O SESI Itapetininga apresenta a exposição J. Borges — O Mestre da Xilogravura, no período de 15 de setembro a 25 de novembro, com acesso gratuito.
O imaginário popular do Nordeste está presente em símbolos e figuras talhadas pelo artista, atualmente, com 87 anos.
Com curadoria de Ângelo Filizola, a exposição traz uma coletânea de 44 xilogravuras, sendo oito delas inéditas (com suas respectivas matrizes), junto às 28 obras mais importantes da carreira de J. Borges.
Os temas retratados simbolizam a trajetória de vida do artista considerado pelo dramaturgo Ariano Suassuna como o “melhor gravador popular do Brasil”.
Os visitantes vão apreciar obras de diversas fases de sua história, identificadas pelos temas: Viagem a Trabalho e Negócios, Serviços do Campo, Plantio de Algodão, Forró Nordestino, Plantio de Cana, Feira de Caruaru, Carnaval em Pernambuco e Festa dos Apaixonados.
A poesia popular também tem lugar na exposição: um espaço dedicado especialmente à literatura de cordel.
Cordelista há mais de 50 anos, os versos de J. Borges tratam do cotidiano do agreste, de acontecimentos políticos, de fatos lendários, de folclóricos e pitorescos da vida.
“Estou muito alegre com essa exposição sobre meu trabalho na xilogravura. E eu ainda quero viver bastante, e o que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. Minha obra é aquilo que eu vejo, aquilo que eu sinto”, comenta J. Borges, patrimônio vivo de Pernambuco, título concedido pelo Estado.
Borges já expôs na França, Alemanha, Suíça, Itália, EUA, Venezuela e Cuba, deu aulas na França e nos EUA, ilustrou livros em vários países, tendo sido destaque no The New York Times.
A exposição J. Borges — O Mestre da Xilogravura traz ainda duas obras assinadas por Pablo Borges e Bacaro Borges, filhos e aprendizes do artista, além da exibição de uma cinebiografia sobre vida e obra de Borges, assinada pelo jornalista Eduardo Homem.
J. Borges desenha direto na madeira, equilibrando cheios e vazios com maestria, sem a produção de esboços, estudos ou rascunhos.
O título é o mote para criar o desenho, onde as narrativas próprias do cordel têm espaço na expressiva imagem da gravura.
O fundo da matriz é talhado ao redor da figura que recebe aplicação de tinta, tendo como resultado um fundo branco e a imagem impressa em cor.
As xilogravuras não apresentam uma preocupação rigorosa com perspectiva ou proporção.
A originalidade, irreverência e personagens imaginários são notáveis nas suas obras.
Os temas mais recorrentes em seu repertório são o cotidiano da vida simples do campo, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos, a religiosidade, a picardia, enfim todo o rico universo cultural do povo nordestino.
A gerente de Cultura do SESI-SP, Debora Viana, reforça a importância desta exposição integrar o circuito das mostras itinerantes nos Espaços Galerias.
“Com a iniciativa, que começa em Campinas, reforçamos o compromisso que a instituição possui de fomentar o cenário cultural e artístico por meio do acesso do público a obras, ao processo criativo de artistas nacionais e internacionais, à reflexão e à experimentação. Para o SESI-SP, é de extrema importância a formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso à cultura gratuitamente. É por isso que desenvolvemos e realizamos projetos das mais diversas áreas e convidamos o público a entrar de cabeça no universo do conhecimento e da arte”, declarou.
Com produção e idealização da Cactus Promoções e Produções, a exposição J. Borges — O Mestre da Xilogravura foi apresentada nas unidades do SESI em Campinas e São José do Rio Preto, em 2023.