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Distúrbio de linguagem: orientações para recuperação da afasia

Fonoaudióloga e atriz falam sobre como superar afasia, as fases que a família e o pacientes precisam passar para ocorrer a recuperação e como a arte ajuda em sua recuperação.

Você sabe o que é afasia?

É um distúrbio de linguagem que afeta a capacidade das pessoas de interpretarem textos, falar, compreender palavras, diferenciar sons e escrever.

Isso, geralmente, ocorre após um problema neurofuncional como AVC, tumores, lesões por acidente, doenças degenerativas ou qualquer outro problema que dificulte, comprometa ou impossibilite a comunicação.

Após o diagnóstico, é imprescindível o acompanhamento de um fonoaudiólogo, pois o profissional em terapia precisa requalificar as funções de respiração, deglutição e fala do paciente afásico.

Casos mais graves podem comprometer até o comportamento, como desassociar a palavra do seu significado, por exemplo: A pessoa fala caneta, mas, na verdade, ela queria dizer prato.

Vida agitada, bem-sucedida e realizada, essa era a vida da empresária Sônia Reinol (foto abaixo) até sofrer um AVC que a deixou como sequela a afasia.

Crédito: Divulgação

Dona de uma empresa no ramo de eventos, ela era responsável por contratos, negociações e toda comunicação com os clientes, quando de repente viu sua carreira virar de cabeça para baixo com o diagnóstico.

“No dia que acordei no hospital, via todo mundo conversando, mas era como se as pessoas estivessem falando outro idioma do qual apenas eu não conseguia dominá-lo. Eu compreendia o que era dito e acreditava que quando comunicava estava sendo clara, a questão era que eu trocava as palavras, falava coisas sem sentido”, comenta Sônia.

O primeiro passo em busca da recuperação contou com a ajuda de um fonoaudiólogo, além do apoio incondicional da família e muito empenho por parte de Sônia.

Focada em retomar gradativamente sua rotina, ela resolveu percorrer um caminho bastante desafiador para um afásico, buscando refúgio no teatro com o intuito de se comunicar novamente com as pessoas.

“Me lembro que fiz o papel de Madame Clessi, durante as comemorações de 100 anos de Nelson Rodrigues, foi um desafio e tanto. Havia uma palavra que a personagem dizia sempre, a palavra era “vendo”, no sentido do verbo vender e eu não conseguia dizer ou entender a palavra. Foram dois meses de muito trabalho até fazer sentido” relembra.

Segundo Tamara Drumont (foto abaixo), fonoaudióloga do Instituto Diferente Mente, cada terapeuta dedica tempo e atenção técnica para organizar o plano terapêutico voltado as necessidades de cada caso, uma vez que o aprendizado das habilidades de comunicação é um processo que dura a vida toda e que se modifica constantemente para estimular e apoiar a nova forma de falar que este paciente irá construir.

Crédito: Divulgação

“Partimos do princípio da organização das funções cognitivas, como fala, pensamento, memória, planejamento e execução motora, considerando o grau de comprometimento físico, o tempo em que ela ocorreu e a intensidade com a qual as manifestações acontecem”, comenta a especialista.

Esse obstáculo enfrentado diariamente por Sônia Reinol a motivou a se tornar uma espécie de embaixadora da afasia, tanto que ela buscou uma nova forma de inspirar outras pessoas, através de sua biografia A Filha do Rei.

“Hoje, sempre que consigo espaço, falo sobre o transtorno e uso a minha história e a minha luta para incentivar pessoas a não desistirem. Conheço bem a sensação dessa sequela e convivo com ela diariamente, então seja com o livro, com o teatro ou em entrevistas, quero levar essa mensagem de superação e de conscientização para esse distúrbio de linguagem”, finaliza a atriz.

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