O cineasta e dramaturgo paulistano Victor P. Ribeiro estreia na literatura com a fantasia juvenil Vicente Semente.
Com trabalhos premiados no Festival de Cinema de Guadalajara e no Los Angeles Brazilian Film Festival, o autor traz para a literatura toda a bagagem como produtor cultural, diretor e roteirista e, por meio das descrições ricas em detalhes, faz com que as cenas passem na mente do leitor como um filme.
Na história (veja amostra do livro mais abaixo), Vicente é um menino de sete anos que precisa lidar com sentimentos de inveja, vazio e solidão, quando os pais passam a dar mais atenção ao irmão recém-nascido.
É nesse contexto que o garoto, que tem o estranho hábito de guardar sementes frutíferas, conhece Cali Roux, uma garota intrépida que o faz entrar na grande e misteriosa Floresta de Mata Preta, proibida para crianças.
Em meio às gigantes araucárias, ele mergulha em uma realidade obscura, onde a morte o enxergava de perto e as sombras do desconhecido se confundem em seu coração.
Ao entrar nos portões que dão acesso à selva, junto do vaga-lume que zomba de seus sentimentos, o garoto se vê engolido por um monstro, tal como Pinóquio, que vai parar na barriga da baleia.
Enquanto busca maneiras de voltar à superfície, ele deixa cair uma semente de maçã, que faz crescer uma gigante árvore, assim como em João e o Pé de Feijão.
Quando escapa do monstro, ele consegue voltar para casa com a ajuda de um caminho de árvores frutíferas que plantava no trajeto para a escola, como fizeram João e Maria com as migalhas.
Neste entrelace de fábulas, Victor P. Ribeiro apresenta a visão de mundo de um menino que, embora seja apaixonado pelo cultivo de sementes, é também uma representação dos grãos, cujos frutos serão colhidos no futuro.
“Eu precisava colocar para fora toda aquela percepção de mundo, e compartilhar com os leitores a minha admiração por sementes, sejam elas crianças ou frutas”, afirma o autor, que está com projeto de adaptação de Vicente Semente já aprovado para o formato audiovisual.