Os cânceres silenciosos representam um grande desafio para a saúde por costumarem se desenvolver sem apresentar sintomas perceptíveis nas fases iniciais.
Alguns tipos de tumores que costumam agir dessa forma são o de pâncreas, ovário e esôfago.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), devem surgir cerca de 10 mil casos de câncer de pâncreas, 7 mil casos de câncer de ovário e 10 mil casos de neoplasias no esôfago em 2025.
Além disso, estima-se que possam surgir 704 mil casos de câncer no ano.
Detectar o câncer logo nos estágios iniciais pode fazer toda a diferença na vida de um paciente.
Em muitos casos, quando o câncer ainda não se espalhou para outras partes do corpo (metástase), os tratamentos são mais eficazes e menos invasivos.
Por que os cânceres de esôfago, ovário e pâncreas costumam ser silenciosos?
Segundo Camila Giro, oncologista clínica do IBCC Oncologia, hospital especializado no tratamento do câncer, o câncer de pâncreas geralmente só apresenta sintomas perceptíveis nos estágios mais avançados da doença.
“Os principais sinais de alerta incluem dor abdominal, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), perda repentina de peso e diminuição do apetite”, comenta a especialista.
O câncer de ovário é silencioso, pois seus sintomas costumam ser sutis e são frequentemente confundidos com problemas menos graves.
“Entre os sintomas mais comuns estão dor abdominal persistente e sensação recorrente de inchaço, o que pode atrasar o diagnóstico”, completa Camila.
Já o câncer de esôfago também tem os sintomas iniciais muitas vezes confundidos com outros problemas gastrointestinais e, segundo a profissional, “entre os sinais de alerta estão a dificuldade ou dor ao engolir, a perda de peso não intencional e o desconforto persistente na garganta ou no tórax”.
Benefícios do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce do câncer permite a realização de tratamentos mais simples e menos agressivos.
A oncologista clínica do IBCC Oncologia comenta que “a identificação da doença em seus estágios iniciais também aumenta significativamente as chances de sobrevida e reduz o impacto psicológico da doença, oferecendo mais esperança e aliviando o estresse emocional geralmente atribuído a prognósticos mais pessimistas”.
Quem corre mais risco de ter câncer?
Segundo Camila Giro, alguns fatores podem aumentar significativamente a probabilidade de desenvolver cânceres silenciosos.
Entre eles estão o histórico familiar da doença, a idade avançada, o tabagismo, a obesidade e a exposição constante a substâncias químicas nocivas.
Além disso, certos casos de infecções crônicas ou condições genéticas específicas também podem representar um risco elevado.
“Por esse motivo, a realização periódica de check-ups é essencial para a detecção precoce”, explica.
A importância dos exames preventivos e da conscientização
De maneira geral, segundo Camila Giro, uma das melhores maneiras de se prevenir é com os exames regulares de rotina, como mamografias ou colonoscopias, que podem identificar tumores ainda em estágios iniciais.
Em caso de algum sintoma fora do normal, é essencial procurar ajuda médica assim que possível.
“Também é imprescindível adotar hábitos saudáveis, como manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas e evitar o consumo de álcool e cigarro. Essas medidas valem tanto para pacientes que desejam reduzir riscos quanto para aqueles que já possuem histórico familiar ou condições predisponentes”, encerra a especialista.