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A evolução feminina no mercado de tecnologia*

Tatiana Porto, Chief of People Office (CPO) na NAVA, escreve artigo sobre a evolução das mulheres em cargos de liderança no mercado de tecnologia.

Foto-montagem da autora do artigo.

Um olhar otimista sobre a inclusão feminina no mercado de tecnologia

Escrito por Tatiana Porto, Chief of People Office (CPO) na NAVA Technology for Business.

Historicamente composto por uma maioria masculina, o setor de Tecnologia da Informação (TI) tem avançado na inclusão de mulheres, com a participação feminina crescendo de forma constante.

Segundo dados da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e Tecnologias Digitais), nos últimos cinco anos, a presença feminina em cargos de diretoria e gerência no setor de tecnologia atingiu 35,6%.

Esse avanço não ocorre de forma abrupta, mas é resultado de um progresso contínuo que começa na formação das meninas e vai além do mundo empresarial.

Felizmente, temos presenciado um número cada vez maior de mulheres ingressando de maneira significativa nas áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

Para que isso se torne uma realidade mais ampla, é essencial que, desde a infância, meninas sejam incentivadas a explorar as diversas possibilidades de carreira, com pais e escolas assumindo um papel ativo na ampliação de horizontes e no estímulo ao interesse por essas disciplinas.

Nesse sentido, programas de incentivo à entrada de mulheres no setor de tecnologia atuam como catalisadores para a criação de um cenário mais plural e inclusivo.

Essa iniciativa é apoiada por grandes nomes da indústria, como a Microsoft, que oferece cursos gratuitos direcionados exclusivamente para mulheres de forma recorrente.

Players que buscam reduzir o déficit de profissionais de TI, que, segundo a Brasscom, podem ultrapassar 500 mil vagas até 2025, terão um papel fundamental nesse processo.

A diminuição dessa lacuna será possível à medida que os movimentos de inclusão se intensificam, gerando impactos positivos na representatividade e ampliando os efeitos dessa transformação, como já tem ocorrido nos últimos anos.

Além do incentivo à entrada das mulheres no mercado, outro aspecto substancial para o crescimento feminino no setor de tecnologia é a compreensão de que a diversidade não é apenas uma questão de inclusão, mas também um fator estratégico que impulsiona a inovação e o avanço das empresas.

A presença de diferentes perspectivas acelera o amadurecimento dos negócios.

Esse ponto é reforçado pela recente pesquisa Sem Atalhos realizada pela Bain & Company no Brasil.

O estudo confirma que a diversidade de gênero é reconhecida como um tópico crucial para melhores resultados.

Mais de 80% dos entrevistados, independentemente de gênero, orientação sexual ou raça, concordam que organizações com lideranças diversas têm maior potencial de êxito, destacando a importância do tema no cenário corporativo atual.

De acordo com a pesquisa, essas empresas são, em média, 1,8 vezes mais reconhecidas como organizações proativas, voltadas para a geração de valor e a diminuição de burocracias.

Outras vantagens incluem a consideração da opinião dos clientes no processo decisório e uma maior capacidade de atrair talentos, aspectos que fortalecem sua competitividade e impulsionam a inovação no mercado.

Já o estudo Ações Afirmativas no Mundo Corporativo, conduzido pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), revela ainda que uma adição de 10% na diversidade de gênero está associada a um crescimento de quase 5% na produtividade das empresas.

Observa-se também uma maior diversidade de competências e habilidades nas equipes, o aprimoramento do clima organizacional e a redução da rotatividade de funcionários.

Este último ponto é especialmente relevante no setor de TI, onde a disputa por profissionais qualificados é acirrada devido à escassez de talentos.

Apesar dos avanços, a luta contra os estereótipos de gênero entre os profissionais de TI ainda enfrenta desafios significativos.

A evolução da diversidade no setor de tecnologia representa um desenvolvimento notável, mas a busca por equidade precisa continuar.

Não basta apenas garantir a equidade no número de mulheres.

É preciso, cada vez mais, garantir a existência de um ecossistema no qual elas se sintam bem-vindas, respeitadas e valorizadas.

*O título principal desta matéria foi adaptado para fins de SEO.

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