Nos dias 07, 11, 18 e 25 de setembro de 2024 (sábado e quartas-feiras), sempre às 20h30, com entrada gratuita, o Coletivo Pedra Rubra inicia a temporada de reestreia do espetáculo teatral Engolindo Mágoas em Doses Homeopáticas, com apresentações no Centro Cultural da Diversidade, que fica na Rua Lopes Neto, 206, Itaim Bibi, na Zona Oeste de São Paulo–SP.
O espetáculo narra as histórias de vida detrês mulheres que vivem em décadas distintas, demarcando as nuances do tempo e da época em que cada uma delas está inserida.
Até que um dia, ao quebrar as barreiras do tempo cronológico, elas se cruzam e acabam percebendo que, independentemente do tempo em que se vive, todas as mulheres ainda caminham sob “olhos sociais” que ditam seus corpos, suas escolhas e suas atitudes.
E seguem engolindo, em doses homeopáticas, toda a dor que carrega uma mulher.
Mais do espetáculo

Engolindo Mágoas em Doses Homeopáticas retrata as opressões, abusos e violências que as mulheres sofrem no seu dia-a-dia através da linha do tempo traçada entre os anos de 1949, 1989 e 2024.
As dores e sofrimentos dessas mulheres são representadas também por pequenas doses que, poeticamente, gotejam no palco ao longo de todo o espetáculo, até o momento em que essas doses aumentam gradativamente.
Dentre tantos sofrimentos e dores, as personagens cometem ações extremas consideradas imorais e/ou ilegais.
Em razão disso, durante todo o espetáculo, essas mulheres são julgadas, seja pelo seu comportamento ou por suas atitudes, e o público oscila no exercício dos papéis de júri e espectador.
As ações fazem parte do projeto Mulheres do Corre — Das Lutas Inglórias Nasce o Sol de Todo Dia do Coletivo Pedra Rubra, contemplado na 42ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo — Secretaria Municipal de Cultura, com o qual o grupo celebra dez anos.
O objetivo do projeto é pesquisar e criar sobre essas “mulheres do corre”, partindo da pergunta: O que é ser uma mulher periferia na sociedade atual?, sendo este também o ponto de partida para o processo de criação e pesquisa do experimento cênico.
“Compreendemos que as ‘mulheres do corre’ são aquelas que vivem na margem, longe das regiões centrais e que trabalham, pagam conta, cuidam de filhos, da casa. Mulheres que têm seus próprios corpos e histórias como exemplos de resistência, a sua vida é uma luta diária, uma busca constante de se manter viva mesmo com tantos desafios e discriminações”, comenta o coletivo.
Buscando evidenciar os caminhos que essas mulheres percorrem, aquilo que atravessa seus corpos, suas vozes e pensamentos, o grupo optou por se afastar de referências eurocêntricas e de mulheres burguesas, para aprofundar o olhar para a verdadeira realidade das mulheres da periferia.