As lentes de contato têm se popularizado entre os brasileiros e, segundo a Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, há mais de dois milhões de brasileiros que as utilizam como método de correção da miopia, astigmatismo, hipermetropia e outros distúrbios visuais ou mesmo como função estética.
Porém, os cuidados com as lentes são essenciais para preservar a saúde dos olhos e evitar futuros problemas, como foi o caso recente de um jovem americano que perdeu um olho após ter dormido com as lentes e ter sido vítima de uma infecção ocular causada por um parasita.
Para evitar qualquer tipo de situação incômoda em relação às lentes, o oftalmologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Luiz Aguiar, afirma que os cuidados devem começar já com o manuseio e armazenamento das lentes.
“A pessoa deve manusear as lentes sempre com as mãos higienizadas e limpas, sem qualquer tipo de produto. Para guardá-las, elas devem ser mantidas em um estojo apropriada com o uso de soluções específicas, como os soros para lentes, que mantenham hidratadas e descontaminadas. O soro do estojo também deverá ser renovado constantemente”, ressalta ele.
O médico destaca que os materiais das lentes são muito permeáveis (deixam passar o oxigênio do ar para a córnea, onde a lente se apoia), o que permite a sua utilização por longos períodos.
Porém, ele explica que, sempre que houver qualquer incômodo no olho, o mais indicado é retirá-la.
“Dê um tempo, lave-as com a solução adequada e tente colocá-la novamente. Se essa orientação não for seguida, a lente poderá ser danificada precocemente, ficar contaminada e, eventualmente, provocar danos aos olhos. Em casos mais graves até mesmo provocar uma conjuntivite e lesões profundas de difícil tratamento”, destaca.
Uma recomendação é não dormir com as lentes, pois a córnea poderá sofrer e o olho poderá ficar vermelho com dores e secreções e até mesmo estar sujeito a infecções, como foi o caso do jovem americano.
Outra recomendação diz respeito ao tempo de uso de cada lente de contato.
“Isso poderá variar de acordo com vários fatores, como a umidade do ambiente, o tempo de esforço visual continuado, a poluição, a existência de alergias e outros. Se for possível dar um descanso aos olhos com alguma frequência também é recomendado”, analisa o médico.