Em 25 anos, o mundo mudou significativamente com expressivos avanços em todas as áreas do conhecimento.
Um quarto de século atrás, o Google estava surgindo, o celular funcionava apenas como telefone e os televisores tinham um tubo na parte de trás.
Há duas décadas e meia, também começava a ser criado no país o maior e mais importante acervo nacional sobre a história da energia elétrica, a Fundação da Energia de São Paulo, que cinco anos depois se tornaria a Fundação Energia e Saneamento.
Para celebrar os 25 anos de atuação voltada à promoção de ações educativas e projetos culturais, a instituição promove uma série de eventos este ano.
Entre elas, destaca-se a entrada gratuita às três unidades da rede de Museus da Energia (nas cidades de São Paulo, Itu e Salesópolis) durante a semana de aniversário (programação completa abaixo), a realização da oficina gratuita Documentos de Família, voltada à preservação de documentos de valor afetivo e histórico, na sede da instituição em Jundiaí (08/04), e o lançamento de uma exposição online sobre a história da instituição na plataforma Google Arts & Culture.
A Fundação foi criada em 1998, quando as empresas do setor elétrico brasileiro estavam sendo privatizadas.
O governo estadual paulista criou uma instituição independente para preservar a memória e o patrimônio do gás e da eletricidade no Estado.
Nascia a Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, entidade privada e sem fins lucrativos.
Em 2004, a organização incorporou a temática do saneamento à sua missão, tornando-se Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento ou Fundação Energia e Saneamento.
Entre 1999 e 2005, a instituição inaugurou os Museus de Energia de Itu, Salesópolis e São Paulo, fortalecendo o relacionamento com a comunidade.
Segundo a diretora da Fundação, Rita Martins, em 25 anos de atividades a instituição celebra a preservação da memória e do patrimônio da energia e saneamento, o desenvolvimento de projetos culturais e educativos em seus três museus, a democratização do acesso ao seu patrimônio cultural, arquitetônico e ambiental, com Mata Atlântica preservada, subsídios para pesquisas sobre energia e saneamento, o fortalecimento da cidadania e do uso responsável dos recursos naturais.
O acervo da Fundação é um dos maiores do Estado de São Paulo, formado por documentos relacionados à história da energia, da tecnologia e do desenvolvimento urbano e industrial.
São mais de 1.600 metros lineares de documentos técnicos e gerenciais, 260 mil documentos fotográficos, cerca de 4.050 objetos museológicos, além de documentos cartográficos, audiovisuais e sonoros, reunidos a partir de meados do século XIX.
A Fundação possui ainda a maior biblioteca do Brasil especializada no tema energia, com mais de 50 mil títulos, e um rico patrimônio arquitetônico e ambiental, formado por edificações históricas e ecossistemas naturais.
São quatro Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), as Usinas-Parque de Salesópolis, Rio Claro, Brotas e Santa Rita do Passa Quatro, algumas com áreas remanescentes de Mata Atlântica, e dois imóveis urbanos em Itu e Jundiaí.
Por ano, a instituição recebe em média 32 mil visitantes em seus museus.
A diretora explica que, ao longo da trajetória, a Fundação sempre revisou e atualizou seu papel junto à sociedade, como um agente de transformação social, fomentando a discussão e interlocução entre as pessoas, sobre o passado, presente e futuro da água e da energia.
Funcionário da Fundação desde 1998, Claudio Maçarico destaca a importância das pessoas que deram vida ao projeto e permaneceram dedicadas para que a instituição se consolidasse.
“Parabenizo o esforço de todo mundo e me incluo também. Acho que esse foi o grande trunfo da Fundação, ter pessoas lá dentro que gostam da instituição”, defende.
Ações educativas
Há 25 anos a Fundação investe no fortalecimento do capital humano e social, com ações educativas e culturais para transformar as pessoas e a sociedade.
Desde a criação, promove intenso diálogo, troca de cultura e conhecimento com o público.
“Cada vez mais visamos desenvolver uma relação sensível e prazerosa com a sociedade. Acreditamos que esse diálogo de tantos anos é a chave para um futuro sustentável, inteligente e mais humano. Acreditamos que nossa habilidade para inventar, reinventar e se superar é tão potente quanto à capacidade energética que podemos gerar”, afirma Rita.
O vasto acervo e o relacionamento com o público estão entre as principais conquistas da Fundação de Energia e Saneamento.
Segundo Rita, a relação com a comunidade sempre foi próxima e ficou ainda mais estreita nos últimos anos, a partir de novas conexões.
“Propomos um trabalho em sociedade, criando pontes afetivas e criativas com o público e o mundo, explorando diferentes pensamentos e incentivando a convivência. É mais do que olhar para o futuro, é ser cocriador de um mundo melhor”, afirma.
A instituição se dedica a preservar memórias que construíram São Paulo e inspirar novas formas de viver, sentir e pensar, incluindo a diversidade dos pontos de vista.
“Estamos atentos ao tempo em que vivemos e propomos um presente para essa memória. Desde o início, a Fundação mantém seu compromisso de oferecer o seu melhor, com a expectativa positiva de superação das adversidades e de um futuro mais sustentável, equitativo, inclusivo e próspero para os brasileiros”, diz a diretora.
Para os próximos anos, a expectativa da Fundação é continuar inspirando as pessoas sobre o valor da água e energia para a vida.
”Esse é o nosso propósito. Essa essência mostra o valor da Fundação para a sociedade: preservar o passado, mas também inspirar o futuro, visando sociedades mais sustentáveis”, afirma Rita Martins.