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Gastar melhor é investimento no futuro do país

Artigo do empresário Carlos Rodolfo Schneider destaca urgência de investir com eficiência para impulsionar o crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil.

Foto do empresário e autor do artigo Carlos Rodolfo Schneider.

A dificuldade de se fazerem reformas no país, ressalvados alguns importantes avanços nos últimos anos, vem de dois fatores principais: dificuldade da sociedade brasileira de fazer escolhas e a defesa do status quo, de interesses, de privilégios, por grupos, segmentos, regiões.

O relatório Economic Survey 2023 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que engloba 38 países desenvolvidos e emergentes, apontou que o Brasil cresce menos do que a média dos emergentes e tem dívida pública muito superior.

Chama a atenção para a importância de aumentar a produtividade da economia, especialmente quando perdemos o apoio do bônus demográfico.

O que depende em boa medida do investimento público, que por sua vez, além de baixo, ainda vem caindo, resultado de uma política fiscal e orçamentaria equivocada, que sacrifica os chamados gastos discricionários, entre eles os investimentos, para privilegiar os gastos de custeio da máquina pública.

Os números deixam isso claro: os investimentos públicos em infraestrutura, durante a década passada, nos países emergentes, variaram em média de 5% a 7% do PIB, contra menos de 2% no Brasil.

Os investimentos totais na economia brasileira variaram entre 15% e 20% contra a média de 23% dos países da OCDE, mais de 25% na Turquia e Índia, e mais de 40% na China.

E pior, essa falta de recursos não motivou maior eficiência no gasto: um terço dos projetos públicos de infraestrutura no Brasil continua sendo paralisado temporária ou definitivamente.

Diante desse quadro, o relatório serve de advertência a todos aqueles, dentro ou fora do governo, que pressionam por mais gastos públicos de custeio, seja por motivo político, seja para justificar pretensa necessidade para expansão da economia.

O Estado precisa aprender a gastar com mais eficiência o enorme volume de recursos que já arrecada.

Temos que entender que o avanço vem de gastar melhor e não de gastar mais.

Como na educação, onde gastamos perto de 6% do PIB, mais do que países que são referência e têm as melhores colocações no teste PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), em que estamos entre os últimos colocados.

Gastar mais significa consumir hoje, gastar melhor significa pensar no amanhã.

Os países sé evoluem quando investem no futuro, quando conseguem transformar o seu potencial em PIB potencial.

Mais sobre o autor

Bacharel e Mestre em Administração pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), dirige hoje o Grupo H. Carlos Schneider, que inclui empresas como Ciser FixadoresCiser Automotive e Hacasa Empreendimentos Imobiliários.

Enquanto presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), de 2009 a 2011, Carlos Schneider lançou o Movimento Brasil Eficiente (BEM).

O movimento buscou estimular a eficiência da gestão pública, a redução da carga de impostos e a simplificação do sistema tributário.

Registrou a adesão de mais de 130 entidades empresariais e não empresariais de todo o país, além de intelectuais e governos.

Em 2010, recebeu da Câmara de Vereadores, a outorga de Cidadão Benemérito de Joinville; em 2017 recebeu da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) a comenda da Ordem do Mérito Industrial; e em 2020 recebeu da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) a comenda da Ordem do Mérito Industrial.

Foi cônsul honorário da Colômbia para Santa Catarina de 1996 a 2003; diretor-presidente da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc) de 2003 a 2005; e presidente do Conselho de Administração da Celesc no mesmo período.

É membro, entre outros, do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP); do Conselho Estratégico da Indústria Catarinense (FIESC); do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo; do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL).

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