“Temos que nos preparar para o fato que não estaremos preparados, porque não existe como se preparar para uma experiência dessa complexidade e que envolve alguém que você não conhece”, afirma Vera Iaconelli, psicanalista e mãe, em um trecho do documentário Do Laço ao Abraço — a parentalidade é feita de nós.
A produção integra um projeto multimídia que narra, em três formatos distintos: livro, exposição virtual e documentário, histórias reais sobre a parentalidade, abordando temas como adoção, atipicidades, UTI, racismo e crianças trans.
O lançamento ocorrerá no próximo dia 31 de agosto das 9h ao meio-dia, na Rua do Paraíso, 595, Paraíso, São Paulo–SP.
Idealizado pela Somos Mães, organização sem fins lucrativos de apoio e informação a gestantes e mães, a ideia do projeto surgiu antes da pandemia, ao constatar que havia muito conteúdo sobre maternidade nas redes sociais, mas que era ou excessivamente romantizado e fantasioso ou duro e exaustivo.
“O projeto Do Laço ao Abraçoatravessou uma pandemia e, finalmente, está pronto para nascer. Foram anos de expectativa, trabalho, muita pesquisa e um time entrosado para fazê-lo acontecer. Alguns participantes eu já acompanhava pelo Instagram há algum tempo e gostava das histórias. Então, buscamos famílias que pudessem representar a diversidade dos formatos familiares: as famílias ‘padrões’, pretas, atípicas, miscigenadas, enlutadas, homoafetivas, solo e vulneráveis”, destaca Acácia Lima, idealizadora do projeto e fundadora da Somos Mães.
Com dezenas de participantes, o documentário traz histórias de pessoas anônimas e famosas, que compartilham como as mudanças trazidas pela chegada de uma criança fazem com que pais e responsáveis enfrentem diversos desafios, medos e culpas.
Uma das participantes é a atriz e mãe de duas meninas, Samara Felippo, que confessa:
“Depois que me tornei mãe, um dos meus medos foi o de morrer”.
Além dela, o documentário conta com a presença da atriz e mãe de três crianças, Isabel Fillardis; do professor e escritor italiano Domenico de Masi (falecido em setembro de 2023); do psicólogo Alexandre Coimbra do Amaral, da ativista Caterina Rino e da professora e psicanalista Vera Iaconelli.
“Como diz uma de nossas entrevistadas, falar de maternidade é um ato político. Eu era mãe de um menino de quatro anos e de uma menina de seis meses quando entrei no projeto. Ao longo do processo, senti o abraço de que eu precisava, ouvindo cada uma das tantas pessoas ouvidas. E agora, às vésperas de botar esse filho no mundo (o documentário), o desejo é de ser abraço. Queremos ser o abraço necessário para cada mãe, cada pai, cada cuidador que nos assistir”, complementa Letícia Fagundes, roteirista e produtora do documentário Do Laço ao Abraço.
Famílias reais participaram do projeto
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 2,5 milhões de crianças nasceram no Brasil em 2022.
Apesar de o número de nascimentos estar em queda em cerca de 3,5% comparando com o ano anterior, são mais de sete mil bebês que chegam ao país todos os dias.
Essas novas crianças estão espalhadas pelos mais variados formatos familiares e condições socioeconômicas e culturais.
Assim como a pluralidade de lares brasileiros, o projeto também irá apresentar famílias com diferentes perfis, mas com jornadas, buscas e aprendizados semelhantes.
O documentário conta histórias que vão desde gestantes, parentalidade homoafetiva, pais de adolescentes, adoção até o luto.
Ao todo, o projeto resultou em mais de 40 horas de gravações.
A produção será disponibilizada em plataformas de streaming, e o material que não foi incluído no documentário será futuramente liberado em forma de capítulos extras nas redes sociais e no YouTube do projeto.
Exposição e livro
No mesmo dia da estreia do documentário, também serão lançadas uma exposição virtual e o livro Somos Mães de Primeira Viagem, que vão oferecer ao público recortes de experiências por meio de autorretratos maternos e textos pessoais.
O livro, disponível em formato virtual na loja da Amazon, segue a mesma ideia do documentário, com histórias de mais de 30 personagens que não estão no filme, e textos de profissionais como Sarah Lopes Nunes, psicóloga junguiana; Dr.ª Renata Scatena, pediatra; Dr.ª Filomena Melo, responsável pela UTI Neonatal da Maternidade Santa Joana, Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução Humana, entre outros.
A venda física do livro terá uma quantidade limitada de exemplares e estará disponível no site da Somos Mães.
Já a exposição virtual tem o objetivo de contar histórias por meio de imagens e também estará disponível no site da Somos Mães.
Com autorretratos de mães feitos a partir de dois workshops com a fotógrafa materna Juliana Vasconcelos, a exposição transmite todo o sentimento envolvido na maternidade.
Juliana, juntamente com Isabel Roth, curadora da exposição, trazem visões diferentes e sensíveis sobre o que é ser mãe.
Projeto incentivado
Incentivado pela Lei Rouanet e realizado por meio do Ministério da Cultura, pelo Governo Federal, o projeto Do Laço ao Abraço conta com o patrocínio da Bayer S.A., que tem a responsabilidade social como um de seus pilares estratégicos.
“Nós queremos, cada vez mais, ampliar nossa escuta e entender as necessidades, as dores e as expectativas da sociedade. Em especial, o projeto Do Laço ao Abraço, que traz luz para a relação da família e destaca que esse abraço é tão importante e é o berço de tudo”, afirma Malu Weber, vice-presidente de comunicação da Bayer.
O Hospital e Maternidade Santa Joana também é apoiador e patrocinador do projeto antes mesmo dele ser aprovado pelos órgãos federais.
“Nós escolhemos o projeto Do Laço ao Abraço para patrocinar porque o Santa Joana, como uma instituição voltada à saúde da mulher, da gestante e do bebê, acredita que todos merecem acesso à saúde de qualidade e à informação de qualidade. Nós tivemos o privilégio de acompanhar desde o início o projeto e vemos que ele foi construído com tanto carinho e dedicação”, comenta Juliana Amaro, diretora de marketing.
