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Cuidados mentais permanece depois do Janeiro Branco

Psicólogo e diretor do Instituto Suassuna explica que independentemente da fase do ano, investir em autocuidado é estabelecer equilíbrio entre demandas do mundo interior e exterior.

Imagem de um conjunto de letras formando a palavra em inglês Mental Health, ou Saúde mental em português.

Créditos: Pixabay

O chamado Janeiro branco, mês dedicado aos cuidados com a saúde mental, terminou.

Porém, o autocuidado e a autoconsciência permanecem como algo necessário para qualquer um, em qualquer época do ano.

A manutenção da saúde mental é uma jornada contínua, que requer dedicação, consciência e uma abordagem integrada. 

Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós-graduação e forma psicólogos atuantes, ao cultivar o autoconhecimento, viver autenticamente, nutrir relações interpessoais saudáveis, desenvolver resiliência e praticar a atenção plena, cada um de nós se equipa para viver uma vida mais plena e equilibrada.

“Essas práticas não apenas beneficiam o indivíduo, mas também têm um efeito positivo nas comunidades e em toda a sociedade, promovendo um bem-estar coletivo e uma cultura de cuidado e empatia”, diz. 

Ele explica que cuidar de si não é um ato isolado, mas uma prática que reverbera inclusive em nossas interações sociais.

“Ao dedicar tempo para reflexão interior, autocuidado e apreciação das próprias experiências e sentimentos, cultivamos um terreno fértil para relações mais genuínas e profundas. Isto não significa se fechar para o mundo externo, mas estabelecer um equilíbrio saudável entre o mundo interior e as demandas e relações externas”, afirma. 

O doutor em psicologia reforça que esse equilíbrio não apenas enriquece a jornada individual, mas também fortalece os laços com a comunidade, criando um ciclo virtuoso de bem-estar e empatia.

“A arte de cuidar de si não exclui o outro; pelo contrário, estabelece as bases para relações mais autênticas e significativas. Quando estamos em harmonia com nosso self, somos mais capazes de estabelecer conexões autênticas com os outros, pois oferecemos a versão mais verdadeira e integral de nós mesmos”, analisa. 

Para o Dr. Danilo Suassuna, manter a saúde mental é um desafio contínuo, que se torna ainda mais complexo diante das adversidades e turbulências inerentes à vida.

“A busca por equilíbrio mental requer uma abordagem holística e multifacetada, integrando práticas de autocuidado, estratégias psicológicas e filosóficas. Neste contexto, as contribuições dos filósofos humanistas fornecem uma base sólida para a compreensão da complexidade da condição humana e oferecem valiosas orientações para a promoção da saúde mental”, diz. 

Confira algumas destas contribuições analisadas pelo Dr. Danilo Suassuna:

Autoconhecimento e Reflexão Interior (Sócrates e Carl Rogers)

A máxima socrática “Conhece-te a ti mesmo” é fundamental para a saúde mental.

Segundo o Dr. Danilo Suassuna, a introspecção e a autopercepção são elementos-chave para entender nossos pensamentos, emoções e comportamentos.

Carl Rogers, um proeminente psicólogo humanista, enfatizou a importância da autoaceitação e do desenvolvimento do self. O autoconhecimento permite uma maior congruência entre nossos valores internos e nossas ações externas, facilitando um estado de harmonia e bem-estar”.

Aceitação e Autenticidade (Jean-Paul Sartre e Abraham Maslow)

Jean-Paul Sartre destacou a liberdade individual e a responsabilidade pessoal em dar significado à própria vida.

“Essa perspectiva ressalta a importância de viver autenticamente e fazer escolhas alinhadas com nossos valores e crenças pessoais. Abraham Maslow, por sua vez, introduziu a hierarquia das necessidades, enfatizando a importância da autorrealização e da busca pelo potencial individual máximo. A aceitação de si e a autenticidade são fundamentais para o bem-estar psicológico, proporcionando um senso de propósito e direção”, analisa o psicólogo.

Relações Interpessoais e Empatia (Martin Buber e Carl Rogers)

Martin Buber, com sua filosofia do diálogo, destacou a importância das relações interpessoais e do encontro genuíno entre as pessoas.

Carl Rogers, através de sua abordagem centrada na pessoa, também enfatizou a importância da empatia, da escuta ativa e da aceitação incondicional nas relações humanas.

“Relações interpessoais saudáveis, baseadas no respeito mútuo e na compreensão, são essenciais para a saúde mental, oferecendo suporte, validação e um sentido de pertencimento”, diz o especialista.

Resiliência e Flexibilidade Cognitiva (Friedrich Nietzsche e Albert Ellis)

Friedrich Nietzsche promoveu a ideia de que o sofrimento e as dificuldades são aspectos inevitáveis da vida, mas podem ser fontes de crescimento e fortalecimento.

A resiliência, entendida como a capacidade de se adaptar e se recuperar diante das adversidades, é crucial para a saúde mental.

Albert Ellis, com sua Terapia Racional Emotiva Comportamental, enfatizou a importância da flexibilidade cognitiva e do questionamento de crenças irracionais.

“A capacidade de adaptar pensamentos e comportamentos diante de situações desafiadoras é fundamental para manter o equilíbrio mental”, avalia o doutor em Psicologia. 

Atenção Plena e Consciência Presente (Mindfulness)

Finalmente, a prática da atenção plena, inspirada em tradições orientais e integrada à psicologia moderna, promove a consciência do momento presente e a aceitação não julgadora da experiência atual.

“Essa prática auxilia na regulação das emoções, na redução do estresse e na promoção do bem-estar geral. A atenção plena nos permite desconectar de preocupações passadas ou futuras e nos engajar plenamente na experiência atual”, orienta.

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