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Gustavo Malagigi analisa sociedade e a vida em livro

Dedicada aos inconformados com o senso comum, A Casa Cósmica reúne coletânea de textos que tecem o amor ou beiram o insano.

Sem a pretensão de ser agradável ou polido, é de drama, astúcia e liberdade que vive o Poeta Vagabundo.

Protagonista eu lírico de A Casa Cósmica, não mede palavras para opinar sobre política, religião, relações humanas e, principalmente, o senso comum, e quem decide segui-lo sem questionamentos.

Crédito: Divulgação/Gustavo Malagigi

Para ele, a estrutura do “obedecer e ser obedecido” é inglória e quem escolhe de desgarrar da massa poderá gozar dos prazeres da vida, como o amor, humor e arte.

O poeta excêntrico criado pelo escritor gaúcho Gustavo Malagigi provoca no leitor uma miscelânea de sentimentos, que podem variar rapidamente entre alegria e aversão.

O próprio título da obra referencia a este cosmos único, ora ordeiro, ora caótico, criado pelo protagonista e no qual as críticas são feitas despreocupadamente em tons de sarcasmo, acidez e revolta, mas também com boa dose de drama, afeto e delicadeza. 

Enquanto no poema Menina expõe a repulsa ao conservadorismo, machismo e extremismo, a crônica Canários caribenhos usa linguagem poética, mas tom seco, para fazer questionamentos ao governo ditatorial da Cuba castrista.

Uma verdadeira coletânea dedicada a quem não se conforma com definições rasas de como é ou deve ser a vida; pessoas que, assim como ele, procuram por alívio das próprias tragédias, ou doses de pecado para saciar inquietações.

“Meus pensamentos são uma afronta pra o mundo. Minhas ideias são diabólicas!
Imagina só: eu falo em liberdade, falo em amor, em sexo… Eu discuto, sim, religião,
futebol, política… Eu gosto de poesias. Até me atrevo, vez que outra, a escrever
uns versinhos sem lá grande técnica. Eu costumo pensar…”.

A Casa Cósmica, p. 151

Inspirado pelo espírito satírico de Gregório de Matos (O Boca do Inferno), e pela insanidade do dramaturgo gaúcho Qorpo-Santo, precursor do teatro do absurdo no Brasil, Malagigi reage ao mundo por meio da literatura.

É pelas palavras que se sente transcender à realidade monótona, imposta pelo senso comum que critica.

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