Enquanto o Dia das Mães se aproxima, somos inundados por imagens de maternidade que retratam uma realidade quase perfeita: mães radiantes, filhos sorridentes e uma sensação de harmonia familiar.
No entanto, por mais reconfortantes que essas representações possam parecer, é fundamental reconhecer que por trás dessas imagens idealizadas existe uma realidade complexa e multifacetada: a maternidade real.
Segundo Dr.ᵃ Elaine Di Sarno, psicóloga e neuropsicóloga, Mestre em Ciências pela USP e especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), o que se pode observar, especialmente no caso das mulheres das camadas médias e altas, é que, de geração para geração, vem diminuindo cada vez mais o número de filhos, o que pode apontar que um número crescente de mulheres está descobrindo que a vida pode proporcionar outras experiências emocionantes e gratificantes além da maternidade.
“Porém, o momento nos parece de transição, pois, somado ao antigo papel de mãe e esposa, apresenta-se às mulheres, a valorização da sua permanência no meio público por meio do exercício profissional”, aponta.
Algumas mulheres deixam a vida profissional de lado para cuidar dos filhos, quando isso é possível, é claro.
Entretanto, a maioria delas decide por voltar a trabalhar, nem sempre por opção ou realização pessoal, mas na maioria das vezes por necessidade financeira, gerando sentimento de culpa e abandono ao voltar a trabalhar.
“Essa coexistência de exigências sociais distintas, as advindas da família e as decorrentes do trabalho profissional, não é pacífica, e muitas mulheres ainda buscam a melhor maneira de lidar com ela” comenta a psicóloga.
Elaine Di Sarno ainda enfatiza que a maioria das mães pensa e sente que estão em “falta” quando trabalham fora.
“Essa culpa deve-se ao pensamento de que ela deveria se dedicar mais aos filhos e esse sentimento pode sabotar a gratificação pessoal e familiar. Não há mãe ideal. Para ser uma mãe possível é admitir que não é perfeita, que tem erros e acertos na criação do seu filho, que faz o melhor que consegue, respeitando seus limites físicos e emocionais”.
Porém, Elaine aponta que os filhos não precisam das mães o tempo todo e, se precisarem, é porque algo não está bem, a dinâmica familiar não está bem.
“A consolidação da mulher no mercado de trabalho e a construção de uma carreira tem se tornado prioridade na vida da mulher pós-moderna, diante de duas questões de extrema realização para a mulher, maternidade e carreira percebesse em muitas situações como o adiamento da maternidade em função da busca de consolidação da carreira”.
A conciliação entre a maternidade e a carreira pode provocar conflitos.
Nesse sentido, segundo Elaine aponta, as mulheres que optam por serem mães podem sofrer estigma social, sobrecarga e tendem a postergar o retorno ao trabalho.
“Cada mulher reage às mudanças decorrentes da maternidade de maneiras diferentes, conforme suas características pessoais e faz com que as mães criem estratégias nesses dois ambientes para conciliar os múltiplos papéis”.
Os estudos apontam que a crença da mãe como única capaz de cuidar do filho traz sentimentos de ansiedade e insatisfação na mulher.
Já a supervalorização da carreira gera medo de provocar a falta excessiva ao bebê e uma terceirização demasiada dos cuidados com a criança.
A maioria das pesquisas também considera o grau de satisfação das mulheres em relação ao que fazem, sendo essa uma das principais razões para a mulher retornar ao trabalho após o nascimento do filho.
Alguns sentimentos, como, culpa, insegurança e angústia costumam aparecer no momento de deixar o filho e ir para o trabalho.
Uma sugestão da psicóloga Dr.ᵃ Elaine Di Sarno para minimizá-los é compartilhar informações com outras mães que já passaram por essa situação.
Também questionamos a advogada Marcelle Benites sobre suas estratégias para equilibrar sua vida familiar e trabalho:
“Sou advogada e tenho meu próprio escritório há 13 anos. O fato de poder trabalhar em home office ou físico aliado à maternidade me trouxe muitos benefícios, mas também trouxe alguns desafios: Como equilibrar minha vida profissional, algo tão importante para mim, que me faz tão bem em diversos aspectos, com outra coisa tão importante como a maternidade?”.
