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Parques acessíveis ampliam o contato de PcDs com a natureza

Com iniciativas inclusivas que vão de cadeiras adaptadas a percursos sensoriais, conheça parques brasileiros que reforçam que bem-estar também é acessibilidade.

Foto de oessoa com deficiência caminhando em um dos parques.

Crédito da foto principal: Fernando Tatabiga/ICMBio.

No dia 3 de dezembro, foi celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, data que reforça a importância de promover direitos, oportunidades e acessibilidade para toda a população.

De acordo com dados preliminares da amostra do Censo 2022, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país contava com 14,4 milhões de pessoas com deficiência, equivalente a 7,3% dos 198,3 milhões de brasileiros com dois anos ou mais.

“Os parques e unidades de conservação (UCs) promovem uma conexão profunda com a natureza, e estar imerso nesses ambientes traz benefícios comprovados para a saúde física e mental. Mas, para que essas experiências alcancem toda a população, é preciso eliminar as barreiras de acesso — até mesmo nas áreas verdes”, comenta Renata Mendes, diretora executiva do Instituto Semeia — organização filantrópica sem fins lucrativos dedicada ao fortalecimento do desenvolvimento socioeconômico sustentável de parques e unidades de conservação.

Como tornar os parques naturais acessíveis?

“A relação com ambientes naturais envolve desafios físicos como trilhas, escaladas e caminhadas. É possível criar experiências inclusivas que permitam a participação de pessoas de diferentes perfis, incluindo idosos, crianças e pessoas com deficiência”, afirma Renata.

As trilhas sensoriais, por exemplo, podem ser feitas em praticamente qualquer ambiente natural, aproveitando os caminhos, a flora e a fauna do local.

O ideal é passar por caminhos que ofereçam texturas, aromas e sensações distintas para quem participa da atividade.

“É um trajeto onde o toque em árvore, o cheiro das plantas e a brisa do vento trazem percepções únicas em meio ao ambiente natural”, comenta.

Na caminhada interpretativa, a ideia principal é estimular o cérebro ao mesmo tempo em que se vivencia o ambiente natural.

Existem diversas formas de se propor esta interpretação do ambiente.

Uma delas é olhar um parque natural e o entorno dele, buscando compreender as interações humanas com o ambiente, os aspectos visíveis da conservação de um ambiente natural, as diferenças nos sons e também o que não se percebe tão facilmente.

Outra maneira é estar em um local específico no parque e encontrar pontos de informação sobre os elementos: árvores, sons de pássaros, tipo de solo, plantas, flores, águas e o que mais tiver no local — e estimular a conversa e as percepções sobre eles.

“As caminhadas interpretativas, por meio de recursos sensoriais como som e descrição detalhada, são uma forma eficaz de aproximar as pessoas dos parques naturais e de valorizar a interação delas com atividades ao ar livre, especialmente para pessoas com deficiência visual”, reforça a porta-voz.

Confira abaixo cinco parques naturais que investem em acessibilidade:

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO): O parque dispõe de um serviço de transporte interno, facilitando o acesso de pessoas com mobilidade reduzida a um dos principais atrativos da unidade, as Corredeiras.

Outra opção do parque é a Julietti, cadeira de rodas adaptada desenvolvida para a prática de montanhismo que permite o acesso a diversas trilhas.

Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ): Com trilha suspensa, caminho que permite a passagem de cadeira de rodas e também facilita o acesso para pessoas com outras dificuldades de locomoção, em meio à floresta, proporciona ao visitante uma experiência ímpar de imersão na floresta.

O passeio permite contato com espécies da flora e da fauna, além de uma experiência mais ampla com a área.

Parque Nacional do Itatiaia (SP/RJ/MG): O Parque é finalista do prêmio Natureza sem Barreiras: Itatiaia Acessível, que reconhece a inauguração da Cachoeira Camapuã, a primeira cachoeira acessível do Rio de Janeiro e a segunda do Brasil.

Ela conta com infraestrutura adaptada, como corrimãos ao longo do percurso e rampa de acesso à água para pessoas que utilizam cadeira de rodas, além de melhorias no terreno para facilitar a passagem.

A iniciativa se soma a outras ações que fortalecem a acessibilidade no Itatiaia, como o Caminho Acessível do Voluntariado, o Bosque Sensorial Acessível, a Alameda Conectar e a qualificação do Centro de Visitantes, que agora dispõe de audiodescrição, Libras, Braille e recursos visuais acessíveis.

Parque Nacional da Tijuca (RJ): possui uma trilha adaptada para permitir que pessoas com deficiência vivenciem a floresta tropical.

Conhecida como Caminho Dom Pedro Augusto, ela liga duas construções históricas, o Barracão e o restaurante Os Esquilos.

O caminho proporciona contato direto com a floresta e conta com um cabo guia para deficientes visuais, que passa bem próximo de elementos naturais, proporcionando experiências táteis e olfativas com troncos e folhas, por exemplo.

Parque Estadual Serra do Mar/Caminhos do Mar (Núcleo Caraguatatuba/SP): A trilha acessível, inaugurada em 2019, foi projetada prioritariamente para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

O parque oferece entrada gratuita para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida (e acompanhantes), além de caminhos pavimentados, como a histórica Estrada Velha de Santos, que permite passeios em cadeira de rodas.

Algumas trilhas, como a da Cachoeira da Torre, exigem agendamento prévio, e atrações como a tirolesa Voo da Serra também são acessíveis, proporcionando experiências de aventura sem barreiras físicas.

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