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Mais de 130 milhões de pessoas são infectadas todos os anos por IST

Testes moleculares de alta sensibilidade possibilitam diagnóstico de condições assintomáticas e evita transmissão para parceiros sexuais.

Crédito: Adobe

Todos os dias, mais de um milhão de casos de infecções sexualmente transmissíveis (IST) curáveis atingem pessoas entre 15 e 49 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A falta de tratamento das IST pode prejudicar muito a qualidade de vida dos pacientes, gerando consequências crônicas e graves à saúde, que incluem infertilidade, gravidez ectópica, doenças neurológicas e cardiovasculares, natimortos e aumento do risco de contrair HIV.

A OMS estima que 131 milhões de pessoas são infectadas anualmente pela clamídia em todo o mundo, o que a torna a IST com maior prevalência global.

Essa infecção atinge especialmente a uretra e os órgãos genitais, mas pode acometer a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares em casos mais graves.

Além do seu potencial para causar infertilidade masculina e feminina, ela pode ser transmitida da mãe para o feto e provocar parto prematuro ou aborto quando mulheres grávidas apresentam a infecção ativa.

Geralmente, a clamídia é assintomática, dificultando o diagnóstico e o tratamento.

Quando há sintomas, os mais comuns são dores ou ardor ao urinar, aumento do número de micções e presença de secreção fluida.

Gonorreia

Já a gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e infecta especialmente o epitélio da uretra, o colo do útero, o reto e a faringe.

Estimativas da OMS apontam que, a cada ano, há 87 milhões de novos casos de gonorreia no mundo e, assim como a clamídia, ela também pode ser transmitida para fetos e provocar complicações durante a gravidez.

Os sintomas causados pela gonorreia incluem dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções, dor pélvica, presença de secreção, mas a infecção também pode ser assintomática. 

Mycoplasma genitalium

Uma IST frequentemente confundida com a clamídia e a gonorreia é a Mycoplasma genitalium.

Embora seja menos conhecida, ela tem gerado preocupação entre médicos devido à sua resistência a antibióticos.

mycoplasma genitalium também pode ser transmitida de maneira vertical, sendo associada a complicações genitais, como inflamação do colo do útero, doença inflamatória pélvica e, em casos mais graves, infertilidade.

Quando os sintomas são perceptíveis, os principais são sangramentos, dor ou ardor ao urinar, dor pélvica e presença de secreção. 

Tricomoníase

Outra IST comum em todo o mundo é a tricomoníase: somente no Brasil, são 4,3 milhões de novos casos anuais.

A infecção é provocada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, localizado no trato urogenital masculino e feminino.

Nas mulheres, ele pode ser encontrado na vagina e na uretra, enquanto nos homens pode ser localizado na uretra, próstata e epidídimo.

De maneira geral, as mulheres são mais afetadas pela tricomoníase e, entre os homens acometidos, é comum a resolução espontânea da infecção.

“Nos homens costuma ser assintomática, enquanto nas mulheres quase sempre causam sintomas, mas eles podem demorar a aparecer, dificultando saber quando foi a contaminação”, explica Mariana.

Ela correlaciona-se à vaginite, cervicite e uretrite, ruptura prematura de membranas e parto prematuro em mulheres grávidas.

A tricomoníase também pode aumentar o risco de aquisição e transmissão de HIV em mulheres.

Vaginose

A vaginose afeta mais de dois milhões de mulheres brasileiras anualmente.

Mesmo assim, 49% delas nunca ouviu falar na infecção, apontou uma pesquisa conduzida pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC) em 2022, que foi encomendada pela Gino-Canesten, marca de medicamentos da farmacêutica alemã Bayer contra a vaginose.

“Embora o corrimento seja o sintoma mais frequente, quase a metade das mulheres com vaginose bacteriana são completamente assintomáticas. É a principal causa de corrimento vaginal”, afirma Mariana Gonzaga, ginecologista e obstetra da Unimed Franca.

A infecção é ocasionada por alterações na microbiota da vagina, um desequilíbrio resultante na redução do número de lactobacilos (bactérias boas) e em um excessivo crescimento de múltiplas bactérias aeróbicas (bactérias ruins), sendo que a principal delas é a Gardnerella vaginalis.

Suas características clínicas incluem corrimento vaginal com odor fétido (semelhante a “peixe podre”), mais acentuado após a relação sexual e durante o período menstrual, corrimento vaginal branco-acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso e algumas vezes bolhoso.

Candidíase

De maneira similar à vaginose, a candidíase é a segunda causa mais frequente de corrimento vaginal e ocorre devido ao desequilíbrio da flora vaginal.

Por isso, é comum que ambas as condições sejam confundidas, mas a candidíase é causada pela proliferação desordenada de lactobacilos, responsáveis pela produção de ácido lático e pela manutenção do pH ácido da vagina.

Normalmente provocada por um fungo oportunista comum (C. albicans) encontrado nas superfícies da mucosa humana, a candidíase pode acarretar infecções, principalmente em pacientes imunocomprometidos.

Segundo Mariana, existem alguns fatores que podem favorecer sua proliferação intensa, como gravidez, diabetes, obesidade, estresse, uso de antibióticos ou corticoides, hábitos de higiene e vestuário inadequados e contato com substâncias alérgenas ou irritantes.

“Essa proliferação anormal pode provocar um corrimento branco e grumoso (que lembra nata de leite ou queijo coalhado), e costuma ser acompanhado por prurido (às vezes, muito intenso) e ardência genital. Também podem surgir dor no ato sexual e para urinar (quando a urina entra em contato com a vulva no início da micção)”, explica.

Diagnóstico com precisão e agilidade

Os testes moleculares são grandes aliados para realizar o diagnóstico de IST e conseguem detectar diversos patógenos de maneira simultânea em uma única amostra coletada do paciente. Isso é importante, principalmente, porque há infecções, como a clamídia e a gonorreia, assintomáticas que podem provocar danos ao paciente.

Esse método também é muito mais vantajoso em relação aos diagnósticos tradicionais ao gerar resultados precisos, ágeis e com alta sensibilidade para a detecção correta dos agentes infecciosos.

Dessa maneira, os pacientes recebem um tratamento eficaz, rápido e assertivo, o que também previne a disseminação das IST para parceiros sexuais.

Preocupada em proporcionar as melhores tecnologias do mercado aos profissionais de saúde, a Mobius, empresa que desenvolve e comercializa produtos destinados ao segmento de medicina diagnóstica, lançou um novo exame de biologia molecular para detectar a clamídia, a gonorreia e o mycoplasma genitalium.

Kit Multi IST CNM é um ensaio de PCR em tempo real altamente preciso e que oferece um resultado em poucas horas.

Com isso, o paciente realiza o tratamento adequado, evitando o uso excessivo de antimicrobianos e aumenta a eficácia da resposta clínica antes que os sintomas se tornem crônicos. 

Outro exame de biologia molecular que a empresa está lançando é o Kit Multi CGT para a detecção da candidíase, a tricomoníase e da vaginose, que possui as mesmas qualidades do Kit Multi IST CNM e oferece confiabilidade e segurança para médicos e pacientes.

“Os exames de biologia molecular são ferramentas muito úteis em casos de difícil diagnóstico, casos atípicos, que não respondem ao tratamento habitual ou persistentes/recorrentes. São especialmente importantes na pesquisa de casos de clamídia e gonococo, tendo alta sensibilidade e especificidade”, finaliza a médica.

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