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Histórias de mulheres poderosas invadem Teatro Ruth Escobar

Espetáculos destacam o poder feminino no cangaço, na religião e nas artes, espelhando a crescente participação da mulher na sociedade.

Foto das atrizes que intrepretam 3 grandes mulheres em diferentes espetáculos no Teatro Ruth Escobar.

No da 18 de agosto, São Paulo se rendeu a uma dama de quase noventa e cinco anos que reuniu 15.000 pessoas para uma leitura dramática.

A dama: Fernanda Montenegro, primeiro nome do teatro nacional, a leitura: A Cerimônia do Adeus da igualmente autora feminista Simone de Beauvoir.

Com esse fato se consolida a projeção que a mulher vem cada vez mais ocupando, rainhas das suas questões, vigilantes na causa de que, os abusos contra seus símbolos jamais se repitam na sociedade futura.

Mas se a beleza feminina já foi inspiração para música, quadros e fotos, o teatro não poderia mesmos ficar de fora, a ribalta se ilumina, para contar a história de mulheres, que defenderam o seu espaço com unhas, dentes e claro, com muito charme e sedução.

Batizado com o nome de uma mulher que se tornou símbolo do empreendedorismo cultural, o Teatro Ruth Escobar em setembro, apresentará três espetáculos, onde a protagonista é uma mulher, se defendendo do monopólio machista, sem nunca esquecerem as suas prerrogativas de mãe, amante e rainha da sua família.

Vamos aos espetáculos e as suas mulheres em destaque:

Maria, a bonita

Maria Gomes de Oliveira ou Maria Bonita, nasceu na Bahia, foi casada, mulher do lar, abandonou tudo para seguir a vida do cangaço, ao lado de seu companheiro Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião.

Primeira mulher a integrar o cangaço, a encenação da Companhia Àgata de Artes, com texto de Silvio Tadeu, apresenta a atriz Gigi Santos encarnando a personagem título, trazendo momentos da sua infância, do primeiro casamento, do encontro com Lampião, o nascimento da primeira filha, perseguição e morte pela polícia do estado de Sergipe.

Traz ainda a participação especial do músico e cantor Alexandre Cuba.

A insubordinação da personagem diante do machismo da época também é discutida, não obstante, a data de nascimento da personagem coincide com a data de comemoração do Dia Internacional da Mulher, embora haja controvérsias se Maria Gomes nasceu mesmo nesse dia.

Música, interpretação e muita interatividade marcam a encenação, inspirada em uma personagem genuinamente brasileira.

Marilyn, por trás do espelho

Através da história de Marilyn Monroe, estrela mundial do cinema e mulher-ícone do século XX, a peça convida a uma reflexão sobre solidão e depressão, temas atuais e urgentes no mundo contemporâneo, especialmente com o advento da pandemia mundial.

Marilyn, por trás do espelho investiga uma Marilyn menos conhecida, para além do glamour que a eternizou.

A mulher por trás do espelho, com que muitas mulheres, e por que não homens, se identificam.

Os medos, a solidão, o desejo de ser mãe, a luta pelo reconhecimento na carreira, o abandono, os relacionamentos abusivos, a baixa autoestima, temas universais que se conectam com o público.

Nascida Norma Jeane Mortenson em 1º de junho de 1926, Los Angeles, Marilyn Monroe tornou-se uma das maiores estrelas de cinema de Hollywood e um dos maiores símbolos sexuais do século XX, imortalizada pelos cabelos loiros e curvas generosas.

O espetáculo solo da atriz Anna Sant’Ana tem direção de Ana Isabel Augusto, encenadora portuguesa com mais de 25 anos de experiência, diretora-fundadora do grupo de teatro do ISCTE-IUL, de Lisboa, em atividade há mais de 20 anos.

Ana Isabel veio ao Brasil especialmente para dirigir a montagem.

Terreiro dos aflitos

Cena do espetáculo Terreiro dos Aflitos.
Crédito: Rita Araujo

Esse é o único espetáculo que se propõe a trazer o protagonismo feminino com uma personagem fictícia, embora inspirada na história real de Mãe Bernadete, uma ialorixá, ativista e líder quilombola brasileira, assassinada em 17 de agosto de 2023.

Na cidade de Aracati, Mãe Anya, interpretada pela atriz Ju Camata, que colabora com o texto e direção, luta contra a prepotência de Jesus dos Santos, um empresário que quer destruir o Terreiro dos Aflitos, para construir um grande mercado de carnes.

Ao contrário do que se possa imaginar, a mãe de santo recebe apoio da igreja, na pessoa de Padre Francisco, mas a situação se agrava com o assassinato de seu filho adotivo, Zola.

Além da força da mulher e mãe representada em Anaya, o texto discute a intolerância religiosa, ao expor o preconceito contra as religiões de matriz africana, que traz mulheres como líderes em sua maioria.

Desconto nos espetáculos

Assim, quem quiser se abastecer de um pouco mais de informações sobre a luta e ascensão das mulheres na sociedade, basta escolher um dos espetáculos.

Assistindo a um deles, você poderá obter desconto de 50% para assistir aos outros, uma vez que o Teatro Ruth Escobar, administrado pela APETESP (Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo), concede o Cartão Fidelidade, dando desconto em todas as salas da sua rede, incluindo o Teatro Maria Della Costa.

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