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Enredo fantástico de Jefferson Silva é porta para enfrentar medos

Em nova obra do escritor baiano Jefferson Silva, uma sentinela descobre que, para existir luz, o breu também precisa estar presente.

Em Sentinela, terceiro livro publicado pelo autor baiano Jefferson Silva, um vaga-lume vive uma contradição: ao mesmo tempo em que tem a função de iluminar a floresta durante a noite, a falta de luz o amedronta.

Crédito: Divulgação/Jefferson Silva

Precisa, porém, enfrentá-la para exercer seu trabalho, pois sem o breu, o inseto deixa de existir.

A partir dessa reflexão, o autor traça um paralelo entre o papel da sombra na vida das pessoas e a necessidade humana de compreender os próprios medos e as partes obscuras da alma.

O enredo apresenta a trajetória de Prósfero, uma sentinela que caminha pela floresta visando iluminar o lugar para proteger os animais e plantas de ameaças.

Enquanto anda, conhece, por exemplo, Ésus.

O personagem também é uma sentinela que, quando está ao lado do protagonista, emite uma luz mais forte.

Prósfero ainda conversa com Anciã, uma antiga árvore que dá bons conselhos ao vaga-lume.

Ela pondera sobre as contradições da vida, ao passo que convida o animal a pensar sobre si mesmo.

Com essa figura sábia, o protagonista e, consequentemente, os leitores, trabalham inseguranças e questionamentos inerentes à existência, como a busca por uma missão no mundo.

“Ser luz é ser sobrevivente das desordens da vida, refletir luminosidade, ainda que esteja com obscuridade. A obscuridade não define quem somos, porém, nós definimos quem somos pelo que fazemos com nossa própria escuridão.”

Sentinela, pg. 65.

Voltado, principalmente, para os jovens adultos, Sentinela mostra que certas convicções pessoais podem se tornar prisões.

Em sua perspectiva, o autoconhecimento e as mudanças pessoais só podem acontecer a partir da criação de um vínculo saudável com as próprias sombras.

“O livro fala muito mais sobre enfrentar a si mesmo do que o outro, fala que nossas convicções podem ser nosso cárcere e sempre temos que evoluir. Isso, muitas vezes, significa deixar de ser o mesmo.”, reflete o escritor.

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