Ainda que tenha um marido extremamente participativo na criação e no desenvolvimento da sua filha, que tenta dividir as funções da maneira mais justa e igualitária, a advogada diz que notou que acabava sacrificando seu trabalho, por vontade própria, para poder exercer as funções da maternidade.
“E no fim, eu não estava conseguindo fazer nada direito. Não conseguia trabalhar e não conseguia ter tempo de qualidade com minha filha, e aí vinha a frustração”.
Ela ainda diz que foi necessário muito tempo de reflexão e autoanálise para perceber que sua filha precisava de tempo, sim, mas que era melhor ter menos tempo e poder dar atenção integral para ela do que ter mais tempo, mas não estar 100% ali.
“Também foi necessário me desprender de algumas imposições colocadas pela sociedade em relação à maternidade que já haviam contaminado minha mente. Tenho uma rede de apoio muito participativa, mas, apesar da disposição deles, eu preferia tentar me virar nos trinta, pois de alguma forma sentia que não estava correto deixar minha filha com outras pessoas”.
Ainda, além da falta de qualidade no tempo disponível para com sua filha, Marcelle comenta que estava se sobrecarregando no trabalho e, para não acumular tanto, começou a trabalhar de madrugada, o que a tirou completamente da rotina, fazendo com que se sentisse sempre cansada.
“Foi necessário analisar a situação com clareza, me desprendendo de qualquer amarra, qualquer imposição da sociedade que eu tinha dentro de mim, afinal, devemos ser mães, esposas, profissionais, donas de casa e ainda deveríamos ter tempo para cuidar de nós mesmas. A conta não fecha”, comenta Benites.
É esperado que a mulher trabalhe como se não tivesse filho e seja mãe como se não trabalhasse.
Novamente, para Marcelle, a conta não fechava:
“Além da pressão social, ainda contava com a pressão que eu mesma colocava em mim, me cobrando ser uma excelente profissional e uma mãe melhor ainda, buscando fazer em 24 horas o que levaria mais de dois dias. Foi necessário desacelerar um pouco e me conscientizar de que tanto a maternidade quanto minha família e a minha vida profissional eram três dos meus pilares e, portanto, deveriam ser priorizados. Ainda, se eu não estivesse bem comigo mesma, eu não conseguiria ser mãe, esposa, tampouco advogada”.
Marcelle Benites revela, enfim, suas estratégias:
“Separei meu trabalho da minha vida pessoal e me permiti delegar algumas funções, como levar minha filha para atividades extracurriculares para que eu pudesse destinar este tempo ‘livre’ ao meu trabalho. Em contrapartida, também me permiti reservar algumas manhãs para minha filha com atenção exclusiva para ela, afinal, meu trabalho me permite isto. Separei o número profissional do pessoal e estabeleci limites no trabalho, me permitindo que o tempo em família, apesar de mais curto, seja de qualidade”.
A psicóloga Dr.ᵃ Elaine Di Sarno aponta que “encontrar uma solução para equilibrar a vida familiar e profissional fica a cargo de cada mulher, ou seja, não há uma solução única. Cabe à mulher descobrir os melhores meios, os mais congruentes com suas necessidades, possibilidades e vontades, para fazer com que a conciliação dessas duas esferas, ou mesmo a opção por uma delas, se dê da forma menos conflitante, tanto interna como externamente”.
“Por mais desafiador que seja, voltar à rotina de trabalho é um passo importante, pois a valorização profissional contribui para aumentar a autoestima da mulher, como também complementar o orçamento familiar” complementa Di Sarno.
Para diminuir o mal-estar por não estar presente na vida da criança como antes, Elaine Di Sarno aponta que a mãe deve aproveitar ao máximo o tempo com o filho.
“Mesmo que não tenha muitas horas disponíveis para ficar com ele, acrescente qualidade aos períodos que passam juntos. Brinquem, conversem e cantem. Essas ocasiões são únicas e devem ser especiais. Com paciência e determinação, a profissional poderá administrar bem as obrigações com a família e com o trabalho”.
