O ano era 1987, a cidade de Berlim, capital da Alemanha, era dividida por um muro que impedia qualquer pessoa de atravessar para o outro lado e os escombros da Segunda Guerra Mundial ainda podiam ser vistos pelas ruas.
Neste cenário, Bruno Fischer era apenas um músico fracassado e divorciado, que trabalhava como taxista apenas para pagar as contas, mas jamais por prazer.
Ele sabia que, ao levar Ingrid Bergunson Tavares, uma passageira brasileira do lado Ocidental para o Oriental, corria riscos, mas não esperava que aquela viagem o levaria para o outro lado do Atlântico.
É no Brasil que o leitor desvenda o mistério de Além da Fumaça, a exemplo do comércio ilegal de obras de arte roubadas dos judeus por tropas nazistas.
A partir do contexto histórico mundial sobre o período da Guerra Fria e o surgimento de grupos neonazistas, o escritor Edvaldo Silva inclui à trama uma tela do pintor barroco Peter Paul Rubens.
É a busca pela obra que culmina no sumiço da brasileira, responsável pelo roubo, e faz o alemão Bruno Fischer abandonar o próprio país para ajudar Amanda Bergunson a encontrar a mãe.
A pintura causadora de tantas reviravoltas pertencia, originalmente, a coleção de uma família de origem judaica, na Hungria.
Durante a Segunda Guerra Mundial, um soltado nazista confiscou todos os quadros e, posteriormente, adquiriu por meios ilícitos uma das pinturas.
Agora, Sebastian Gunter, o filho do ex-soldado, estava disposto a mover o mundo para recuperar a tela.
Mas será que ele é o real responsável pelo desaparecimento da mulher?
Pistas sobre o caso são entregues em doses homeopáticas e assim, o autor aguça o desejo do leitor em saber o rumo da história, com plot twists a cada capítulo.
Com uma narrativa engenhosa de suspense e mistério, Edvaldo Silva mostra, em Além da Fumaça, que nem tudo é como parece e que existem muitas camadas não exploradas, tanto na vida como na arte.