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Escritora detalha descoberta do maior acervo mundial de pinturas rupestres

Da primeira fotografia analisada pela arqueóloga paulista de origem francesa Niéde Guidon, em 1963, até a criação de um parque nacional no Piauí, a obra Serra da Capivara: a surpresa do século, da escritora Edna Bugni, abrange cerca de 60 anos de história.

Um dos maiores especialistas do mundo em tecnologia lítica pré-histórica, o francês Eric Boëda, afirma que as ferramentas de pedra lascada encontradas por Niéde Guidon, no Boqueirão da Pedra Furada (Piauí), foram feitas por seres humanos entre 33 e 58 mil anos atrás; elas são, portanto, a mais antiga evidência desta ocupação.

Segundo Boëda, “a descoberta das pinturas na Serra da Capivara foi a surpresa do século!”.

E essa surpresa é a matéria-prima do novo livro de Edna Bugni (foto da capa), Serra da Capivara: a surpresa do século.

Crédito: Divulgação

Na obra lançada pela Primavera Editorial, a autora abarca cerca de 60 anos de história do maior acervo de pinturas rupestres ao ar livre do mundo.

Sem se desviar de polêmicas, ela dedica páginas ao debate internacional sobre a datação desses vestígios encontrados no Piauí, os mais antigos das Américas, que propõem novas teorias sobre a chegada dos primeiros homens ao continente.

A sessão de autógrafos será em 15 de março, às 19 horas, na Livraria Travessa (Rua dos Pinheiros, 513 – São Paulo).

Médica paulista, Edna Bugni fez a primeira visita à Serra da Capivara em 2012, como turista.

Sob o impacto do emblemático parque, quis comprar livros para melhor conhecer a história de uma descoberta que revolucionou a arqueologia mundial, mas, para sua surpresa, havia poucos registros sobre o tema.

Inconformada com a falta de registros, tomou para si a tarefa de reunir e ordenar as informações científicas, administrativas, políticas e sociais que compõem a narrativa histórica do maior patrimônio arqueológico e cultural do Brasil.

“Ao saber que havia pouca informação disponível, entendi a profundidade do desconhecimento de cada brasileiro sobre um dos nossos patrimônios históricos mais especiais. E, em um surto de prepotência, arrisquei e disse para mim mesma: vou contar essa história! Voltei para São Paulo completamente tomada pelo projeto. Fiz alguns contatos com a minha editora e, após verificar a viabilidade teórica do projeto, coloquei a primeira pedra…”, conta Edna.

Três meses depois da primeira viagem ao Piauí, Edna voltou a São Raimundo Nonato, a primeira de uma série de visitas, para uma longa jornada de pesquisas, análises, entrevistas e escrita que consumiram mais de sete anos.

“Senti uma grande alegria quando notei que este livro é fruto dos trabalhos de uma mulher que, sem ser do campo das humanidades, se dispôs a enfrentar o imenso desafio de contar a história de um dos maiores patrimônios naturais, arqueológicos e históricos do Brasil e do mundo. Em seu relato, o leitor se sente atravessando a Caatinga, percorrendo suas estradas, entrando nos laboratórios do Museu do Homem Americano, mergulhando em cada uma das missões arqueológicas realizadas na região, participando das conversas com os maiores especialistas no campo da arqueologia e conhecendo alguns dos moradores que fazem parte da incrível e sofrida história de formação do Parque Nacional”, afirma a mestre em História Social e coordenadora pedagógica do Colégio Santa Cruz, Fernanda Trindade Luciani, no prefácio da obra.

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