Maternidade Pop: Reflexões sobre representações e estereótipos da maternidade
Na era da informação, das redes sociais e do entretenimento, a mídia, a internet e a cultura popular desempenham papéis significativos na formação das percepções sociais, incluindo aquelas relacionadas à maternidade.
Nas redes sociais também existe um palco sem precedentes para a divulgação de narrativas sobre a maternidade.
Nelas, mães de todo o mundo compartilham suas experiências, fotos de seus filhos e reflexões sobre a vida familiar, no entanto, por trás dessas imagens idílicas de maternidade, muitas vezes há uma pressão silenciosa para se adequar a um padrão fictício de perfeição.
As mães são incentivadas a exibir uma imagem de felicidade constante e realização plena, muitas vezes omitindo os desafios e as lutas que enfrentam diariamente.
A jornalista Cristiane Sampaio, 45 anos, mãedrasta de uma filha de 09 anos, propõe uma investigação aprofundada sobre como a maternidade é retratada na mídia, nas redes sociais e na cultura popular, explorando como essas representações moldam e refletem os estereótipos tradicionais.
“Certamente, a mídia tem papel fundamental nas representações da maternidade, perpetuando os estereótipos tradicionais associados às mães. Esse papel fundamental pode ser positivo ou negativo. Infelizmente, ainda vemos muitas campanhas que em nada contribuem positivamente para que as mães se sintam inseridas em uma maternidade real. São campanhas que ‘vendem’ a imagem da mãe feliz, realizada e que só pode chegar à plenitude e realização sendo mãe, o que não é verdade. Aliás, não existe uma verdade única sobre a plenitude de qualquer mulher, cada mulher deveria saber o que lhe faz bem, o que lhe faz feliz e plena, mas, muitas sequer encontram espaço para essa reflexão, porque desde pequenas têm em seus braços bonecas para dar mamadeira e trocar fralda e brinquedos tipicamente ditos como de meninas, como itens de cozinha. Com isso, a mulher já cresce com a ideia formada na cabeça de que casa e filhos é coisa de mulher e que a felicidade somente será alcançada ao ser mãe”.
Ainda para a jornalista, “Mães são retratadas, em geral, na mídia, como mães felizes e biológicas. Já há alguma mudança, mas muito pequena ainda. Pouco se vê ou se ouve falar em campanhas publicitárias voltadas para o Dia das Mães, por exemplo, sobre mães adotivas ou as madrastas. Estas, conforme o Código Civil, são consideradas mães por afinidade, tendo grau de parentesco. Aliás, por falar em madrasta, está aí um excelente exemplo de como a mídia e a cultura popular ao longo dos anos instituíram uma imagem de má para as madrastas, advinda de tantos filmes da Disney e mesmo novelas brasileiras que retratam a madrasta como alguém ruim, que faz maldades contra seus enteados. A palavra madrasta não vem do prefixo ‘má’ de maldade, sendo assim, madrinhas também seriam más. Madrasta vem do latim ‘mater’, que significa, ‘mãe’”.
Cristiane Sampaio ainda questiona sobre a imagem visual genérica do que é ser ‘mãe de verdade’.
“E o que dizer da imagem visual que retrata uma mãe parindo como se somente assim a mãe fosse uma ‘mãe de verdade’? E as mães adotivas? Enfim, há um longo caminho e se atualmente muitas mães estão estressadas, descabeladas e exaustas, certamente a mídia tem papel fundamental nisso ao construir uma imagem de que somente a mãe é a responsável pelos cuidados dos filhos e da casa, dentre tantas outras questões que perpassam por séculos de patriarcado”.
Maternidade e feminismo: Uma luta por mais igualdade de gênero
O movimento feminista tem sido uma força transformadora na maneira como a maternidade é percebida e vivenciada na sociedade contemporânea.
