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Biden não desistiu

Dr. Danilo Suassuna explora o impacto do envelhecimento através da vida de Joe Biden, que recentemente desistiu da reeleição como presidente dos EUA.

Foto de Joe Biden, presidente dos EUA.

O envelhecimento, muitas vezes visto como uma fase de declínio, pode ser também um período de grande produtividade e legado.

Esta reflexão transcende o campo político, abrangendo figuras históricas e contemporâneas.

Estas pessoas, apesar das adversidades e da passagem do tempo, continuaram a contribuir significativamente para a sociedade.

Joe Biden é um exemplo dessa trajetória, demonstrando como a persistência e a resiliência podem levar a conquistas extraordinárias.

Joe Biden: Uma vida de resiliência e empatia

Joe Biden, atualmente presidente dos Estados Unidos, exemplifica como a persistência pode levar a grandes conquistas.

Biden enfrentou inúmeras adversidades ao longo de sua vida, incluindo a luta contra a gagueira na infância e a tragédia pessoal de perder sua esposa e filha em um acidente de carro pouco depois de ser eleito um dos senadores mais jovens da história dos EUA.

Mais tarde, também perderia seu filho Beau para o câncer.

No entanto, essas experiências moldaram sua empatia e dedicação ao serviço público.

Como pai solteiro, Biden equilibrou suas responsabilidades familiares com uma carreira política exigente.

Sua trajetória é marcada por um compromisso com a justiça social e a igualdade racial, refletido em suas políticas e na forma como abordou questões críticas, especialmente as que afetam a comunidade negra.

Seu legado é um testemunho da capacidade humana de transformar a adversidade em uma força motriz para a mudança.

Biden nunca desistiu e, por isso, chegou aonde chegou.

Mesmo diante de derrotas políticas e pessoais, ele seguiu em frente, nunca parando, sempre buscando transformar o que podia ao seu redor.

Sua vida pública pode, eventualmente, sair de cena, mas o que foi feito está feito e transformado.

Biden, como foi para Obama, continuará sendo uma figura de fundo sensata, uma pessoa que sabe a hora de entrar e sair de cena, deixando um legado duradouro.

Envelhecimento como processo de continuidade e legado

Simone de Beauvoir, filósofa e feminista francesa, trouxe uma visão profunda e humanista sobre o envelhecimento.

Em sua obra, Beauvoir argumenta que o envelhecimento é um processo natural da vida humana, uma continuidade da nossa existência e não um término.

Ela enfatiza que cada fase da vida tem seu próprio valor e contribuições únicas.

O envelhecimento, segundo Beauvoir, pode ser um período de grande reflexão, sabedoria e ação significativa.

Esta perspectiva psicológica nos ajuda a entender que o envelhecimento pode ser um momento de intensificação do compromisso com a vida.

Pessoas como Joe Biden demonstram que, mesmo com o passar dos anos, é possível continuar a construir e a deixar legados duradouros.

A mente e o espírito continuam a evoluir, buscando novos horizontes e contribuindo de maneira significativa para a sociedade.

Teorias de Minkowski e Binswanger: O significado do tempo e da existência

Eugene Minkowski: A ação ética do tempo vivido

Eugene Minkowski, psiquiatra e fenomenólogo, desenvolveu a teoria do tempo vivido, na qual a experiência subjetiva do tempo é central para a compreensão da existência humana.

Para Minkowski, o tempo vivido não é apenas uma medida cronológica, mas uma dimensão existencial que dá forma e significado à vida humana.

Esta perspectiva enfatiza a ação ética de viver de maneira autêntica e plena, mesmo diante das adversidades.

A teoria de Minkowski sugere que a forma como vivenciamos o tempo reflete nossas escolhas e nosso compromisso com a vida. Joe Biden exemplifica como o tempo vivido pode ser uma força transformadora, onde cada momento se torna uma oportunidade para ação ética e significativa.

Ele demonstra como é possível continuar contribuindo para a sociedade, independentemente da idade, transformando cada instante em um legado duradouro.

Ludwig Binswanger: O tempo vivido que transpassa gerações

Ludwig Binswanger, também psiquiatra e fenomenólogo, focou sua análise na existência humana e na importância das relações e do significado pessoal.

Para Binswanger, o tempo vivido é uma construção que transpassa gerações, deixando um legado que vai além da própria existência.

Este conceito destaca como as ações e escolhas de um indivíduo podem impactar não apenas seu tempo presente, mas também as gerações futuras.

Os legados de figuras como Joe Biden, Dom Hélder Câmara, Papa Bento XVI, Madre Teresa de Calcutá e Simone de Beauvoir ilustram como suas vidas, através do tempo vivido, continuam a influenciar e inspirar outros.

Binswanger nos lembra que a autenticidade e a profundidade das experiências humanas são o que realmente perdura, transpassando gerações e moldando o futuro.

Exemplos inspiradores

Dom Hélder Câmara, conhecido como o “arcebispo vermelho”, usou sua posição para defender os direitos dos pobres e marginalizados durante o regime militar no Brasil.

Papa Bento XVI, antes de sua renúncia, influenciou a Igreja Católica com seu pensamento teológico profundo.

Madre Teresa de Calcutá dedicou sua vida ao serviço dos mais pobres, e Simone de Beauvoir revolucionou o pensamento feminista com sua obra O Segundo Sexo.

Cada um desses indivíduos, como Biden, continuou a contribuir para a sociedade, independentemente da idade.

Conclusão

O envelhecimento não é sinônimo de inatividade ou irrelevância.

As histórias de Joe Biden, Dom Hélder Câmara, Papa Bento XVI, Madre Teresa de Calcutá e Simone de Beauvoir demonstram que, independentemente das adversidades, é possível continuar contribuindo para a humanidade. 

Estes indivíduos mostram que o legado é construído através de uma vida de compromisso, resiliência e amor pelo próximo, deixando marcas importantes no tecido da história humana.

Eles não desistiram com a idade, pois seus feitos transcendem a idade cronológica, mostrando que a verdadeira medida do impacto humano é o legado que se deixa para as gerações futuras.

Referências:

Beauvoir, S. (1970). A Velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Minkowski, E. (1933). Le temps vécu: études phénoménologiques et psychopathologiques. Paris: Éditions D’Artrey.

Binswanger, L. (1942). Grundformen und Erkenntnis menschlichen Daseins. Zürich: Niehans.

Sobre o autor

Crédito: Divulgação

Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), Danilo Suassuna possui graduação em Psicologia pela mesma instituição.

Também é autor do livro Histórias da Gestalt-Terapia — Um Estudo Historiográfico, professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato Sensu de Especialização em Gestalt-Terapia do ITGT-GO.

Ainda é coordenador do NEPEG (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gerontologia) do ITGT.

É também membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica e consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011).

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