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Lições que aprendi com o Sílvio Santos

Thierry Cintra Marcondes reflete sobre como o comunicador valorizou o humano, usou a comunicação para impactar vidas e cooperou com rivais.

Imagem do apresentador Sílvio Santos.

O futuro das profissões é humano para humano (h2h)

Em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, especialmente pela inteligência artificial, muitas pessoas temem que a humanidade perca seu valor e seja substituída pela máquina.

Mas Silvio Santos sempre priorizou o elemento humano e isso ele traz de lição: focar em seu público, em oferecer experiências únicas e autênticas.

Sua abordagem mostra que, no futuro, as profissões que mais se destacarão serão aquelas que colocam o ser humano no centro, suas risadas, piadas, atirar os aviões se tornaram únicos e será difícil de substituir.

O poder da comunicação e dar voz a quem não tem

Silvio Santos foi um mestre da comunicação, algo que é inegável e amplamente reconhecido.

Porém, o que se destaca para mim é como ele usou essa habilidade para fazer a diferença e gerar impactos sociais.

Graças a ele, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) conseguiu captar recursos para construir hospitais e oferecer tratamentos para pessoas com deficiência, segundo a AACD:

“A associação acrescenta que, por meio do Teletón e graças ao poder de comunicação de Senor Abravanel, conseguiu arrecadar fundos para construir 10 unidades em diferentes partes do Brasil”.

Ainda segundo a associação, no total, já foram viabilizados mais de 15 milhões de atendimentos a pacientes da AACD com o valor arrecadado ao longo da história do Teletón.

Além disso, Silvio foi pioneiro em dar espaço na televisão para pessoas com deficiência e travestis, em uma atitude nobre e inclusiva que abriu portas e mentes.

Inspirar-se nos outros e pensamento de startup (lançar rápido, testar e aperfeiçoar)

Alguns podem dizer que Silvio Santos “copiava”, mas, na verdade, ele buscava as melhores referências internacionais, as melhores inspirações, aprendia com os acertos e erros dos outros, e adaptava para criar versões ainda melhores para o público brasileiro.

Tinha um faro de startups, sabia realmente rodar bons MVP (Produtos Mínimo Viáveis) e saber da escala deles.

Ele não tinha medo de ousar e de estar à frente do seu tempo.

Hoje, programas como Casamento às Cegas fazem sucesso na Netflix, mas Silvio já havia trazido esse conceito para o Brasil muito antes.

“Cooperação” com rivais

Silvio Santos sempre mostrou ser possível cooperar até com os concorrentes.

Sua relação de respeito com outras emissoras, como a TV Globo e a TV Record, e sua amizade com Gugu Liberato, mesmo após ele se tornar um “rival” profissional, são exemplos de como a cooperação pode coexistir com a competição.

Ele até incentivou talentos como a atriz Larissa Manoela a buscar novas oportunidades como atriz, falando que só a TV Globo poderia dar essa oportunidade.

Ele foi uma referência tão grande que todas as emissoras o homenagearam, tais como a Globo que fez uma linda homenagem de ser aplaudido em pé.

Vá em paz, Silvio Santos.

Obrigado por transformar a televisão e também por unir muitas famílias aos domingos.

Meu domingo está mais triste.

Sobre o autor

Crédito: Arquivo do site

Thierry Marcondes é engenheiro mecânico formado na Unicamp, fundador das startups Evolucar e Avitus.

O engenheiro descobriu que promover autonomia através da acessibilidade e responsabilidade socioambiental era seu propósito.

Lidera ainda Acessibilidade e Inovação na Accenture, é conselheiro das startups 2.5 Ventures e AUREM, e voluntário nos conselhos do Unicamp Ventures e Frotas e Fretes Verdes.

Thierry também acredita que os surdos revolucionarão o mundo e impulsionarão novas tecnologias.

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