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Projeto leva turismo sustentável a aldeias Haliti-Paresi

Iniciativa do Instituto Samaúma capacita indígenas Haliti-Paresi, no MT, para atuarem com etnoturismo, geração de renda e preservação ambiental e cultural.

Foto de uma das ações da iniciativa do Instituto Samaúma.

O turismo sustentável e de base comunitária, quando feitos de forma responsável, impactam positivamente as regiões, levando geração de renda e aumentando a preservação ambiental.

Para que esse modelo de turismo avance, é importante que os povos indígenas tenham acesso a ferramentas e conhecimentos teóricos e práticos que os façam ter possibilidade de construir operações estruturadas e serem profissionais e causem o bem-estar desejado.

Em 16 de junho, o Instituto Samaúma, uma iniciativa sem fins lucrativos da Vivalá — Turismo Sustentável no Brasil, junto ao parceiro estratégico Instituto Bancorbrás e apoio da Prefeitura de Tangará da Serra–MT, realizou o lançamento do projeto Rumo ao Turismo Regenerativo, na Aldeia Katyalarekwa, uma comunidade da Terra Indígena Haliti-Paresi (MT), à cerca de 6 horas de carro da capital Cuiabá.

Ao longo de dez semanas, cerca de 50 pessoas das aldeias do projeto Menanehaliti — nome que o povo Haliti-Paresi escolheu para suas iniciativas de turismo e que, na língua Aruak, significa algo como uma “continuidade sem fim”, um “projeto duradouro” — serão impactadas.

As aldeias Katyalarekwa, Serra Dourada, Oreke, Arara Azul e Duas Cachoeira receberão uma formação completa, amplamente testada, com mais de 10 mil horas de aplicação e 700 empreendedores comunitários já formados.

Além da capacitação de quase três meses, o curso prevê acompanhamento trimestral até fevereiro do próximo ano.

“O turismo em nossas terras é fundamental e necessário para valorizar e preservar a rica cultura e biodiversidade das comunidades. Além de proporcionar o desenvolvimento econômico e sustentável ao mesmo tempo que educa e sensibiliza os visitantes. O objetivo principal é criar uma experiência que seja benéfica tanto para eles quanto para nós, mas garantindo que as atividades turísticas sejam produzidas de maneira responsável e respeitosa. A importância da capacitação é para podermos saber como divulgar a nossa cultura e o local”, afirma Salomão Nezokemazokai, cacique da aldeia Oreke.

Capacitação busca trazer viajantes de forma sustentável para a região 

Há alguns anos, o povo Haliti-Paresi iniciou seu caminho no turismo sustentável por meio da sua primeira capacitação, realizada pela prefeitura da cidade em conjunto com profissionais do setor.

A expectativa do projeto Rumo ao Turismo Regenerativo é complementar essa formação.

“O projeto Menanehaliti de Etno e Ecoturismo é fruto de um grande esforço coletivo desenvolvido entre as aldeias indígenas beneficiadas, as gestões públicas estadual e municipal, a empresa de consultoria especializada, o poder legislativo de Mato Grosso e outros parceiros como a Vivalá, maior operadora de turismo de base comunitário e etnoturismo do Brasil. As capacitações promovidas pelo projeto vão garantir o conhecimento técnico necessário para proporcionarem uma autêntica e enriquecedora vivência na sua cultura ancestral, impactando positivamente todas as aldeias com geração de emprego e renda, preservação dos costumes e tradições, conservação dos recursos naturais e fortalecimento do protagonismo indígena em seu território”, afirma Wilson Pereira, turismólogo da Secretaria de Cultura e Turismo de Tangará da Serra.

“Seguimos dedicados na nossa ambição de contribuir com o desenvolvimento do turismo sustentável e de base comunitária (TBC), agora em conjunto com as aldeias indígenas de Tangará da Serra, que se junta às nossas operações junto ao povo Yanomami no Amazonas, Shanenawa no Acre, Kariri Xocó no Alagoas e aos Guarani em São Paulo”, destaca Daniel Cabrera, diretor-executivo do Instituto Samaúma e da Vivalá.

Ainda neste ano, estão previstas cerca de cinco expedições comerciais para o novo destino em Tangará da Serra, com previsão de dobrar este número em 2026.

Em todos os roteiros, os grupos são acompanhados por guias e facilitadores Vivalá, mas também pelos representantes das comunidades visitadas que são os protagonistas de toda experiência, comandando as hospedagens, alimentação, guiamentos, passeios, oficinas tradicionais e a segurança.

Metodologia do projeto é utilizada há dez anos

A metodologia de formação utilizada será da Universidade Vivalá de Negócios, um método utilizado há dez anos pela Vivalá junto a moradores de comunidades tradicionais brasileiras.

A formação será dividida em módulos semanais, com temas como marketing, finanças, vendas e ações sustentáveis.

Ao final, espera-se que os participantes estejam ainda mais preparados para receberem os viajantes e tornar suas experiências com o turismo rentáveis e sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e financeiro.

O projeto conta com o investimento do Instituto Bancorbrás, organização que tem um foco claro no desenvolvimento do turismo sustentável e de base comunitária no país, e entende este tipo de atuação como ferramenta de fortalecimento comunitário e da cultura dos povos indígenas da região, além da geração de renda.

“Investir em turismo regenerativo é uma decisão estratégica que reforça o compromisso do Instituto Bancorbrás com iniciativas que geram impacto positivo e duradouro. Ao apoiar o etnoturismo desenvolvido na Terra Indígena Haliti Paresí, unimos dois propósitos: valorizar o conhecimento ancestral e a conexão com a natureza e aplicar nossa experiência em negócios para fortalecer uma atividade economicamente sustentável. A parceria com o Instituto Samaúma representa uma oportunidade concreta de contribuir com o desenvolvimento de uma cadeia de turismo mais responsável, conectando a Operadora Bancorbrás e o trade turístico da região de Tangará da Serra–MT”, destaca Claudio Roberto, diretor-geral de negócios do Grupo Bancorbrás e diretor-executivo do Instituto Bancorbrás.

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