“A letra de Do Colostro ao Osso é talvez a que melhor resuma o disco”, conta o mineiro Arthur Melo sobre a terceira faixa a antecipar o seu quarto álbum solo: Mirantes Emocionais, que já está com pré-venda do vinil ativa.
A música (veja ao lyric vídeo mais abaixo), que foi lançada ontem (13) pelo selo londrino Wonderfulsound, foi a última a ser composta e sintetiza a busca do disco por conexão e pertencimento em um mundo acelerado e digital.
E, como lado B do single, Arthur disponibiliza também a canção Saídas.
Com letra repleta de metáforas, o eu lírico de Do Colostro ao Osso chega à constatação de que “o amor é dez, amar é uma merda”.
“Há muitas imagens com diferentes significados ao longo da música que podem ser interpretadas de muitas maneiras. A temática inicial é o amor, mas há outras, como a exploração de recursos do planeta e o apego extremo a coisas materiais”, explica Arthur.
O artista revela que, entre as 11 canções que compõem o álbum, esta é a que mais bebe da fonte de referências do punk rock, enquanto as outras músicas estão mais próximas dos gêneros MPB, bossa nova, indie pop e rock psicodélico.
Do Colostro ao Osso traz inspirações que passam por Velvet Underground, T-Rex e Misfits, e também pelo grupo brasileiro Oruã, e pelo indie rock do início dos anos 2000.
Os acordes simples de baixo e guitarra com distorção contrastam com o jeito suave de cantar adotado pelo artista, reafirmando a proposta do disco de inserir elementos que não pertencem ao estilo predominante da música, fugindo de estereótipos.
A faixa tem coprodução de Arthur Melo e Lucca Noacco, Theodora Viana na bateria, e mixagem do renomado produtor musical Kassin.
Capa e lyric video
A capa e o lyric video se aprofundam no universo visual do álbum, já apresentado nos dois singles anteriores, em que predomina a glitch art.
“Por ser a música mais colorida e animada do disco, o Artur Souza, que é quem assina a identidade visual, pensou nessa ser a capa mais colorida, com um frame do lyric que talvez seja capaz de resumir a intenção da faixa de maneira visual”, comenta Arthur Melo.
Já sobre o lado b, Saídas, Arthur comenta:
“Saídas foi a primeira faixa do disco que comecei a trabalhar em meados de 2020, ela era um resquício de ideia para o meu último disco, Adeus, que acabei não usando na época e assim ela entrou nesse disco novo”.
Musicalmente, Arthur conta que tem muita influência de bossa nova e de baladas:
“Lembro que na época que a escrevi ouvia muito Edu Lobo e Ivan Lins”.
Ela, junto à música De Toda Sorte, é a faixa que no disco mais explora o silêncio utilizando de preenchimentos de phaser e outros efeitos na bateria e de guitarras mais etéreas.
Quanto à escolha da faixa para ser o lado b de Do Colostro ao Osso, ele diz:
“Acho que a escolha dela para ser o lado b deste single foi de ter uma faixa com mais influências de música brasileira em contraponto a Do Colostro ao Osso, a qual é bem voltada para o rock, acho que esse contraponto entre elas seria legal”.