No dia 6 de julho, a autora e multiartista Adriana Oliveira estará na Feira do Livro de São Paulo para uma sessão de autógrafos de Nácar Madrigais, seu livro com 61 páginas.
A participação da autora será no estande do coletivo Escreva, Garota!, no sábado, entre 10h e 12h30.
Composto por poemas e haicais livremente escritos, o livro (veja capa abaixo) tem orelha assinada por Rodolfo Valverde, professor de música na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), assim como a autora, docente no curso de Artes.
“Adriana Oliveira, artista plural e poeta sensível, nos desvenda a sua jornada pessoal, memórias, descobertas e inquietações, através de versos livres que, como madrigais ou haicais, carregam imagens que se permitem (re)leituras múltiplas…”.
A obra, intermídia, é melhor apreendida em conjunto com audiobook, disponível no final do livro.
O nácar é uma substância produzida no interior das conchas.
Com a entrada de um corpo estranho, é liberado em camadas esféricas, formando uma pérola.
Já os madrigais, são composições musicais a partir de textos poéticos que atingiram o seu auge na Renascença italiana do século XVI.
Na obra, Adriana junta os dois elementos e nos convida a fazer uma reflexão sobre a importância do encontro de um amor.
“O livro fala de uma personagem feminina, em busca de um amor. Uma história universal. Ela passa por diversas situações (internas e externas) até encontrar um possível parceiro. A mensagem é de que o amor é possível, apesar dos medos e das experiências desafiadoras que vivemos nestes nossos percursos”, sublinha Adriana, que além de poeta e escritora, é também artista visual.
Ela trabalha no trânsito entre texto e imagem, transpondo, intersemioticamente, de um código para outro.
Os personagens, suas vivências na narrativa, assim como o próprio tema do livro, a busca pelo amor, são livremente inspirados em experiências da autora.
Como diz Rodolfo Valverde, no texto de orelha:
“Como uma concha invadida por elementos desconhecidos, as (des)venturas da autora à procura de completude e sentido produziram camadas concêntricas de uma joia, uma pérola, cujos matizes são revelados pela luz do olhar do leitor, pois são sentimentos universais encapsulados em experiências pessoais.”.
A beleza nos processos da vida: entre Manoel de Barros e Alice Ruiz
Adriana iniciou sua relação com a escrita na graduação, ao cursar Artes Plásticas e Letras em São Paulo.
“Os trânsitos entre texto e imagem, o que é chamado de intersemiose, me interessavam. No curso de artes eu tive uma disciplina chamada Poéticas, que explorava processos criativos com a escrita. De lá em diante, sempre estive de alguma maneira envolvida com estes processos”, recorda a autora.
Nácar Madrigais se originou a partir de haicais criados em uma residência artística no Vale do Matutu, ocorrida no carnaval de 2016.
“Esta experiência foi tão rica, que junto dos haicais criei também alguns desenhos com linhas, que os ilustravam. Desta união texto-imagem veio a ideia do livro”, revela Adriana, que define seu estilo de escrita, neste livro, como poético e associativo.
Entre suas inspirações intersemióticas, cita nomes como Arnaldo Antunes, Alice Ruiz e Fortuna.
Já no campo literário, falando especificamente sobre haicais, menciona Paulo Leminski e Alice Ruiz.
Aprecia também os microcontos de João Anzanello Carrascoza.
“No campo da poesia, o jeito simples e elaborado do Manoel de Barros, de falar sobre a vida e a natureza me encantam. E, na intersecção entre texto e imagem, gosto muito dos poetas concretos, assim como o que vem sendo feito em poesia visual”, afirma.
Novo projeto literário: Micelles: Membranas Digitais
Além de divulgar Nácar Madrigais nos eventos literários, a autora está em processo de criação de seu novo romance, intitulado Micelles: Membranas Digitais.
A obra acompanha a protagonista AnaLu Amorim e é ambientada em uma época em que a internet estava se popularizando.
Após um vírus invadir o computador de AnaLu, ela interage com o sistema infectado e entra em um sonho, onde vive aventuras e desventuras na busca de um novo grande amor.
“A narrativa explora como histórias de amor nunca desaparecem, mas se decantam guardadas em nossas memórias”, conta Adriana.
O projeto está sendo desenvolvido em uma residência artística, aprovada pela Lei Paulo Gustavo de Minas Gerais.