Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam alguma deficiência auditiva/surdez.
Essa porcentagem significa que mais de 10 milhões de cidadãos possuem a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada.
Estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda revela que 9% das pessoas com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que metade foi antes dos 50 anos.
Para alertar as pessoas sobre o assunto existe o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, em 10 de novembro.
A otorrinolaringologista Juliane Tuma, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, conta que vários fatores levam as pessoas a adquirirem problemas auditivos.
“Exposição por períodos prolongados a ruídos intensos, uso indiscriminado de fones intra-auriculares com volume muito alto e trauma acústico, como rojões, sons intensos em aparelhos de alto-falante, trios elétricos, carros de som, etc.”.
A especialista destaca alguns cuidados para a prevenção da surdez.
“Evitar uso de hastes flexíveis (tipo cotonetes) que podem, além de lacerar o conduto auditivo externo, perfurar a membrana timpânica; evitar exposição a altos ruídos, principalmente por longos períodos e evitar o uso de medicações ototóxicas, ou seja, que podem prejudicar o sistema auditivo. Além disso, levar um estilo de vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos sempre ajuda”, afirma.
Como perceber
Juliane Tuma detalha o que observar para saber se possui algum problema de audição.
“Nos adultos eles conseguem perceber quando há uma diminuição na acuidade auditiva. Além disso, muitas vezes as pessoas escutam, mas não entendem, ou seja, não compreendem o que está sendo dito. Nas crianças em idade escolar deve-se observar o desempenho e se há alguma dificuldade no aprendizado. Em bebês existe o ‘teste da orelhinha’, o qual é um exame de triagem feito nos primeiros meses de vida”, explica.
“Com qualquer alteração percebida deve-se procurar um otorrinolaringologista que encaminhará para avaliação fonoaudiológica e a realização de exames complementares.”.
Segundo a médica, nem sempre é possível recuperar o que foi perdido.
“Depende do tipo de perda auditiva, existem vários tipos: perda auditiva condutiva ou de condução; perda auditiva mista, perda auditiva neurossensorial, PAIR (perda auditiva induzida por ruído), entre outras. Em todos os casos a avaliação multidisciplinar com otorrino e fonoaudiólogo deve ser realizada. Para cada tipo de perda, uma conduta diferente deverá ser tomada, mas algumas perdas são irreversíveis”, pontua ela, detalhando que entre os tratamentos estão cirurgias, uso de próteses/aparelhos auditivos e uso de medicação específica.