O Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas, lançado no dia 03/02, repassará R$ 600 milhões entre os estados que aderirem à iniciativa.
Parte desse valor será destinada à tecnologia, principalmente no uso da telessaúde, que tem, entre seus benefícios, a facilidade de acesso ao atendimento, principalmente em regiões mais afastadas dos grandes centros.
Esta é uma ferramenta que, desde 2021, já é adotada na cidade catarinense de Lages com a TopMed, empresa considerada referência em telemedicina e telessaúde voltadas à área pública do Brasil, e uma importante aliada da iniciativa do governo federal.
Desde novembro de 2021, a TopMed executa serviços de telessaúde no município catarinense de Lages.
As soluções, implantadas de forma escalonada, contemplam diversas modalidades, desde o serviço pré-clínico até a teleconsulta em atenção especializada de Neurologia.
O balanço é positivo e pode servir de modelo, assim como se somar a iniciativas semelhantes.
“O problema dos gargalos existentes nos serviços de saúde pública, referentes a demandas reprimidas para cirurgias, consultas com especialidades e alguns exames são históricos. O financiamento do Governo Federal para resolver essa situação crônica e de tanta gravidade tem um valor inestimável, uma vez que combaterá o aumento da morbimortalidade da população brasileira, que depende dessas enormes filas”, diz Renata Zobaran, médica e diretora de Telemedicina e Saúde Digital da TopMed.
Como funciona
O serviço da TopMed de teleconsulta com o neurologista foi desenvolvido para acabar com a longa fila de espera que estava atrasando muitos tratamentos de pacientes locais.
Além da plataforma online da TopMed, as pessoas também contam com uma sala de telessaúde especialmente equipada na Policlínica do município para fazerem a consulta a distância.
Dessa forma, elas escolhem onde preferem receber o atendimento.
O projeto prevê o atendimento de três mil teleconsultas na especialidade.
Desde o início do serviço, em 17 de novembro de 2022, mais de 200 teleconsultas foram realizadas, com taxa de 80% de resolutividade, ou seja, somente 20% foram contrarreferências para a modalidade presencial.
Ainda no mês de novembro de 2022, foram disponibilizados ao município os serviços de Clínica Médica e Medicina de Família e Comunidade, como continuidade dos serviços de atendimento pré-clínico.
Mais de 400 atendimentos foram realizados nessas duas modalidades, desafogando as portas do pronto atendimento de Lages.
Cleones Hostins, head de Área Pública da TopMed, reforça que “as soluções implantadas em Lages têm o DNA da TopMed, que busca a universalização e sustentabilidade do SUS, de forma humanizada e resolutiva. Por isso, contribuímos para a redução de custos de deslocamentos, com atendimentos não necessários nas portas hospitalares ou em prontos atendimentos, além de proporcionarmos a possibilidade de maior conforto no momento da consulta online, que pode ser feita de casa, melhorando, assim, a qualidade de vida do usuário do SUS”.
“Nossos resultados comprovam que o investimento traz uma enorme satisfação para as populações assistidas e ganhos assistenciais na promoção da saúde dos munícipes. No caso de Lages, tratando-se de uma fila de espera de anos, existem diversas realidades de pacientes e angústias que estão sendo acolhidas e devidamente tratadas”, complementa Renata.
No produto de atendimento pré-clínico, implantado em dezembro de 2021, a análise dos sintomas é feita por um enfermeiro da equipe TopMed, com suporte de um sistema de informática criado com algoritmos clínicos.
A partir das respostas aos questionamentos, são fornecidos o encaminhamento correto e as orientações específicas para cada caso.
A médica Renata reforça ainda a importância do “paciente certo, no lugar certo e na hora certa”.
Já Cleones enfatiza que a distribuição dos profissionais de saúde no Brasil é muito desigual, havendo concentração em grandes capitais e regiões do litoral, ocasionando escassez, principalmente, de especialistas de variadas categorias, entre enfermeiros e médicos.
“E através da telemedicina é possível beneficiar os indivíduos dessas localidades, sem a necessidade da presença física do médico, pois a tecnologia possibilita a realização de procedimentos, análise de exames, consultas e interconsultas”, destaca Renata, que comemora o fato do programa do Governo Federal contemplar o uso de tecnologias que estão nas regulamentações de telessaúde e telemedicina para atingir populações atualmente pouco assistidas.