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Bate-papo com Trio Madera

O Trio Madera, que chega ao presencial com seis apresentações gratuitas e abertas ao público na grande São Paulo e no interior do estado, tem como principal objetivo difundir um repertório originalmente escrito para trio de cordas, mostrando a riqueza sonora dessa formação e suas possibilidades por meio de obras dos principais compositores da música erudita, e hoje você pode conhecer mais sobre o trio nesta entrevista.

Já sabemos que a cultura sofreu um impacto enorme na pandemia e ainda luta para se reerguer.

Contudo, um cenário inimaginável de crise sanitária também foi a alavanca para o surgimento de inúmeras ideias e projetos culturais.

Dentre eles está o Trio Madera de música erudita, atualmente formado por instrumentistas integralmente atuantes no cenário musical de São Paulo, capital e interior, que nasceu durante a pandemia a partir de projetos de gravações feitas remotamente.

Depois de um período atuando no ambiente online, as integrantes notaram uma sintonia e interação que poderia possibilitar apresentações efetivas e presenciais posteriormente, explorando tanto o repertório original para a formação, como um crossover com o repertório popular brasileiro e estrangeiro.

E hoje o trio formado por Mayra Pezzuti no violino, Elisa Monteiro na viola e Denise Ferrari no violoncelo apresenta um pouco de sua história neste bate papo com Denise Ferrari e Mayra Pezzuti.

Victor Hugo Cavalcante: Primeiro é um prazer poder recebê-las em nosso site, e gostaria de começar perguntando: Como surgiu a relação das integrantes do trio com a música e com o gênero proposto pelo trio?

Trio Madera/Denise Ferrari: Olá, o prazer é nosso, obrigada por este encontro.

As três integrantes têm formação em música erudita, somos formadas em conservatório e faculdade, todas temos experiências fora do país.

Eu fiz mestrado na Alemanha, a Mayra tem diploma na Itália e a Elisa estudou nos Estados Unidos e já participou de algumas turnês internacionais.

Tocamos em orquestras sinfônicas, já participamos de inúmeros festivais de música clássica, nos quais tivemos a oportunidade de trabalhar o repertório camerístico, então, temos muita afinidade com esse gênero e esse tipo de repertório.

Victor Hugo Cavalcante: Vocês levarão música erudita em seis apresentações gratuitas e abertas ao público na grande São Paulo e no interior do estado, o que podemos esperar destes eventos?

Denise F: A ideia é apresentar um repertório mais tradicional de música clássica, teremos três compositores alemães (foi coincidência, juro!) e nossa proposta é oferecer um pouco desse universo europeu ocidental tradicional que transita por Bach (período Barroco), Beethoven (Romantismo) e Max Reger (Romantismo), levando o público a uma viagem no tempo, em que encontramos toda a “matéria-prima” da nossa música moderna.

E é claro, existe um compromisso nosso em desmistificar a questão de que a música clássica não é elitista.

É simplesmente música. E pode ser apreciada por qualquer indivíduo.

Victor Hugo Cavalcante: Conforme dito anteriormente vocês levarão música erudita para além da grande metrópole de São Paulo, afinal, para vocês o quão importante é levar música erudita para as cidades do interior que muitas vezes não contam com teatro ou outros locais que possibilitem a criação ou apresentação de grupos de música erudita?

Denise F: É urgente a necessidade de nos afastarmos um pouco dos grandes Polos (como a capital e outras grandes cidades) e nos aproximarmos de locais que não têm uma cultura de formação de público.

Victor Hugo Cavalcante: Antes de cada concerto, vocês ministrarão um workshop (de fala aberta) atentando para a importância do trio como ferramenta de inspiração no cenário musical contemporâneo, como surgiu essa ideia de realizar essas atividades e qual a importância de, além de se apresentar, também falar sobre a música erudita?

Denise F: A conversa consegue aproximar os artistas do público.

Essa interação é necessária e sadia, pois dessa forma se cria um ambiente mais acolhedor.

Em geral, as pessoas respondem muito bem. Acho importante tanto para o público quanto para os artistas, pois todos se sentem mais à vontade e em um ambiente mais informal.

Victor Hugo Cavalcante: O Trio MADERA de música erudita nasceu durante a pandemia a partir de projetos de gravações feitas remotamente, como está sendo fazer esta transição do virtual para o real agora?

Denise F: O “ao vivo” é melhor, né?

Foi muito desafiador desenvolver um trabalho de gravações remotas, depois editar, cada um gravando em casa com uma base em um fone de ouvido, sem podermos ensaiar…

Sim, foi um período muito difícil… Voltarmos a nos encontrar, a ensaiar e ver a plateia foi sem dúvida um alívio para nós.

Com certeza é muito mais prazeroso podermos ter esse contato.

Victor Hugo Cavalcante: Quais músicos e grupos de música erudita nos quais vocês mais se influenciam e admiram e no que eles os influenciam?

Mayra Pezzuti: A maior influência com certeza é dos meus professores, mas, atualmente, procuro minha própria identidade e interpretação.

Victor Hugo Cavalcante: Dentro do cenário brasileiro de música erudita, vocês costumam acompanhar quais grupos e artistas? E sobre os estrangeiros, algum atual que tenha lhes chamado a atenção?

Mayra P: Geralmente tocamos em orquestras, durante nossa trajetória participamos de orquestras como Osesp, Teatro Municipal de São Paulo, OSUSP, entre outras, são trabalhos que acompanhamos.

As orquestras internacionais são sempre uma inspiração, não tenho nenhuma específica.

Victor Hugo Cavalcante: Quais as principais dicas que vocês dão para quem deseja algum dia ser um cantor erudito ou participar de bandas/orquestras?

Mayra P: Minha dica é persistir.

Não desistir na primeira dificuldade, já que participar de uma orquestra requer muitos anos de preparo físico e mental.

Victor Hugo Cavalcante: Conte-nos um pouco sobre como é a representatividade da música erudita na região onde moram?

Mayra P: Eu particularmente moro em São Paulo (capital), onde a música representa evolução tanto no âmbito da educação e entretenimento quanto no de conhecimento, vejo sempre novos grupos e projetos musicais excelentes, acredito que projetos como esse do Trio Madera expandam sempre a música ao alcance de todos.

Victor Hugo Cavalcante: Qual foi o show mais fantástico de todos que vocês já apresentaram?

Mayra P: Participamos de um festival em Jundiaí, o Concertos na Serra, depois de muitos meses de isolamento, foi fantástico para nós voltarmos a nos apresentar ao vivo.

Victor Hugo Cavalcante: Conte-nos o que podemos esperar para os próximos trabalhos além do que já foi comentado nas perguntas acima.

Mayra P: Para os próximos trabalhos e projetos gostaríamos de expandir sempre mais o repertório escrito para essa formação (trio de cordas), inclusive com peças brasileiras de compositores atuais.

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