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Centro Cultural FIESP apresenta exposição sobre Maracatu

Mostra com curadoria de Afonso Oliveira, faz um panorama de uma das mais representativas manifestações da cultura popular brasileira.

Foto que será exposta na exposição Maracatu Rural — A Magia dos Canaviais.

Entre os dias 3 de abril e 9 de junho de 2024, o Centro Cultural FIESP apresenta a exposição Maracatu Rural — A Magia dos Canaviais, que traz à capital paulista a produção artística de trabalhadores da Zona da Mata de Pernambuco, representantes desta manifestação que é Patrimônio Cultural Brasileiro, o Maracatu Rural ou Maracatu de Baque Solto.

Ambientada em uma cenografia que remete ao território da Zona Canavieira Pernambucana, a exposição apresenta documentos, vídeos, fotografias, objetos, textos, indumentárias e peças de artesanato, além de audiovisuais.

São objetos e obras que vão além dos maracatus, e adentram no universo do trabalho, da religião e das influências que o Maracatu Rural exerceu sobre artistas contemporâneos como Chico Science, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Siba.

Com projeto expográfico assinado pela designer pernambucana Júlia Filizola, a exposição conta com mais de 60 fotografias selecionadas, assinadas por diversos fotógrafos pernambucanos como Hans von Manteuffel (alemão/pernambucano), Toni Braga, Pedro Raiz, Ederlan Fábio, Fred Jordão e Afonso Oliveira, além de obras da antropóloga americana Katarina Real que, entre 1950 e 1990, pesquisou sobre o Carnaval do Recife e outras manifestações culturais do Nordeste (suas fotografias foram cedidas pela Fundação Joaquim Nabuco).

Entre os documentos estão troféus, CDs, livros, ferramentas da agricultura, instrumentos e a medalha da Ordem do Mérito Cultural (concedida pelo Ministério da Cultura).

Na indumentária, a exposição traz 11 manequins com os figurinos típicos de Caboclos de Lança, Rei, Rainha, Reiamar, Mestre de Apito, Burra, Catirina e Mateus.

Destaque também para uma Mesa de Jurema Sagrada, ritual religioso de origem indígena e cultuado por aqueles que fazem o Maracatu Rural, e para o Totem, onde o visitante, interativamente, irá conhecer a história e a estética dessa cultura.

O público pode ainda assistir a um documentário produzido especialmente para a exposição, que mostra o Maracatu Rural desde os preparativos, à noite, até as apresentações durante o carnaval.

Será exibido também o filme Maracatu Atômico — Kaosnavial (2012), com Jorge Mautner e Mestre Zé Duda, dirigido por Afonso Oliveira e Marcelo Pedroso, produzido na Zona da Mata Pernambucana.

A produção e curadoria Maracatu Rural — A Magia dos Canaviais é assinada por Afonso Oliveira, que tem uma vivência de mais de 30 anos junto a esta manifestação cultural, já tendo desenvolvido diversos projetos com os maracatus rurais.

“Quem visitar a exposição viverá uma experiência marcante e única. O Maracatu Rural vai além do colorido de seus caboclos de lança, é um mergulho na história da formação do povo nordestino. É muito representativo trazer este acervo para São Paulo. Aqui vive uma parte de nós”.

A mostra conta com audiodescrição e legendas em braile.

Haverá, ainda, visitas guiadas nos dias 3, 4 e 5 de abril (quarta, às 10h; quinta e sexta, às 10h e 15h), com participação de Luiz Caboclo, Mestre dos Caboclos de Lança do Maracatu Estrela de Ouro de Aliança.

O que é o Maracatu Rural?

O Maracatu Rural ou de baque solto é uma manifestação cultural que surgiu no período republicano, na Zona da Mata, em Pernambuco.

A partir da festa dos caboclos, personagens de outras brincadeiras foram se juntando e formando-o como conhecemos hoje.

A tradição diz que o primeiro maracatu rural tem local e data de nascimento.

O mais antigo foi criado no Engenho Olho d’Água, em Nazaré da Mata, no dia 10 de dezembro de 1914, num sábado, como diz Ernesto Francisco do Nascimento, o mais antigo dos caboclos em atividade e mestre do Maracatu Cambindinha de Araçoiaba.

O protagonista do maracatu rural é o caboclo de lança, de fantasia exuberante com golas e chapéus coloridos, além dos caboclos de pena, das baianas, do rei e da rainha e das damas de buquê.

Esse cortejo é conduzido por instrumentos de percussão (bombo, tarol, mineiro, porca e gonguê), acompanhado por instrumentos de sopro (trombone e trompete), vindo das orquestras de frevo.

Já o canto é de responsabilidade do Mestre de Apito ou poeta e contra-mestre.

Sambas e marchas feitos de improviso mostram a qualidade e prestígio do Mestre perante à população que, durante o carnaval, aguarda ansiosa para ver qual será o melhor.

Durante o carnaval, existem vários encontros de Maracatus, com destaque para os realizados nas cidades de Nazaré da Mata, Aliança e Goiana.

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