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ASID Brasil e Instituto BrasilAgro abre portas para mercado de trabalho

Parceria no Programa Portas Abertas trabalha competências técnicas, comportamentais e propõe desafio de transformação social a alunos do ensino fundamental.

O ambiente escolar é um local que vai muito além da exposição de conteúdos de matrizes curriculares.

É nele que os estudantes aprendem sobre respeito, convívio em sociedade e constroem sua visão de mundo.

Dentro desse contexto, a cultura da diversidade é fundamental para enriquecer as trocas de experiências e colaborar para seu desenvolvimento.

Isso significa acolher alunos com e sem deficiência e instigar diálogos e ações para uma sociedade mais inclusiva.

Uma dessas iniciativas é o Programa Portas Abertas, desenvolvido pela ASID Brasil e pelo Instituto BrasilAgro, que tem o objetivo de qualificar jovens com e sem deficiência do Ensino Fundamental, potencializar sua inserção no mundo do trabalho e fortalecer a cultura de diversidade, diminuindo barreiras socioeconômicas. 

“Para que a sociedade se torne mais inclusiva, é importante existirem metodologias de desenvolvimento escolar acessíveis. O programa Portas Abertas pretende auxiliar jovens com e sem deficiência em uma fase chave para um futuro sustentável. Outro aspecto importante do projeto é a implementação de tecnologias sociais fora dos grandes centros. A proposta do projeto é fazer com que as metodologias de impacto cheguem a cidades geograficamente mais afastadas das capitais”, ressalta Matheus Garcia, diretor de Novos Negócios da ASID Brasil

Um dos municípios beneficiados pelo programa será Correntina (BA), onde a BrasilAgro possui relevância econômica e social.

O local sofre com a ausência de políticas públicas adequadas e altos índices de pobreza e desemprego, o que faz com que os jovens procurem outros destinos como Brasília (DF) e Goiânia (GO).

De acordo o portal de Educação Nacional, os alunos dos anos finais da rede pública da cidade tiveram nota média de 3,7 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e o indicador de permanência escolar aponta que 11% dos estudantes de 06 a 17 anos da cidade estão fora da escola.

Dentre as oito escolas municipais distritais e 24 escolas municipais rurais da região, apenas 24% são acessíveis.

O Painel de Indicadores da Educação Especial, desenvolvido pelo Instituto Rodrigo Mendes em parceria com o Instituto Unibanco, constatou que 8.032 estudantes estão matriculados no ensino básico na cidade de Correntina e apenas 287 estudantes possuem alguma deficiência, ou seja, uma proporção de 3,6% das matrículas.

Outro município beneficiado pelo Portas Abertas será Querência, localizado no nordeste do Mato Grosso, região conhecida como Grande Bacia Amazônica.

Os indicadores mostram que a região também possui lacunas educacionais e de acessibilidade.

O Portal de Educação Nacional revela que os alunos dos anos finais da rede pública da cidade tiveram nota média de 4,5 no IDEB e o indicador de permanência escolar aponta que 9% dos estudantes de 06 a 17 anos da cidade abandonaram a escola.

A cidade possui quatro escolas municipais e três escolas estaduais, sendo que apenas 41% das instituições são consideradas acessíveis.

Somente 115 estudantes, de um total de 6.047 matriculados no ensino básico, possuem alguma deficiência, representando uma proporção de 1,9% das matrículas, indica o Painel de Indicadores da Educação Especial.

Para estruturar uma intervenção social sistêmica, consultores da ASID Brasil realizaram uma profunda imersão em Correntina e em Querência com o intuito de compreender as particularidades regionais e estreitar os laços comunitários.

Formato gamificado estimula engajamento dos alunos

Projeto Portas Abertasselecionará 184 participantes dos dois municípios e guiado por uma metodologia socioprofissional, na qual a ideia não é encaminhar jovens para processos seletivos, mas fortalecer seus conhecimentos para iniciarem seus próprios caminhos no mercado de trabalho.

E o programa adota dois eixos temáticos: soft skills e hard skills, trabalhando tanto competências técnicas quanto comportamentais.

Seu formato de desenvolvimento será modular e os alunos irão mergulhar em temáticas que os auxiliarão a ingressar no mercado de trabalho de maneira mais competitiva.

“Todo o projeto para ser bem-sucedido é pensado conforme o público a ser atendido. Além das particularidades regionais e acontecimentos recentes que impactaram o contexto dos beneficiários, como a pandemia, o projeto foi desenhado com um olhar especial às características específicas da geração impactada: a Geração Z. Entender como pensam, se comportam, e, principalmente, como aprendem, faz com que sejamos mais assertivos na aplicação do projeto”, explica Thanny Hou, coordenadora de responsabilidade social do Instituto BrasilAgro.

“Por ser uma geração que acompanha as notícias em tempo real, está muito presente em diferentes redes sociais e sempre conectada, a forma de aprendizagem tradicional é menos atrativa. Segundo um estudo da FATEC, devido à facilidade de encontrar informações rápidas, essa geração se tornou mais independente e isso impactou o modo como trabalham em grupo, tendo mais dificuldades no coletivo. Pensando em todos esses pontos, o projeto foi personalizado para abordar essas características e resultou no formato gamificado e com incentivos ao trabalho em equipe. Como Instituto, estamos otimistas com a adesão dos estudantes e animados para este ano porque buscamos ao máximo contemplar todo o estudo prévio para a assertividade e sucesso do projeto”, prossegue.

Para garantir o engajamento dos alunos, o Programa terá um formato gamificado, estimulando o trabalho em equipe e a busca por resultados positivos.

Além das aptidões técnicas, os conteúdos englobam questões como identidade, como cada jovem reconhece o seu território e de que forma atua como cidadão nesse processo, relacionamento no mercado de trabalho, respeito às diferenças no convívio social, entre outros.

O programa está alinhado ao Currículo Escolar e estabelecerá pontes com os conteúdos tratados em sala de aula.

As aulas ocorrerão duas vezes por semana durante quatro meses (maio, junho, agosto e setembro) e serão ministradas online por professores experientes com uma didática validada e alinhada com o público.

O programa também conta com um facilitador integral nos municípios, que auxiliará os alunos de maneira presencial, além de fomentar a economia local.

Paralelamente, os consultores da ASID Brasil conduzirão entrevistas com os pontos focais das escolas e irão aplicar questionários para profissionais da educação.

Serão realizadas conversas e visitas com as escolas participantes visando a uma análise de cenário e à entrega de um diagnóstico sobre a educação inclusiva na cidade e nas escolas selecionadas.

Projeto de transformação social

Além da formação técnica e emocional, os alunos terão um papel relevante para a construção de uma sociedade mais inclusiva para as pessoas com deficiência de Correntina e Querência.

O desafio final deles é utilizar o conteúdo da formação para desenvolver um projeto de transformação social que torne suas escolas mais inclusivas.

“É importante que pessoas com deficiência acessem oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional e, para isso, é preciso tornar todos os ambientes acessíveis de forma arquitetônica, social e atitudinal”, acrescenta Matheus.

Nesta etapa, realizada no mês de outubro, devem ser elaboradas 10 soluções inclusivas por grupos compostos por oito a dez estudantes.

A carga horária total das aulas e do projeto de transformação social é de 80 horas e aqueles que concluírem o Projeto Portas Abertas receberão um certificado em um evento que contará com a presença de familiares e de pessoas chave da iniciativa.

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