João Pedro é um adolescente brasiliense que, apesar de ter uma boa família e uma situação financeiramente estável, sente-se deslocado da realidade.
Inseguro, ele não tem muitos amigos, tampouco consegue encontrar um lugar para se encaixar.
Mas o protagonista de McUlster, escrito pelo psicólogo infantojuvenil Sérgio Patto, vai descobrir que possui uma missão maior do que passar de ano na escola e fazer amizades com os colegas de classe.
A trajetória começa quando o jovem, também chamado de Jay, se reúne com o pai no Jardim Botânico de Brasília.
Nesse encontro, o garoto percebe que a figura paterna não é uma pessoa comum: é, na verdade, um guia dos Elementais, raça encarregada de proteger o mundo de forças das trevas.
Antes ausente dos cuidados com o filho, este homem ajudará o menino a entender sua missão e o processo de transformação abrupto que logo o atingirá.
Se na realidade a juventude costuma estar fora dos âmbitos tradicionais de poder, ela é a protagonista desta história e tem um trabalho importante na manutenção da paz na Terra.
Quando completam 16 anos, os escolhidos são convocados a serem algo mais para assumir a difícil tarefa de lutar contra vilões que querem dominar o planeta para benefício próprio.
Porém, esses jovens precisam enfrentar desafios que os colocarão entre o limite da bestialidade e da humanidade.
“Seu pai deixou bem claro que ele tinha a real opção de ser um pária.
Não fazer o rito e se tornar um desgarrado e ser mais ou menos como as criaturas que se vê nos filmes de terror, instinto e destruição, sem sentimento e razão.
Mas, se você pensar bem, ‘ser um pária‘ quase nunca é uma opção de verdade.
Não, para ele não havia alternativa.
Iria enfrentar o rito e iria vencer qualquer desafio que se pusesse na sua frente.“
McUlster, p. 217
Com arquétipos bem estruturados, mentores, atendimento ao chamado e outras características presentes na clássica jornada do herói idealizada por Joseph Campbell, a obra desperta o interesse de todos os apaixonados pela cultura geek.
Envolvido pelo meio nerd desde criança, Sérgio Patto se inspirou nas centenas de obras que leu, assistiu e jogou durante a vida.
O autor também utiliza sua experiência como psicólogo infantojuvenil para construir um protagonista emocionalmente complexo.
A partir de um universo épico repleto de mistérios, aventuras e batalhas com grandes inimigos, ele conversa sobre temas como responsabilidade, amadurecimento e autodescoberta.
Recorrentes na adolescência, esses assuntos são abordados por meio de uma narrativa com linguagem coloquial, que se aproxima do cotidiano das gerações alpha e Z.