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Ricardo Cappra analisa a era da IA no trabalho em livro

Com o livro Híbridos, fundador do Cappra Institute analisa como a inteligência artificial transforma o trabalho, a ética e a identidade no século 21.

Foto do autor.

Crédito da foto principal: Divulgação/Alta Books/Ricardo Cappra.

A inteligência artificial deixou de ser promessa futurista e se tornou parte inseparável da vida humana.

No trabalho, nas decisões estratégicas e até na forma como se entende identidade e autonomia, algoritmos já desempenham papéis decisivos.

É nesse cenário que surge a reflexão de Híbridos: o futuro do trabalho entre humanos e máquinas, obra em que o filósofo e cientista de dados Ricardo Cappra, referência internacional em cultura analítica, apresenta um olhar inédito sobre a convivência entre pessoas e máquinas.

Publicado pelo selo Actual, da editora Alta Books, o livro mergulha na interdependência entre humanidade e máquina e nas consequências éticas, sociais e filosóficas dessa convivência.

Cappra mostra que a IA não substitui o homem, mas transforma o trabalho e a forma como se entende a identidade e as noções de autonomia.

Para o autor, já não é possível pensar o ser humano como uma consciência isolada, e sim como parte de um sistema ampliado: seres híbridos em simbiose com máquinas, dados e algoritmos, capazes de moldar a tomada de decisões, memórias e até a noção de tempo.

Diferente de outros livros sobre inteligência artificial que se concentram em previsões tecnológicas, Híbridos propõe uma reflexão sobre como a tecnologia redefine o próprio significado de ser humano no século 21.

Ao invés de perguntar “quais empregos vão desaparecer?”, Cappra convida o leitor a refletir sobre que tipo de humanidade queremos preservar em meio à automação.

O resultado é uma leitura acessível, provocadora e essencial para profissionais de todas as áreas que desejam compreender e atuar com consciência nesse novo cenário.

Com a IA assumindo funções analíticas e estratégicas, o trabalho humano pode se concentrar mais nas competências relacionais, como a liderança, a criatividade e a empatia ou, ao contrário, ser cada vez mais subordinado a uma lógica algorítmica.

Essa nova organização exige uma reavaliação das estruturas organizacionais, questionando como as decisões estratégicas e as responsabilidades devem ser distribuídas entre humanos e máquinas.

(Híbridos, p. 144)

Híbridos também apresenta um panorama crítico ao conectar filosofia, tecnologia e ensinamentos práticos a conceitos clássicos de divisão do trabalho.

Embasado em pensadores como Émile Durkheim, Donna Haraway e Yuval Harari, o autor aborda temas centrais da atualidade: a redefinição de competências humanas, os riscos da justiça algorítmica, os dilemas do transumanismo e a urgência de discutir bem-estar, inclusão digital e saúde mental diante da automação.

Para o autor, ao mesmo tempo em que a IA amplia a performance e a produtividade, ela também aumenta a pressão e os riscos de exaustão.

É por isso que este lançamento defende o equilíbrio entre eficiência e bem-estar, propondo que a tecnologia seja usada como amplificadora das capacidades humanas, e não como substituta delas.

O livro também alerta para o desafio da inclusão digital: se não houver políticas públicas e acesso democratizado, a IA pode aprofundar desigualdades sociais e econômicas.

Ricardo Cappra é fundador do Cappra Institute, think tank internacional dedicado à cultura analítica e transformação organizacional.

Cappra é reconhecido como uma das principais vozes sobre o impacto dos dados nos negócios e na sociedade e já liderou projetos globais de ciência de dados.

Em Híbridos, o escritor reúne mais de duas décadas de experiência para defender que o futuro do trabalho não é ‘humanos contra máquinas’, mas sim uma integração responsável e consciente entre ambos.

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