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Diogo Arrais descomplica a língua portuguesa de forma leve e divertida

Professor lança coletânea de crônicas com conteúdo espontâneo e criativo, que simplifica o uso da vírgula, hífen, acentos, dos porquês e torna a estrutura linguística menos rígida.

“No momento em que vi Saramago, o tempo parou. Os olhos não eram mais; passaram a ser ouvidos; uma espécie de cegueira dos apaixonados tomou conta do meu ser. Em tudo, eu via e ouvia Saramago. Cheguei ao ponto de cheirar as páginas, como se estivesse sentindo o odor da salvação.”.

Trecho do livro Para Amar a Língua, É Preciso Ler!

No texto O Mago Sara, o professor e consultor linguístico Diogo Arrais traz um pouco da essência do livro Para Amar a Língua, É Preciso Ler!, lançamento do selo Edições 70, da editora Almedina Brasil.

O especialista reuniu 42 crônicas com conteúdos gramaticais que poderiam ser considerados pesados para os leitores aprendizes.

Na obra, a explicação leve, espontânea, gentil e bem-humorada facilita o entendimento das regras de escrita.

Com experiência de mais de 20 anos, o professor de língua portuguesa evidencia o prazer em ler, escrever correta e adequadamente e, principalmente, leva o leitor a imergir no mundo mágico das palavras.

A gramática, com suas vírgulas, acentos, uso do hífen e os porquês, é apresentada em contextos diversos: na polarização política, nos superpoderes literários, na confusão que alguns nomes próprios causam em quem preenche um cadastro. Inseridas no cotidiano, as regras se mostram mais acessíveis, menos difíceis de compreender.  

A crônica Escrever é Insanidade, por exemplo, fala do sofrimento do escritor ao ter uma ideia aparentemente genial, onde uma vírgula separando o sujeito do predicado ou um acento gráfico mal colocado na oxítona finalizada em U podem pôr tudo a perder.

O objetivo, explica Arrais, é garantir que a estrutura linguística possa se apoderar dos pensamentos, “entrando de fininho nas emoções, porque a literatura é o casco anti-ignorância, no estado mais puro de aprendizado, tecendo valores, criando desafios, alargando neurônios”.

Leandro Karnal, prefaciador do livro, comenta que o idioma nasceu sem travas no seu cérebro.

Mas, na escola, assim como aconteceu a muitos estudantes, sentia-se estrangeiro nas aulas da língua materna.

Em sala de aula, “a guarda do filho foi retirada da mãe e entregue à madrasta proverbial, rabugenta e rígida”.

Agora, com Para Amar a Língua, É Preciso Ler!, Diogo Arrais convida o leitor a conhecer formas gentis de compreender o poder de nossa língua.

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