Mais um feito histórico para a Paraescalada brasileira.
Os paratletas Marina Dias e Igor Silva conquistaram no último dia 08 medalhas de Prata e Bronze na primeira etapa da Copa do Mundo de Paraescalada, disputada na cidade de Salt Lake City nos EUA.
A paratleta de Taubaté e atual campeã mundial de Paraescalada, Marina Dias, garantiu mais pódio no circuito mundial da modalidade, conquistando a sua sexta medalha na Copa do Mundo de Paraescalada.
Além de Marina, o carioca Igor Silva também disputou a final, terminando em terceiro lugar, na categoria RP3 Masculina.
Nas qualificatórias, disputadas na terça-feira (07/05), Marina se classificou para a final, empatada em primeiro com a paratleta Nat Vorel (EUA).
Marina foi a segunda a escalar, e alcançou a agarra 42, mas, não conseguiu superar a paratleta americana, que fez 45+, garantindo o segundo lugar no pódio.
Para Igor Silva, foi uma estreia espetacular.
O atleta carioca se classificou para a final em terceiro lugar, à frente do paratleta Frantisek Rys (CZE).
Nas finais Igor foi o segundo a escalar, e alcançou a agarra 28+, mesmo score do paratleta da República Tcheca, mas, com o resultado da qualificatória, Igor ficou em terceiro e com o bronze!
Os atletas, competiram na categoria RP3 Feminina e RP3 Masculina, para pessoas com comprometimento leve da força muscular e/ou alcance, em pelo menos um dos membros.
Marina Dias
Marina Dias é natural da cidade de Taubaté, São Paulo, e tem 41 anos.
Professora universitária, foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2009, doença que causou um comprometimento da força e coordenação do lado esquerdo do seu corpo.
Em 2018, começou a escalar e encontrou no esporte uma forma de manter um estilo de vida saudável, que tem garantido uma rotina com poucos surtos da doença, juntamente com o tratamento que retomou em 2020, após sua última crise.
Foi também em 2020 que Marina participou da sua primeira competição de Paraescalada, no Campeonato Brasileiro da categoria.
Desde então tem competido em todas as edições do brasileiro da modalidade.
Igor Silva
Igor Silva, é natural do Rio de Janeiro e pratica a escalada desde 2010.
É certificado como guia de escalada da Associação Brasileira de Guias de Montanha (ABGM) e além de trabalhar como guia de escalada, sempre se dedicou ao trabalho social através do esporte.
Após sofrer um acidente de escalada grave em 2022, apresentou limitações no punho direito.
Apesar de o acidente ter afetado sua vida cotidiana e sua prática na escalada, também trouxe muitas pessoas para o meu convívio, aprendizados e desafios, e abriu novas oportunidades.
Em 2023, Igor se classificou para o Campeonato Brasileiro de Paraescalada na categoria RP3 e se tornou campeão brasileiro.
Mais do esporte
A Paraescalada tem crescido no mundo com o fomento da Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC).
Inicialmente a IFSC promovia apenas o Campeonato Mundial a cada dois anos, mas, desde 2021, a modalidade ganhou um circuito de competições: a Copa do Mundo de Paraescalada.
Na Paraescalada os atletas são divididos em classes esportivas consoante ao tipo de limitação que apresentam.
Eles são classificados nestas classes após passarem por avaliação médica.
São quatro classes distintas, com subdivisões segundo o grau de severidade das limitações: a classe B é para atletas com limitação visual; a classe AL para atletas com amputação ou limitação severa dos membros inferiores; AU para atletas com amputação ou limitação severa dos membros superiores; e RP para atletas com comprometimento de força ou alcance em quaisquer dos membros.
A IFSC tem trabalhado intensamente para incluir a Paraescalada nos Jogos Paralímpicos de 2028 em Los Angeles.
A decisão final do comitê organizador dos jogos é aguardada para o mês de maio de 2024 e deve escolher apenas entre dois paradesportos: a Paraescalada e o Parasurf.
A Paraescalada ainda é uma modalidade em desenvolvimento no Brasil.
Mesmo com poucos atletas competindo no país, a ABEE mantém ativo o Campeonato Brasileiro para a categoria desde 2014, onde os atletas competem com isenção de pagamento de filiação e inscrição.
Por ainda não fazer parte do programa dos Jogos Paralímpicos, a ABEE não recebe recursos do Comitê Paralímpico Brasileiro para investir exclusivamente na Paraescalada, mas, já tem conversado com a entidade para buscar formas de fomentar a modalidade e financiar os paraescaladores brasileiros.