Ao longo das décadas, as vozes feministas têm desafiado noções tradicionais e estereotipadas sobre o papel da mulher como mãe, buscando uma visão mais ampla e inclusiva que reflita os valores da igualdade de gênero e dos direitos reprodutivos.
Um dos principais pontos de debate é a autonomia reprodutiva da mulher.
Ao desafiar as normas sociais que impõem a maternidade como um destino inevitável para todas as mulheres, o feminismo reconhece e valida a diversidade de experiências e escolhas das mulheres em relação à maternidade.
Além disso, o feminismo tem destacado a necessidade de uma divisão mais equitativa do trabalho doméstico e de cuidados entre os gêneros.
Isso não apenas libera as mulheres para buscar suas próprias ambições profissionais e pessoais, mas também reconhece o valor do trabalho doméstico e de cuidado, que historicamente é subestimado e desvalorizado por ser associado ao feminino.
A psicóloga Dr.ᵃ Juliana Matrone comenta sua visão sobre a influência do movimento feminista na percepção da maternidade pelas mulheres ao citar o livro Manifesto Antimaternalista: Psicanálise e políticas da reprodução de Vera Iaconelli:
“Para mim, Manifesto Antimaternalista é uma obra que aborda a ideologia do maternalismo e suas implicações na sociedade. A autora Vera Iaconelli, uma notória especialista em parentalidade, utiliza a psicanálise para criticar a armadilha ideológica que responsabiliza as mulheres pelo cuidado com as próximas gerações”.
Matrone comenta que no livro, Iaconelli argumenta que o maternalismo é uma ideologia que atribui às mulheres um papel insubstituível no cuidado com as crianças, baseado na hipervalorização do papel de cuidadora e na concepção de um instinto materno que impõe sacrifício, abnegação e culpa.
“Ela explora a teoria psicanalítica, revisitando autores como Freud, Lacan e Winnicott, e incorpora contribuições dos estudos de gênero, das relações raciais, do pensamento decolonial e das reflexões sobre os efeitos do neoliberalismo na construção das subjetividades”.
“Para iniciarmos o debate, é preciso refletir sobre a diferença entre gestar, assumir o parentesco e cuidar de uma vida, já que a experiência da parentalidade é determinada por fatores como raça, classe, gênero e faixa etária e não podemos homogeneizar a categoria mulher. Ou seja, percebemos a complexidade que exige da luta feminista de promover uma verdadeira transformação emancipatória dos papéis de pais e mães na sociedade contemporânea. O movimento feminista levanta pautas necessárias para podermos realmente falar de transição e não de submissão para a maternidade”.
Dr.ᵃ Juliana Matrone acredita que somente depois de conseguirmos, como sociedade, nos aprofundar em tópicos como: socialização feminina; desromantização da maternidade; maternidade compulsória; construção de rede de apoio; abandono paterno e direito ao aborto, é que poderemos, de fato, chegar próximo de um ideal de promoção de saúde mental na transição para a maternidade, ou começar a falar sobre o assunto, “pois ainda hoje estamos lidando com uma imposição a maternidade e não um direito de escolha onde as mulheres podem se preparar para fazer essa transição respeitando seus verdadeiros desejos e, com isso, sua saúde mental”.
“Para dar início a todas essas reflexões, podemos começar nos projetando para a infância e pensando em como nossa cultura molda o imaginário simbólico das crianças pelos brinquedos oferecidos para cada sexo. Posto isso, nós, mulheres, não somos estimuladas a sonhar com outras vidas que não sejam ser mãe. Esse simples fato de sermos expostas somente a brincadeiras de cuidado é a base da estrutura psíquica que cria uma fantasia simbólica da maternidade em vários segmentos”.
“Passamos a acreditar, sem ter espaço para pensar, se realmente a maternidade é um desejo genuíno ou simplesmente algo que precisa acontecer para sermos vistas e não julgadas ou cobradas desse lugar. O movimento feminista será responsável por abrir esse espaço de diálogo, em primeiro lugar com nós mesmas e em segundo com a sociedade. Mas, cabe ressaltar que esse espaço, ainda hoje no século XXI, não acontece! Pelo menos não de forma preventiva e informativa que transforme, de fato, a realidade posta às mulheres de escolher ou não a maternidade”.
