uma superficialidade de banalizar e romanizar as pessoas com deficiência.   

Victor Hugo Cavalcante: A alta informalidade entre as pessoas com deficiência é um dos pontos alarmantes mencionados no artigo, mas afinal, quais são as possíveis consequências dessa informalidade para esses profissionais e para a economia como um todo?

Os possíveis pontos que tenho que dizer é o resultado do impacto negativo profundo do capacitismo estruturalizado na sociedade, causando muitas vezes o aumento da informalidade, e, embora não tenha abordado esse ponto em meu artigo já mencionado, a fuga de cérebros para países mais inclusivos.

Victor Hugo Cavalcante: O artigo menciona a existência de uma disparidade salarial significativa entre pessoas com e sem deficiência que executam o mesmo tipo de trabalho, mas afinal, quais medidas concretas podem ser adotadas para promover a igualdade salarial e a inclusão de profissionais com deficiência?

Infelizmente, a disparidade salarial em relação com as pessoas sem deficiências que desempenha o mesmo cargo profissional na empresa é uma realidade nas vidas profissionais das pessoas com deficiência, e esse é um problema importante que deve ser enfrentado para promover a igualdade e a inclusão no local de trabalho.

As medidas para combater a disparidade salarial não apenas promovem a igualdade salarial, mas também contribuem para criar um ambiente de trabalho mais inclusivo, onde as habilidades e contribuições de todos os funcionários são valorizadas.

Victor Hugo Cavalcante: Diante da menção no artigo ao capacitismo estrutural como um obstáculo à inclusão no mercado de trabalho, quais ações e estratégias concretas você acredita que as empresas e a sociedade em geral podem implementar para superar esse preconceito e criar um ambiente mais inclusivo? Além disso, como a inclusão de pessoas com deficiência pode ser vista não apenas como uma questão de justiça social, mas também como uma oportunidade para aproveitar o potencial do capital humano e a diversidade de talentos e perspectivas que essas pessoas podem oferecer?

A inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho e na sociedade em geral não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma oportunidade para aproveitar todo o potencial do capital humano na sociedade e a diversidade de talentos e a diversidade de pensamento diferenciado que essas pessoas podem oferecer.

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