Crédito: Grupo Editorial Edipro
As cidades emergiram como os epicentros das civilizações, e tiveram papel fundamental ao longo da história humana, desde os tempos antigos até hoje.
Em busca de compreender a origem dessas instituições, o historiador francês Fustel de Coulanges investiga o surgimento das sociedades gregas e romanas e a maneira que essas nações foram forjadas nos cultos e na religião.
O compilado desses estudos está em A Cidade Antiga, publicação de 1864 que ganha nova edição da Editora Edipro.
Neste livro, a partir do método cartesiano, o autor toma por base textos de outros historiadores e poetas da antiguidade para investigar as cidades greco-romanas.
De acordo com Coulanges, os alicerces dessas instituições estão enraizados no modo de organização familiar.
O francês traz uma visão única das complexas interações entre religiosidade e estrutura social nos povos antigos.
Ele acredita que cada família mantinha suas próprias divindades e práticas religiosas, as quais regulavam questões como propriedade e sucessão.
A obra é dividida em cinco partes: crenças antigas, a família, a cidade, as revoluções e desaparecimento do regime municipal.
O historiador explora como os antigos gregos e romanos acreditavam em deuses e espíritos ancestrais, e de que forma essa fé influenciava a estrutura familiar, o governo, as leis e a moralidade.
Com o tempo, à medida que as interações sociais aumentavam, essas regras familiares eram aplicadas em escalas maiores, o que constituía a formação das cidades.
No âmbito político, Coulanges comenta que as leis eram controladas pela aristocracia, o que causava insatisfação entre a plebe e provocava as primeiras revoltas que buscavam substituir o fundamento religioso da sociedade pelo bem comum.
Essas cidades evoluíram com o tempo, mas, assim como o politeísmo, perderam espaço com a ascensão do cristianismo.
Fustel ainda ressalta a importância de evitar julgar os costumes de povos antigos com base nos padrões contemporâneos e, em vez disso, aconselha a estudá-los sob a luz dos eventos e circunstâncias daquela época.
Por conta do aprofundamento investigativo do historiador francês, A Cidade Antiga, que na edição da Editora Edipro conta com tradução e apresentação do escritor Edson Bini, até os dias atuais é considerada referência para estudantes de Direito, historiadores, estudiosos da religião, da política e também para todos que se interessam pelo desenvolvimento jurídico, social e religioso da civilização greco-romana, o berço cultural do mundo.