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Marília Marcucci lança livro que roga por sororidade

Ideal para levar na bolsa, Vozes de mulher é uma ferramenta poética construída por mulheres em todo o processo editorial, desde a concepção da capa até a publicação, que quer ampliar o debate em torno da emancipação da voz feminina.

A poesia de bolsa é a proposta da escritora e ghost writer Marília Marcucci para popularizar o contato das mulheres com os versos na literatura.

A abordagem de temas conflituosos ecoados por um eu poético plural faz do livro Vozes de mulher uma ferramenta de identificação, que reverbera diferentes dores femininas na contemporaneidade.

Crédito: Divulgação/Marília Marcucci

Com formato enxuto, leve e prático, para ser aberto em qualquer lugar, o livro é um convite ao rito da emancipação feminina.

Marília expõe vozes que merecem ser ouvidas e declamadas, no sentido de fortalecer a compaixão às diferentes formas de pensar e se sentir mulher, em um clamor por mais sororidade. 

Composto por 16 poemas de versos livres, carregados de musicalidade e ilustrados por Camila Vincci, a leitora é guiada por um caminho que passa por várias questões na vida de uma mulher.

Em Enxurrada portátil, por exemplo, desperta o olhar para as redes sociais e a sociedade do espetáculo, com foco na aparência e consumismo.

Temas como maternidade e aborto podem ser encontrados em Manto materno e Caldo indigesto; já Eu odeio bordéis, narrado por uma prostituta, mostra que a sensualidade não é um produto.

Ao fim, a leitura resulta em um coro de vozes em manifesto à importância de se expressar e compreender a dor da outra, mesmo sem ter vivido a história dela.

“O que eu tenho aqui é matéria bruta, íntegra, apta, potencialmente densa.
Quer me imprimir um rótulo? Escreva: e-man-ci-pa-da.”

Vozes de mulher, p. 34 – poema Eu jamais caberia no seu Bolso

Inspirada por saraus, a autora quer transmitir coragem àquelas que não levantam a própria voz, com medo de serem silenciadas.

Para reforçar isso, o tom de protesto presente em alguns poemas remete ao universo do “slam”, movimento que dá voz aos discursos periféricos.

Feito inteiramente por mulheres, da edição de conteúdo à capa e diagramação, o livro de Marília vai além da democratização da poesia entre o público feminino; busca ampliar a ocupação das mulheres no espaço literário, seja como leitoras ou profissionais do mercado do livro.

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