Passar em uma farmácia com balança e entrar para verificar o peso é um hábito comum de quem está em busca do emagrecimento.
Os quilos que aparecem no visor do aparelho podem assustar ou causar entusiasmo, mas é preciso ter em mente que eles sozinhos não são indicadores de saúde.
Atualmente, existem diferentes ferramentas para entender a ligação entre o peso e da saúde de uma pessoa.
Uma delas, apesar de popular, vem sendo alvo de críticas de alguns profissionais do ramo.
O índice de massa corporal, popularmente conhecido como IMC, é um cálculo que avalia a relação entre o peso e a altura de um indivíduo, bastante utilizado por médicos e profissionais ao longo dos anos.
Inclusive, muitas pessoas que estão na luta contra a obesidade ao lado de medicamentos como o Morosil já utilizaram o IMC como um indicador de saúde e peso saudável.
No entanto, apesar de ser usual na área da saúde, há debates que apontam que esse índice sozinho não consegue identificar problemas necessários no combate contra a obesidade.
A solução dada por muitos profissionais é a combinação entre o IMC e um conjunto de outras medidas para avaliar o quadro clínico de um paciente.
Entender a fundo como funciona esse índice e como ele e outras ferramentas podem ajudar é essencial para garantir uma vida saudável.
O que é e como é calculado o IMC?
O IMC foi um cálculo desenvolvido nos anos de 1830 por um matemático belga chamado Lambert Adolphe Jacques Quetelet.
Seu objetivo era desenvolver uma escala que pudesse estimar, de forma rápida, o grau de sobrepeso e a obesidade de uma pessoa.
Com as informações obtidas, o governo da época poderia entender como investir precisamente na saúde da população.
Cerca de 100 anos depois, nos Estados Unidos, o cálculo foi utilizado pelo fisiologista Ancel Keys em uma pesquisa que avaliou a saúde de sete mil homens americanos.
Usando o estudo de Quetelet, Keys percebeu que este poderia ser um método rápido, simples e barato para medir a saúde da população.
Foi assim que o cálculo passou a ser chamado de IMC e adotado como um indicador primário de saúde em diversas especialidades, da educação física à cirurgia.
Para calcular o IMC, é preciso ter o peso em quilogramas e dividi-lo pelo quadrado da altura em metros.
A fórmula matemática para o cálculo é: peso (kg) / altura² (m).
Quem tiver dificuldade com matemática pode utilizar calculadoras online exclusivas para esse cálculo, há uma grande variedade disponível na internet.
O IMC indica se a pessoa está abaixo do peso normal, com o peso ideal, com sobrepeso ou obesa.
Os resultados obtidos no cálculo são divididos em quatro categorias:
- Abaixo do peso: IMC menor que 18,5;
- Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9;
- Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9;
- Obesidade: IMC de 30 ou superior.
Relação do IMC com a saúde
O IMC é utilizado em muitos consultórios e academias como um indicador de saúde, principalmente quando o assunto é sobrepeso e obesidade.
Uma pesquisa do National Institutes of Health dos Estados Unidos apontou que utilizar os resultados do IMC de uma pessoa quando ela é jovem adulta ajuda a explicar 52,3% dos casos de obesidade 25 anos mais tarde.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 6,7 milhões de pessoas no Brasil estão obesas, uma condição que pode trazer inúmeros problemas como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, doença do fígado, problemas renais, asma, dores nas articulações e câncer.
O IMC é considerado um mecanismo rápido e prático para medir a relação do peso com a saúde, no entanto, esse resultado não considera a composição corporal da pessoa.
Por esse motivo, muitos profissionais da área não concordam que o índice sozinho possa identificar se uma pessoa está saudável.
A ferramenta também não avalia o estilo de vida de uma pessoa e não consegue diferenciar gordura de músculo, podendo classificar indivíduos equivocadamente.
Um artigo científico americano mostrou que calculadoras de IMC apontaram atletas de boa condição física, como o velocista Usain Bolt e o jogador de futebol americano Tom Brady, como quase acima do peso e obeso, respectivamente.
Outro aspecto apontado em estudos é que pessoas com o mesmo IMC podem ter perfis de riscos de doenças diferentes, além da distribuição e localização de gordura corporal.
É possível, por exemplo, que uma pessoa, apesar de ser enquadrada como peso normal, tenha uma abundância de gordura em torno do estômago, fator que aumenta o risco de doenças crônicas, enquanto outra de mesmo peso não apresente tal risco por possuir gordura localizada nos quadris.
Dessa forma, o IMC pode ser usado como uma ferramenta de triagem para indicar saúde, mas segundo profissionais da área, não deve ser a única utilizada para apontar o quadro clínico de um paciente.
Além do IMC, é importante verificar a quantidade de gordura corporal e sua distribuição, medidas de circunferência abdominal, proporções de cintura-quadril, proporção de massa muscular, entre outros aspectos, a fim de obter uma melhor compreensão da saúde do indivíduo.