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Entrevista: Janette Machado adapta magia de livro francês

Diretora de O Pequeno Príncipe In Concert fala sobre a magia de trazer obra clássica de Antoine de Saint-Exupéry aos palcos do teatro em entrevista exclusiva.

Foto da entrevistada Janette Machado, diretora de O Pequeno Príncipe In Concert.

Com estreia marcada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nos dias 28 e 29 de fevereiro, 1º e 2 de março, a produção do espetáculo O Pequeno Príncipe ‘In concert’ promete encantar o público com sua fusão única de música, teatro e mensagem atemporal.

E, claro, o Jornal Folk teve o privilégio de entrevistar Janette Machado, diretora do espetáculo teatral, que compartilha sua visão sobre a relevância cultural de trazer o universo mágico d’O Pequeno Príncipe para os palcos e muito mais.

Victor Hugo Cavalcante: Primeiro é um prazer recebê-la no Jornal Folk, e gostaria de começar com a seguinte pergunta: Como você vê a relevância e o impacto cultural de trazer uma obra tão amada como O Pequeno Príncipe para os palcos em uma adaptação musical moderna?

Janette Machado: Obrigada, eu que fico muito feliz de estar aqui com o Jornal Folk!

Acredito que trazer O Pequeno Príncipe para os palcos é uma oportunidade de materializar a principal mensagem do livro, a de não nos afastarmos totalmente da criança que fomos.

Ali, nos palcos, aquele universo onírico cria vida e nós acreditamos e nos emocionamos, como verdadeiras crianças.

Victor Hugo Cavalcante: Como você equilibrou a performance musical e teatral no espetáculo O Pequeno Príncipe ‘In concert’, considerando a importância das músicas originais na narrativa?

Para mim, essa foi uma das partes mais difíceis do trabalho.

Unir os diálogos e fazer com que eles se encaixassem em momentos pontuais das músicas, sem que com isso perdessem sua naturalidade, força e intenção.

Acho que isso foi um grande desafio não apenas para mim enquanto diretora, mas também para todo elenco.

A chave foi cada vez mais buscar as motivações por trás das falas, inclusive das mais simples.

Victor Hugo Cavalcante: Qual foi a sua abordagem na direção de cena para garantir que a essência da obra de Antoine de Saint-Exupéry fosse capturada nesta produção?

Eu sempre perguntava aos atores qual a metáfora que eles tiravam daquilo que estavam interpretando.

O que para eles estava sendo dito nas entrelinhas do texto.

E o mais incrível era que quanto mais tentávamos desvendar as nuances mais sutis do texto, mais camadas encontrávamos.

Era quase como ler pela primeira vez a cada ensaio.

Victor Hugo Cavalcante: Considerando a participação de uma grande equipe com mais de 100 integrantes no espetáculo O Pequeno Príncipe ‘In concert’, como foi coordenar tantos talentos para criar uma produção coesa e impactante?

Uma loucura! É um palco gigantesco, com um texto extremamente potente e, se nós não temos todos integrados no que está acontecendo, arriscamos esvaziarmos tudo isso.

Eu confesso que essa parte tem um crédito imenso do nosso maestro e diretor artístico Glauco Fernandes, sem o qual essa sinergia seria muito mais difícil.

Mas também acredito que um ponto fundamental foi fazer com que todos se sentissem parte pertencente de um todo.

Victor Hugo Cavalcante: Qual foi a sua principal inspiração ao trazer esta versão “in concert” de O Pequeno Príncipe para o público, e como isso se refletiu na sua abordagem como diretora?

Existem muitas inspirações que carrego comigo na maioria dos meus trabalhos, sejam eles como atriz, diretora ou dançarina.

Mas acho que bebi muito da fonte dos jogos de Clown, e de personagens mais farsescos da cultura pop, até para conseguir traçar paralelos de fácil associação para os atores.

Trouxe também muito do imagético dos trabalhos do Chespirito, que é minha eterna fonte de inspiração.

Victor Hugo Cavalcante: Qual mensagem ou emoção você espera que o público leve com eles após assistir a esta adaptação do O Pequeno Príncipe?Parte superior do formulário

Eu tento fazer da minha vida de modo geral um manifesto a sermos nós mesmos e não desistirmos nunca dos nossos sonhos.

Eu sempre me questiono durante as decisões e caminhos que sigo, se eu estou sendo coerente com a criança que fui.

Se a Janette de dez anos se orgulharia daquilo, ou se eu estou me perdendo no meio da estrada.

Ao começar a trabalhar em cima de O Pequeno Príncipe,eu me agarrei fortemente a esse viés da história.

A minha maior motivação é despertar a criança interior de todas as “pessoas grandes” que assistirem.

Minha intenção é fazer com que todos saiam do Theatro Municipal enxergando uma cobra que engoliu um elefante e não um simples chapéu.

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