Written by 10:20 Matérias do Folk, Saúde, moda e bem-estar Views: 6

CFM amplia acesso à cirurgia bariátrica no Brasil

Cirurgião da Kora Saúde destaca impacto na saúde pública e segurança da cirurgia bariátrica que agora inclui adolescentes e obesos leves com comorbidades.

Imagem ilustrativa de banda gástrica colocada em uma réplica do estômago. Este procedimento médico é usado para ajudar pessoas com obesidade.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta terça-feira (20) a Resolução n.º 2.429/2025, que amplia as indicações da cirurgia bariátrica no Brasil e reconhece oficialmente novas técnicas operatórias.

A decisão é considerada um marco na abordagem médica da obesidade no país.

Entre as mudanças, a nova regulamentação passa a permitir a cirurgia bariátrica para adolescentes com obesidade grave e também para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 34,9, caso apresentem doenças associadas relevantes, o que antes não era previsto formalmente.

Segundo Dr. Gustavo Peixoto, cirurgião do aparelho digestivo do Grupo Meridional da rede de hospitais Kora Saúde e Diretor Nacional de Relações Institucionais da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCB), a resolução é um avanço histórico e uma grande conquista para o setor da saúde.

“A ampliação do acesso é baseada em evidências científicas que mostram a segurança e a eficácia do procedimento. Agora, conseguimos beneficiar mais pacientes que, até então, não tinham respaldo normativo, mesmo tendo indicação clínica”, afirma.

Além das novas indicações, o CFM passou a reconhecer oficialmente técnicas modernas como o bypass em anastomose única, a bipartição intestinal e o SADI-S.

“É um avanço importante. As novas técnicas proporcionam alternativas eficazes e seguras, com potencial de adaptação ao perfil de cada paciente. Isso amplia o cuidado e individualiza o tratamento”, avalia Peixoto.

O médico-cirurgião também destaca que a resolução é fruto de anos de articulação científica, envolvendo o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

“Foram muitos anos de estudos e construção coletiva. Os dados mais recentes mostram, por exemplo, que adolescentes operados há mais de uma década evoluíram muito bem, com menos comorbidades e melhor qualidade de vida”, complementa.

Peixoto ainda lembra que, apesar do crescente uso de medicamentos injetáveis para emagrecimento, as chamadas “canetas emagrecedoras”, a cirurgia bariátrica segue sendo a ferramenta mais eficiente e sustentável para o tratamento da obesidade mórbida.

“Esses medicamentos são importantes, mas o custo é alto e o efeito tende a desaparecer quando o tratamento é interrompido. Já a cirurgia tem impacto duradouro e custo-benefício muito mais favorável, inclusive do ponto de vista da saúde pública”, afirma.

“A mortalidade entre obesos mórbidos que não operam chega a ser dez vezes maior do que entre os que passam pelo procedimento. Isso é indiscutível”, declara.

Com a nova resolução, o Brasil dá um passo importante para enfrentar com mais eficácia e equidade um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade.

Para Gustavo Peixoto, trata-se de uma conquista para a medicina, mas sobretudo para os pacientes.

“Ampliar o acesso à cirurgia bariátrica é salvar vidas. É oferecer chance real de controle da obesidade e suas complicações. É um avanço que vai deixar um legado positivo na saúde da população brasileira”, conclui o cirurgião.

(Visited 6 times, 1 visits today)
Close