O Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê 11.540 novos casos de leucemia no Brasil neste ano.
Ela é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida.
Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
Existem 12 tipos de leucemias, sendo os mais comuns a leucemia linfoide aguda, recorrente em crianças, e a leucemia mieloide aguda, que atinge normalmente adultos.
A campanha Fevereiro Laranja visa alertar a população para a doença.
“A campanha é importante para alertar a população sobre as leucemias, para os sintomas poderem ser percebidos de uma maneira precoce, para o tratamento ser feito de uma fase mais inicial, para diminuir o risco para o paciente. Também é importante para nos lembrar das doações de sangue, de extrema importância nesses tratamentos das leucemias, e principalmente da doação de medula óssea”, pontua a hematologista Maria Amorelli, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia.
A especialista explica um pouco sobre a enfermidade.
“Leucemias são divididas principalmente em agudas e crônicas, e entre elas a gente ainda tem a divisão das mieloides e linfoides, as quais são tipos diferentes de células de defesa. A leucemia aguda é aquela doença que se instala muito rapidamente, os sintomas vão ser muito agressivos e intensos. Os principais sintomas são uma palidez cutânea, um cansaço súbito, por conta do quadro de anemia, pode haver manchas roxas pelo corpo, ou alguns sangramentos, como sangramento nasal, hematomas. Pode haver também infecção, devido à defesa, a qual é a imunidade que vai cair, e febre, e algumas vezes até pequenas adenomegalias”.
Ela ainda completa sobre a outra tipologia.
“Nas leucemias crônicas é um quadro que normalmente se instala muito lentamente. Muitas vezes o paciente fica algum tempo sem tratar e os sintomas são bem diferentes. A instalação às vezes de uma anemia crônica, lenta, os leucócitos e os linfócitos aumentam muito. A gente pode ter o surgimento então dos gânglios, que são as adenomegalias, mas tudo de uma maneira muito mais lenta”.
Grupo de risco

Há algumas pessoas que têm mais chances de desenvolver a leucemia.
“O principal grupo de risco são as crianças na primeira infância, até os 10 anos, onde a gente tem uma alta incidência. Depois, esse pico aumenta novamente nos idosos, principalmente para as leucemias crônicas. Na meia-idade a gente tem um pico para leucemias mieloides, nos adultos de 30, 40 anos, mas os fatores de risco estão associados a pacientes que já fizeram uso, por exemplo, de quimioterapia para tratamento de outro câncer, eles têm mais risco de desenvolvimento da leucemia. Pacientes que já fizeram radioterapia também têm um risco maior por conta dessa lesão que pode acontecer na medula óssea. Pacientes que foram expostos a benzeno e a agrotóxicos também podem entrar no maior grupo de risco”.
Maria Amorelli comenta ainda sobre o tratamento da enfermidade.
“O tratamento hoje na leucemia aguda continua sendo principalmente a base de quimioterapia, aquela bastante agressiva, algumas vezes é necessário, nos casos mais resistentes, lançar a mão de um transplante de medula óssea para a gente poder ter uma possibilidade curativa. Nas leucemias crônicas, muitas vezes o tratamento é feito até com um comprimido mesmo”.
A hematologista também explica o que é necessário para se tornar um doador de medula.
“Hoje em dia, para ser um doador de medula óssea, você precisa procurar o hemocentro ou quando o hemocentro está em coleta externa, no ônibus. Quem tem entre 18 e 35 anos pode ser doador, tem que estar em bom estado de saúde, não pode ter uma doença grave e não pode ter uma doença infecciosa”, pontua Maria Amorelli.