Por que isso acontece?
Matrone responde:
“Precisamos voltar à história, na virada do século XIX para o século XX, quando surge a ideia do maternalismo. Essa ideia se baseia na crença de que a mulher é, acima de tudo, uma mãe: ela deve casar, ter filhos e ser inteiramente responsável pela prole. Nos anos 1920, as feministas anarquistas levantaram um alerta sobre essa imposição às mulheres e a responsabilização total que ela acarreta. A mentalidade por trás do maternalismo cria um machismo de Estado e condena a mulher a um papel restrito”.
Conforme aponta a Dr.ᵃ Juliana Matrone essa estrutura simbólica, criada há mais de 100 anos, é tão bem construída que dificulta a reflexão crítica e profunda sobre o papel da maternidade em nossa sociedade.
“Nesse espaço, encontramos a luta feminista daquela época e da atualidade, que ainda não conseguiu romper com essa mentalidade antes do nascimento da criança. Portanto, quando uma mulher se encontra grávida e se depara com a realidade, isso confronta toda a fantasia gerada pela sociedade patriarcal sobre o desejo de se tornar mãe, ela percebe que nunca parou para refletir se esse desejo era genuíno ou compulsório”.
O que Matrone descreve vem de encontro com a teoria sobre maternidade compulsória: a crítica à pressão social que exige que todas as mulheres tenham filhos, independentemente de seu desejo pessoal, analisa como a maternidade é frequentemente vista como um destino inevitável e desejável para todas, enquanto defende o direito das mulheres de escolher não serem mães sem enfrentar estigma ou discriminação.
“Isso torna a socialização feminina um processo pelo qual somos ensinadas a se conformar com as expectativas de gênero específicas, incluindo a internalização de papéis tradicionais, como cuidar da casa e da família. Esse processo pode limitar as oportunidades e aspirações pessoais e profissionais das mulheres. O movimento feminista ganha força e potência devido a essa violação da liberdade que a maternidade vai ter na realidade delas”, finaliza a psicóloga.
A ideia de que as mulheres são naturalmente responsáveis pelas tarefas de cuidado e domésticas tem sido questionada, e o movimento feminista tem pressionado por políticas e mudanças culturais que promovam uma distribuição mais justa dessas responsabilidades.
A ativista e criadora de conteúdo no Instagram, Cila Santos, comenta as estratégias para tentar criar seus filhos de acordo com seus valores feministas:
“Tento ser o mais transparente e didática possível no sentido de explicar ao meu filho como o mundo funciona, qual o seu sistema de valores, e fornecer uma perspectiva crítica sobre isso. Sempre buscando falar conforme a faixa etária e possibilidades de compreensão. Eu acredito ser possível explicar o mundo e provocar crianças para o desejo de construir um mundo um pouquinho melhor que esse que temos hoje”.
A criadora de conteúdo ainda comenta como o feminismo pode contribuir para criar uma sociedade que valorize e apoie todas as mulheres, independentemente de sua escolha de ter filhos ou não:
“Acho que ainda estamos caminhando no sentido de dar mais capilaridade ao tema da maternidade, tema central na questão feminista, mas às vezes carece de representatividade porque as mães quase sempre estão mergulhadas em trabalho materno e não conseguem se envolver na medida do desejado no ativismo político. Então é uma construção e também uma disputa por um lugar social de visibilidade para as questões da maternidade, mesmo no movimento feminista”.
À medida que nos aproximamos do Dia das Mães, é crucial lembrar que a maternidade é muito mais do que as imagens idealizadas que nos é frequentemente apresentada.
Por isso, que esta matéria sirva como um lembrete de que a maternidade vai além dos estereótipos e das imagens idealizadas.
É um ato de amor, coragem e sacrifício, mas também de força, resiliência e autonomia.
Que possamos continuar a honrar e apoiar todas as mulheres em sua jornada única pela maternidade, reconhecendo e valorizando a diversidade de suas experiências e escolhas.