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Como cuidar da saúde após enchentes devastadoras

Segundo médico-gestor do Olá Doutor, ferver a água para consumo e manter a melhor higiene possível são algumas das medidas que podem evitar doenças.

Imagem ilustrativa.

As enchentes que recentemente atingiram 90% do Rio Grande do Sul não apenas devastaram casas e infraestruturas, mas também criaram condições perigosas para a proliferação de doenças.

A água acumulada e os entulhos são ambientes ideais para mosquitos, escorpiões, aranhas e cobras.

Para famílias que perderam muito, tomar precauções efetivas pode ser um desafio, mas algumas medidas essenciais podem ser implementadas com recursos limitados, conforme aponta o médico Rafael Machado, gestor do Olá Doutor, aplicativo de Telemedicina.

De acordo com Dr. Rafael, “com a ajuda de serviços especializados e de voluntários, é importante priorizar a remoção de entulhos e a correta higienização generalizada dos locais acometidos pelas enchentes; pois podem ser esconderijos para animais perigosos, criadouros de mosquitos e incubadores de diversas doenças infectocontagiosas. Tudo isto, claro, com o máximo de proteção individual possível, como roupas compridas, calçados fechados, repelente e a melhor higiene pessoal disponível”.

Rafael traz mais algumas dicas que podem auxiliar nesse momento trágico: 

  • Ferva a água para consumo e cozinhe por pelo menos 1 minuto para garantir sua potabilidade. 
  • Evite deixar recipientes que possam acumular água abertos, para não se tornarem criadouros de mosquitos. 
  • Busque atendimento médico assim que possível, mesmo sem alterações, para o devido acompanhamento de saúde, em, por exemplo, serviços de telemedicina como o Olá Doutor.
  • Uma vez com avaliação e acompanhamento médico, mantenha-se atento a quaisquer alterações físicas e mentais e informe seu médico imediatamente. 

A seguir, alguns sinais e sintomas de doenças infecciosas comuns após enchentes: 

Leptospirose: a leptospirose é uma doença bacteriana transmitida através da urina de animais infectados, especialmente ratos, que pode contaminar água e lama.

Os sintomas aparecem geralmente de uma semana a 12 dias após a exposição e incluem:

  • Febre alta súbita;
  • Dor de cabeça severa;
  • Dor muscular, especialmente nas panturrilhas e costas;
  • Calafrios;
  • Vômitos;
  • Olhos vermelhos;
  • Icterícia (amarelamento da pele e dos olhos);
  • Erupção cutânea;
  • Diarreia e dor abdominal;
  • Em casos graves, pode levar a problemas renais e hepáticos, podendo ser fatal. 

Dengue: a dengue é uma doença viral transmitida pela picada de mosquitos Aedes aegypti infectados.

Os sintomas começam normalmente de quatro a dez dias após a picada e podem incluir: febre alta repentina; fortes dores de cabeça; dor atrás dos olhos; dores nas articulações e músculos; fadiga; náusea e vômito; erupção cutânea, que aparece de três a quatro dias após o início da febre; sangramento leve (por exemplo, sangramento nasal ou gengival).

Hepatite A: a hepatite A é uma infecção viral que afeta o fígado, e pode ser transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados.

Os sintomas aparecem, geralmente, entre duas e seis semanas após a infecção e compreendem:

  • Febre;
  • Mal-estar geral;
  • Perda de apetite;
  • Náusea;
  • Dor abdominal, especialmente no lado direito sob as costelas inferiores;
  • Urina escura;
  • Fezes claras ou de cor pálida;
  • Icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).

“As comunidades afetadas pelas enchentes enfrentam um longo caminho para a recuperação. Porém, essas medidas preventivas básicas podem reduzir significativamente o risco de doenças. A união da comunidade, o apoio governamental e a informação são fundamentais neste processo de reconstrução e recuperação” finaliza o Dr. Rafael Machado.

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