No dia último dia 21, o artista plástico Walmir Teixeira (foto principal) abriu a exposição coletiva ECOBÉ, em comemoração aos 60 anos de carreira, ao lado dos artistas convidados Carlos Araujo, Cynthia Pimentel, Elisabeth Wortsman, Marcelo Neves, Rebeca Martineli e R. Kovacs, no Espaço Anexo da Art_a3 Gallery.
A exposição ECOBÉ (que significa vida, existência, em tupi guarani) que ficará aberta até 15/01 de 2024 apresenta uma releitura da primeira exposição individual do artista, ocorrida há uns 20 anos, e que contava a história do circo, onde o artista passou parte de sua infância, retratando nas telas toda sua vivência.
Quer saber mais do artista, da exposição e muito mais? Confira a entrevista abaixo:
Victor Hugo Cavalcante: Primeiro obrigado por nos conceder esta entrevista e gostaria de começar perguntando: Com uma carreira tão rica e diversificada, como você descreveria a evolução de seu estilo artístico ao longo das décadas, considerando, especialmente, as diferentes exposições coletivas e individuais em que participou?
Walmir Teixeira: Prezado Victor Hugo Cavalcante, eu poderia dizer que sempre fui atraído por criar e não copiar. Passei inicialmente pela fase acadêmica, tendo contato com telas, tintas e pincéis, ou seja, subindo a escalada da arte da pintura pelo primeiro Ferrari.
A minha inquietação por fazer algo mais profundo me levou a buscar maneiras próprias, o meu grito.
Na verdade, sinto que para viajar no desconhecido por mim, optei por desconstruir o que é real para reconstruir do meu jeito e assim pude ver janelas que com paisagens inusitadas onde somente sentimentos e emoções vibravam.
Victor Hugo Cavalcante: A temática da abstração parece ser recorrente em sua obra, desde a exposição Abstração na Galeria Batuque até Os 7 baluartes do Abstracionismo Brasileiro, mas o que ela representa para você e como se manifesta em suas criações?
Creio que essa viagem abstrata deu-me o caminho a seguir.
Tudo que realizo nas telas são de movimentos onde o inesperado acontece e cabe a mim incluí-lo na composição ou não.
Victor Hugo Cavalcante: Com obras em coleções renomadas e em países como Iugoslávia, Estados Unidos, Alemanha e Portugal, como você vê o papel da arte na construção de pontes culturais e na comunicação além das fronteiras geográficas e como essas experiências influenciaram sua abordagem artística e como você se expressa através da arte?
Expor em espaços em outros países me deixa feliz, mostrar o trabalho para outras culturas é bom. Significa dar e receber.
Victor Hugo Cavalcante: Em outubro você apresentou a exposição coletiva ECOBÉ no Espaço Anexo da Art_a3 Gallery que trouxe uma releitura da sua primeira exposição individual que contava a história do circo. Como essas experiências pessoais, se tornam fontes de inspiração para sua expressão artística, e em que medida elas moldam sua narrativa artística?
A Expo ECOBE foi um resgate de minhas origens, nasci num circo, sou filho e neto de artistas circenses.
Realmente, após ter a técnica para pintura figurativa, pude produzir um pouco da minha história, de uma forma lúdica e colorida.
Essa conduta veio somar a minha carreira de pintor.
Victor Hugo Cavalcante: Além da releitura da exposição anterior, há elementos inovadores ou novas abordagens em seu trabalho artístico presentes na exposição Ecobé? Como você aborda o desafio de equilibrar a tradição com a inovação em sua prática artística?
Caro Víctor Hugo Cavalcante, em cada mostra que realizo sempre haverá alguma inovação e resgates naturais.
Acredito que as diferenças surgem de tentativas de buscas de algo que nos surpreenda, as quais sempre se somam aos trabalhos.