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Grupo 59 apresenta premiado espetáculo em SP

A montagem agraciada com o Prêmio APCA de Melhor Adaptação e indicações ao Troféu Caneca/Pecinha É a Vovozinha aborda desastre ambiental na Bacia do Rio Doce.

Foto dos atores do Grupo 59 de Teatro se apresentando espetáculo teatral.

O premiado espetáculo infantojuvenil Um Dia, Um Rio, montagem do Grupo 59 de Teatro, segue ao palco do Teatro Anchieta, no SESC Consolação até o dia 11 de maio de 2024, sempre aos sábados, às 11h.

Dirigida por Fabiano Lodi, a montagem cênico-musical é uma criação coletiva inspirada no livro homônimo de Leo Cunha e André Neves (ilustrações), que aborda com lirismo e contundência o desastre ambiental que destruiu a Bacia do Rio Doce–MG, em 2015.

Bruno Gavranic assina a dramaturgia junto ao Grupo 59, e Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar são responsáveis pela direção musical.

A montagem é resultado de um processo continuado de pesquisa do Grupo 59 de Teatro sobre a transposição da literatura para o palco, na fricção entre literatura e teatro, e a musicalidade na cena, em interlocução com o público infantojuvenil.

Conduzido essencialmente pela música, Um Dia, Um Rio narra a vida de um rio, desde o seu nascimento como um riacho até a exuberância de suas águas que desenham lindas paisagens.

Ao longo do percurso, o rio encontra um grande desafio para preservar suas águas, as formas de vida que abriga e as que surgem ao redor.

O enredo traz um lamento, um grito de socorro tardio de um rio indefeso que não tem como reagir ao ser invadido pela lama da mineração.

No livro, um lamento sensível e profundo de um rio indefeso e completamente destruído ao ser invadido pela lama da mineração.

Esse rio, que personifica e simboliza o grito de socorro do meio ambiente, vitimado por inúmeras ações predatórias e pela nossa falta de cuidados ambientais, sonha em ser rio outra vez, um dia.

Na montagem, um poema cênico contundente, conduzido pela música.

A variedade de ritmos da cultura musical brasileira e o canto coral, acompanhado de instrumentos de percussão tocados ao vivo pelo próprio elenco, marcam a experiência sonora do espetáculo, retomando a marca do Grupo 59 de “contar cantando” e “cantar contando”.

As canções foram criadas pelo elenco junto aos diretores musicais, a partir de trechos do livro, além de algumas citações ao cancioneiro das festas populares brasileiras.

“O canto traz o fluxo para a condução da história, traz a narrativa com consciência pelo entendimento das palavras”, comenta Felipe Gomes Moreira.

Ele explica que “a trilha sonora é inspirada em temas de congada, toadas de boi, cantos de canoeiros e de trabalho na beira do rio, religiosidade e por lamentos, como uma forma de louvação pela vida que o rio carrega”.

Segundo o diretor Fabiano Lodi, “a dramaturgia musical e corporal encontra no espírito brincante dos ritmos brasileiros a leveza para tratar a contundência do tema e pensar caminhos para um mundo diferente. Os atores brincam em cena como o rio brinca com suas águas, com a terra, com as montanhas”.

A oralidade proposta pelo Grupo 59 coloca os cinco atores em cena todo o tempo.

Todos interpretam a personagem Rio, que tem voz própria, que brinca de interpretar outros papéis do contexto ao seu redor (canoeiro, margem e outros). 

O espaço cênico é inspirado no movimento de folhear o livro e se surpreender, a cada página, com uma ilustração diferente que ajuda a contar uma parte da história.

O cenário, com formas angulares em madeira, se reconfigura como uma brincadeira que remete ao impacto das ilustrações do livro. Em contraponto, os atores usam figurinos leves e sinuosos, combinando espaços, sensações e estados de espírito no jogo cênico.

A investigação da linguagem poética na cena, à luz de uma temática tão urgente e delicada como a preservação ambiental, convida as crianças a construírem um vínculo afetivo com a história narrada pelo personagem Rio e a percorrerem as águas da imaginação em reflexões muito importantes:

Quantos outros rios também sofrem assim? Será que somente os peixes são afetados pelas águas poluídas? E como fica a população ribeirinha e a vida nas cidades? Como podemos proteger os nossos rios e o meio ambiente?

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