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Escola infantil retira brinquedos para reinventar o brincar

Experimento da Escola Interpares em Curitiba mostrou como crianças desenvolvem criatividade e autonomia ao reinventar o brincar sem brinquedos prontos.

Foto de crianças da Escola Interpares em Curitiba brincando.

Crédito da foto principal: Dayse Campos.

A Escola Interpares, referência em Educação Infantil com abordagem sociointeracionista em Curitiba, está realizando um experimento pedagógico que vem transformando profundamente a maneira como as crianças brincam, interagem e criam sentido juntas.

Na última semana, a escola retirou 100% dos brinquedos prontos, uma decisão intencional para observar como os pequenos reorganizam o brincar quando não há objetos tradicionais à disposição.

No primeiro momento, a equipe pedagógica observou algo esperado: a frustração.

A ausência de brinquedos prontos exige reorganizar hábitos, lidar com o tédio e buscar novas formas de se relacionar com o espaço e com os colegas.

Poucos dias depois, porém, a transformação começou a acontecer.

As crianças passaram a criar suas próprias brincadeiras com materiais, móveis e elementos do cotidiano, convertendo bancos em escorregadores, tapetes em pistas, cadeiras em embarcações e o que antes era “comum” em possibilidades infinitas.

Segundo a diretora da Interpares, Dayse Campos, esse projeto faz parte de um estudo sobre autonomia, criatividade e construção coletiva do brincar.

“Na perspectiva sociointeracionista, o brincar não é um passatempo, é o principal meio de aprendizagem na infância.”

Ao ampliar os desafios e remover soluções prontas, as crianças passam a negociar, planejar entre si, testar hipóteses e criar narrativas próprias, habilidades essenciais para seu desenvolvimento.

“Quando tiramos os brinquedos, não tiramos o brincar. Pelo contrário, devolvemos às crianças o protagonismo de inventar. Estamos vendo surgir jogos, dinâmicas e interações que não apareciam quando tudo estava pronto. A criatividade floresce quando o espaço convida à invenção”, explica Dayse.

Os brinquedos foram devolvidos e o resultado, segundo a diretora, foi: crianças mais comprometidas com seus pertences, mais cuidadosas com o ambiente, com o outro e consigo mesmas.

“E o mais impressionante, crianças mais criativas, porque entenderam que o ato de brincar está dentro de si e a partir de si, qualquer objeto pode se transformar em brinquedo.”

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