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Sucesso profissional e maternidade: como lidar com a culpa?

A psicóloga Monique Stony e a cofundadora da Do It Girls Club, Brunna Duarte, refletem sobre o tema e trazem dicas para as mulheres.

Ter sucesso profissional e ser uma boa mãe é possível?

Como lidar com a culpa de ter filhos e, ao mesmo tempo, não conseguir dedicar todo o tempo do mundo para eles porque os negócios também requerem atenção?

Para Brunna Duartehead de Marketing e uma das fundadoras da Do It Girls Club, comunidade de networking e conteúdo voltado para empreendedoras e executivas, a questão realmente é desafiadora para as mulheres.

“Carreira e maternidade foram durante muito tempo palavras que não poderiam coexistir. Mas entendemos que é possível conciliar as duas realidades partindo do pressuposto de que você não precisa ser incrível diariamente, seja em casa ou no trabalho, mas que o ideal é sempre tentar fazer o melhor. Se você perseguir esse caminho, não vai se frustrar e tão pouco desistir de alguma delas”, explica. 

De acordo com Monique Stony, psicóloga com mais de 15 anos de experiência como executiva de Recursos Humanos em organizações multinacionais e escritora do livro Vença a Síndrome do Degrau Quebrado, cujo objetivo é apoiar mulheres na conciliação de carreira e maternidade, a sociedade normalizou como principal papel da mulher o de mãe e cuidadora.

“Por isso é comum que a sociedade espere dela e que a própria mulher se sinta a principal responsável pela criação dos filhos. E quando ela passa a assumir outro papel com a maternidade, como o de profissional, por exemplo, ela sente que precisa dar conta de tudo para que não ‘fracasse’ no seu papel primordial, que é ser mãe. Só que essa tarefa é impossível de ser realizada. Não é possível dar conta de tudo o tempo todo. A não aceitação disso é o que acredito gerar o sentimento de culpa”, diz.

Brunna acredita que, em alguns momentos, é preciso dar mais ênfase à carreira e, em outros, à maternidade.

“Não significa que você está dando mais importância a uma coisa ou a outra. Significa simplesmente que você está equilibrando os dois pontos da sua vida para não ter de desistir de nenhum deles”, afirma.

Segundo a executiva, muitas mulheres podem sentir culpa por não conseguirem estar presentes em todos os momentos dos filhos por se dedicarem ao campo profissional.

“Mas isso faz parte. Talvez você não consiga cozinhar para seu filho todos os dias, por exemplo, mas está tudo bem porque você está fazendo outra coisa que faz bem para você e para ele também”, pondera Brunna. 

Entender que ninguém é uma supermulher é um ponto fundamental, segundo a cofundadora da Do It Girls Club, para que a conciliação entre carreira e maternidade funcione melhor.

“Não podemos querer ser perfeitas em tudo. E precisamos entender que nossos filhos podem ter acesso a carinho e afeto por outras pessoas também. Ter uma rede de apoio é fundamental para a mulher trabalhar. Nem falo do pai, que já teria 50% da responsabilidade. É escola, babá, creche, alguém que pode cuidar bem do seu filho. Alinhando esses aspectos, conseguimos diminuir nossa culpa em relação ao trabalho para ter uma vida um pouco mais equilibrada”, avalia.

Ter uma rede de apoio materno também é um ponto ressaltado pela psicóloga Monique Stony.

“Para conseguir se dedicar à carreira é crítico contar com uma rede de apoio materno, seja creche, escola, parentes. Abra mão do controle, peça ajuda, delegue as atividades que não são prioridades para você. Por último, tenha foco nos seus objetivos pessoais e profissionais, mas viva um dia de cada vez. Quando focamos agora, conseguimos enfrentar os desafios no nosso caminho, com o nível de energia e resiliência fundamentais para a conciliação de carreira e maternidade”, sugere.

Ela também afirma ser fundamental entender que deveria existir corresponsabilidade entre os pais no processo de criação e cuidados dos filhos.

“A carga não deveria estar pesando para o lado da mãe. Portanto, é muito importante que a mulher deixe de se enxergar como a única ou principal responsável e faça uma revisão de papéis e responsabilidades dentro de casa”, conclui.

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