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Editora Cultrix lança livro de Natalie Haynes no Brasil

O Jarro de Pandora, primeiro livro da autora publicado no país, traz uma visão inédita e reveladora de 10 mulheres dos mitos gregos e as coloca em pé de igualdade com os homens.

E se você soubesse que Pandora não tinha uma caixa e nunca foi vilã?

Que Helena de Troia não foi somente uma adúltera e Medusa nem sempre foi um monstro?

Todas essas figuras, assim como muitas outras, foram marginalizadas ao longo dos tempos, por contadores de história, historicamente homens.

O resultado é que olhamos para elas hoje pela lente dos filmes hollywoodianos e versões audiovisuais recentes, sem entendermos a importância que tiveram no processo de desenvolvimento dos mitos femininos e seus arquétipos.

Natalie Haynes, escritora classicista e especialista no tema, vira esta mesa em O Jarro de Pandora – Uma Visão Revolucionária e Igualitária sobre a Representação das Mulheres na Mitologia Grega, lançamento da Editora Cultrix, e devolve a essas figuras seu lugar de protagonistas.

Neste livro, que alcançou recentemente o segundo lugar na lista de best-sellers do New York Times em sua lista de não-ficção, Haynes refaz, com sua perspicácia e humor característicos, o percurso de 10 mulheres e revoluciona a compreensão sobre poemas épicos, histórias e peças de teatro e traça as verdadeiras origens das principais personagens femininas da mitologia grega, entre elas, Pandora, Medusa, Medeia, Penélope, Helena e Jocasta. 

A autora foi considerada pelo Washington Post como uma estrela pop dos estudos e mitologia atuais, e já foi elogiada por grandes escritores como Neil Gaiman, Madaline Miller e Margareth Atwood.

Além de estudar os mitos desde a faculdade, Haynes faz apresentações de comédia stand-up, é radialista e, segundo ela, foi num programa de rádio que ela definitivamente tirou este livro do papel:

“Passei os últimos anos escrevendo romances que contam histórias da mitologia grega que foram realmente esquecidas. No entanto, foi quando eu discutia a história de uma mulher não grega que resolvi escrever este livro. Eu estava na Rádio 3, falando sobre o papel de Dido, a rainha fenícia. Para mim Dido era uma heroína trágica, abnegada e corajosa, de coração partido. Para meu entrevistador ela era uma calculista pérfida. Eu estava reagindo à Dido, da Eneida de Virgílio, ele reagia à Dido de Marlowe, em Dido, a Rainha de Cartago”, diz Haynes.

Este é o primeiro livro da autora no Brasil, e em breve suas obras de ficção serão também lançadas pelo Grupo Editorial Pensamento, pelo selo Jangada.

Entres eles estão os elogiados Stone Blind (Olhar Petrificante – A História da Medusa)A Thousand Ships (Mil Navios Para Tróia)The Children of Jocasta (Os Filhos de Jocasta)Medea (o último ainda sem título definido em português).

O Jarro de Pandora coloca a perspectiva feminina sobre histórias apagadas e/ou esquecidas/distorcidas ao longo da História, e dá espaço para que o leitor veja essas figuras mitológicas não como vilãs ou monstros, mas como mulheres que sofreram um lento processo de difamação e machismo.

E, sobretudo, nos levanta a seguinte pergunta:

Por que deixamos os homens apenas no lugar de heróis, enquanto relegamos às personagens femininas papéis secundários, insossos ou marginais?

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