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Crise climática e acessibilidade: Qual é a relação?

Thierry Marcondes aponta importância de garantir recursos e informações para todos em emergências, respeitando autonomia e necessidades reais.

Foto de Thierry Cintra Marcondes, construtor de Conexões de Impactos e modelador de Negócios Futurísticos na Accenture e autor do artigo.

Estamos testemunhando um dos maiores desastres climáticos no Rio Grande do Sul, um momento desafiador para todos os gaúchos.

Espero sinceramente que essa situação passe logo e que o povo gaúcho se recupere rapidamente.

Gostaria de aproveitar este momento para retomar a discussão sobre acessibilidade e mudanças climáticas, um tema que já abordei anteriormente no LinkedIn, enfatizando especialmente os conceitos de autonomia e segurança.

Em dias como estes, muitas pessoas se encontram em situações de extrema insegurança, destacando ainda mais a necessidade de acessibilidade e não estamos só falando de pessoas com deficiência (todas as pessoas quando inseguras estão sem acessibilidade).

Entretanto, gostaria de focar também em um conceito menos explorado: DISPONIBILIDADE.

A acessibilidade por disponibilidade refere-se à capacidade de participar plenamente da vida social e de realizar atividades em qualquer lugar, momento e dispositivo, tendo acesso às ferramentas e suprimentos necessários para isso.

A falta de acesso a alimentos, medicamentos, informações e outras ferramentas representa uma grave falha de acessibilidade, tão perigosa quanto as falhas nas áreas arquitetônicas e de comunicação.

Sem disponibilidade, torna-se extremamente difícil realizar até mesmo as tarefas mais básicas, comprometendo todo o processo de acessibilidade.

Tenho dedicado parte dos meus estudos a essa forma complexa de acessibilidade, predominantemente cultural.

Compreender como perguntar, ganhar confiança para identificar as necessidades reais das pessoas e entender como elas utilizam os recursos disponíveis são aspectos fundamentais neste contexto.

Por exemplo, no Rio Grande do Sul, oferecer resgate pode não ser eficaz se as pessoas estiverem preocupadas com parentes desaparecidos, a segurança de seus pertences ou a falta de uma rede de apoio confiável.

O primeiro passo é construir confiança e compreender as reais necessidades das pessoas afetadas, para que possamos oferecer ajuda de forma significativa e respeitosa à sua autonomia.

Portanto, é essencial investir em educação e capacitação para entender melhor as necessidades das comunidades afetadas, bem como comunicar e transmitir informações de forma eficaz.

Este é o primeiro desafio para alcançarmos a acessibilidade por disponibilidade: saber exatamente o que é necessário e quando é necessário.

No próximo post, pretendo abordar quais ferramentas e recursos (como alimentos e medicamentos) podem ser utilizados da melhor maneira possível para oferecer suporte às comunidades afetadas.

O que você tem feito e trabalhado pela disponibilidade?

Sobre o autor

Thierry Marcondes é engenheiro mecânico formado na Unicamp, fundador das startups Evolucar e Avitus.

O engenheiro descobriu que promover autonomia através da acessibilidade e responsabilidade socioambiental era seu propósito.

Lidera ainda Acessibilidade e Inovação na Accenture, é conselheiro das startups 2.5 Ventures e AUREM, e voluntário nos conselhos do Unicamp Ventures e Frotas e Fretes Verdes.

Thierry também acredita que os surdos revolucionarão o mundo e impulsionarão novas tecnologias.

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