Até agosto grandes músicos brasileiros tocarão em hospitais no projeto Vida em Pauta que fará apresentações de música clássica em instituições de saúde, buscando humanizar o ambiente hospitalar.
A música, por suas características naturais, pode levar as pessoas a mais tranquilidade e alento, pode chegar como um presente ou um bálsamo nesse momento delicado.
Os músicos participantes se apresentarão em duos e trios para fazer os percursos nos hospitais Instituto da Criança e do Adolescente, Instituto de Atendimento Médico ao Servidor Público do Estado de São Paulo, Premier Hospital e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
A realização é da Interarte.
O projeto Vida em Pauta foi contemplado pela Lei Rouanet e teve o patrocínio da Drogasil.
“Investir em ações inovadoras, como a música clássica nos hospitais, é estar atento às novas necessidades da sociedade moderna, que se utiliza da arte para se humanizar”, explica Sergio Melardi, idealizador do projeto.
Os músicos que participam do Vida em Pauta são os violinistas, Camila Picasso, Cláudio Micheletti, Denise Fukuda, Gabriel Curalov; Ivan Dantas, Karen Hanai, Márcia Fukuda e Luísa da Costa Rezende; o violeiro, Marcos Fukuda; os violoncelistas, Diego Mesquita, Ricardo Fukuda e Thiago Cordeiro; o flautista, Antonio Carlos Carrasqueira e a tecladista, Heloisa Helena Fernandes.
Durante a semana os músicos farão percursos nos hospitais, tocando nos espaços de geriatria, pediatria, quimioterapia, hematologia, radioterapia, entre outros.
O projeto realizará oito concertos de música de câmara com a Orquestra Vida em Pauta.
As apresentações serão nos hospitais, gratuitos e abertos ao público.
Artistas de alto nível realizarão apresentações com obras eruditas, em um repertório culturalmente acessível, especialmente escolhido para diminuir ansiedades e trazer equilíbrio ao hospitalizado, utilizando instrumentos cuja frequência e timbre sonoro sejam absorvidos de maneira fácil e não invasiva pelos ouvintes.
As interações musicais ocorrerão em parceria com a equipe hospitalar e os músicos serão devidamente preparados para tocar em ambientes de saúde, respeitando todas as normas relativas à permanência no hospital.
Todos os envolvidos no projeto se encontraram com especialistas, médicos, técnicos, para compreender todo o contexto dos hospitais, pacientes e familiares nesse momento delicado, onde tiveram orientações específicas para a interação eficiente com os pacientes e também dinâmicas de reflexão sobre o trabalho que será realizado.
Estudos publicados, como os de William Forde Thompson e Gottfried Schlaug (Scientific America); dos Drs. Chakravarthi Kanduri, Pirre Raijas, Minna Ahvenainen, Anju K. Philips, Liisa Ukkola-Vuoti, Harri Lädesmäki e Irma Järvelä das Universidades de Helsinki e Aalto na Finlândia; dos Drs. Dan Wu, Keith M. Kendrick, Daniel J. Levitin, Chaoyi Li e Dezhong Yao (China/Canada) e de Ricardo Peres da Consonance Music USA, entre outros, demonstram a capacidade da música dos grandes mestres, principalmente a música de Bach e Mozart, de serem indutores de transformações profundas no cérebro auxiliando a recuperação de pacientes, principalmente quando utilizada de maneira contínua e recorrente.
A música clássica é uma das formas de arte mais ricas e profundas que influenciam os seres humanos.
Uma simples melodia é capaz de emocionar as pessoas, trazendo sentimentos, emoções, lembranças e prazeres.
A arte, dentre os seus diversos significados, consegue aprimorar a comunicação não verbal, pois a marca que o artista deixou em uma obra pode trazer significado para quem a escuta, mesmo que ela tenha sido criada há 300 anos. Investir em práticas musicais em hospitais é uma afirmação pública da existência de uma preocupação com o bem-estar geral, social e cultural.
Pesquisas nacionais sobre os efeitos da música nos hospitais apontam que ações musicais atuam no paciente internado na diminuição do nível de ansiedade, da dor e de sintomas depressivos.
Os resultados indicam a importância da música para o ambiente hospitalar e alertam a necessidade de mais investigações sobre as intervenções musicais nos hospitais. (CAMPOS, NAKASU, 2016).
A Drogasil, com 88 anos de existência, percebeu a importância do projeto em levar música aos doentes e seus familiares.
Uma iniciativa que está alinhada ao propósito da empresa de cuidar das pessoas em todos os momentos da vida, em cinco esferas da saúde integral: física, mental, espiritual, social e ambiental.